FED: o governo americano ensaia um pacote de estímulos econômicos. (Leah Millis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2022 às 11h00.
Última atualização em 26 de outubro de 2022 às 13h14.
FED é uma instituição norte-americana que equivale ao Banco Central do Brasil. Essa instituição é peça-chave na economia dos EUA e do mundo, pautando muito o cenário dos investimentos globais.
Entretanto, nem todos se dão conta da importância do FED na economia e nos investimentos. Mas, uma vez que ele pode afetar tanto o dia a dia de investidores, é fundamental conhecê-lo.
Para saber como o FED influencia nos investimentos de renda variável e de renda fixa, leia o artigo abaixo.
FED é a sigla de Federal Reserve Board (em português, algo como Sistema de Reserva Federal). Essa instituição americana cuida da gestão de todo o sistema financeiro do país e da definição de sua política monetária. Ele é equivalente ao Bacen no Brasil.
Para entender o que é FED, basta compreender que sua atuação se dá no âmbito do sistema bancário e da política monetária.
Vale citar que há independência do FED – ou seja, a instituição atua de maneira independente dos poderes executivo, legislativo e judiciário dos EUA.
Dessa forma, a instituição tem a liberdade para tomar decisões sem a aprovação do governo, o que garante o bom funcionamento da economia sem ingerência política.
As decisões do FED impactam diretamente nos investimentos no Brasil, como tesouro Selic e o Tesouro IPCA, por exemplo.
A fundação do FED data de 1913, quando criou-se o Federal Reserve Act, o ato que deu origem à instituição. Na época, o presidente da Comissão de Finanças do país utilizou como modelo o sistema bancário da Alemanha.
Em 1935, durante o período conhecido como Grande Depressão, a atuação do FED foi muito importante no sentido de manter as taxas de juros próximas ao nível acordado através da atuação nos títulos públicos federais.
Com efeito, a função do FED foi se consolidando ao longo das décadas e tem por objetivo manter o funcionamento do sistema financeiro dos EUA, tornando-o estável.
Por sua importância na economia mais forte do mundo, este ente acaba influenciando a economia de todo o planeta, podendo até mesmo afetar as ações do índice Ibovespa e outros índices internacionais.
O Funcionamento do FED se dá através de três principais entidades que atuam de forma conjunta, mas mantendo independência entre si.
Primeiramente, a Board of Governors é uma agência independente composta por 7 membros que são indicados pelo presidente dos EUA e depois passam por aprovação no Senado. O presidente do FED também passa por esse processo.
Cada membro possui um mandato, que pode durar de 4 até 14 anos. O objetivo dos mandatos é conferir independência a esses profissionais na sua tomada de decisões.
O trabalho desse ente é regulamentar a atividade bancária e garantir seu pleno funcionamento. Investidores de toda Wall Street ficam de olho nas nomeações deste ente.
Os Federal Reserve Banks funcionam como bancos centrais de cada uma das regiões dos EUA. Eles transmitem as moedas aos bancos.
Existem, no total, 13 instituições desse tipo, cada uma em uma cidade específica: Washington D.C, Nova York, Chicago, Boston, San Francisco, Atlanta, Kansas City, Dallas, Minneapolis, Philadelphia, St. Louis e Richmond.
O Federal Open Market Committee (FOMC) possui um total de 19 participantes e cuida da definição da taxa básica de juros dos EUA e de conduzir a política monetária da maior economia do mundo.
As decisões nesse sentido ocorrem através da deliberação de todos os membros: os 12 presidentes dos bancos distritais e os 7 membros do Board of Governors.
A principal função do FED é fazer a condução da política monetária do país, garantindo o desenvolvimento sadio dos EUA.
Entre as principais funções, é possível destacar a de garantir a solidez de suas instituições financeiras através de sua regulação e supervisão.
Além disso, é a instituição que determina a compra e venda de títulos públicos, regulando a economia e estabilizando o sistema financeiro da forma mais apropriada.
O FED também fiscaliza os bancos centrais dos estados e distritos do país, garantindo o funcionamento do sistema financeiro nas outras esferas.
Também é possível citar como função dessa instituição a impressão de moeda-corrente no país, usada para transações financeiras do dia a dia.
O FED também cuida para oferecer as melhores taxas de juros de acordo com o seu momento econômico – sejam períodos de crise ou prosperidade econômica. Isso afeta diretamente os diversos tipos de investimentos.
Ele cuida, ainda, do desenvolvimento de maneira sustentável da economia, de forma que este possa prosseguir de maneira consistente.
Ou seja: fica clara a importância do FED para economia dos EUA e, portanto, para a economia de todo o mundo.
Primeiramente, como os EUA são a maior potência econômica global, fica claro que um ente tão importante para o país acaba influenciando indiretamente todos os outros países do mundo – e isso acontece também no Brasil.
Sendo assim, a variação da taxa de juros nos Estados Unidos impacta diretamente nos investimentos brasileiros, pois o dólar pode variar em função dessa taxa e, como o preço das commodities é dolarizado, isso impacta a economia.
Por exemplo: carne, soja, café, minérios e outros produtos têm seu preço em dólar, e isso varia diretamente a oferta e demanda desses bens na economia local.
Além disso, a compra e venda de títulos nos EUA impacta a quantidade de dinheiro circulante na economia. Sendo assim, quando muitos compram os títulos de renda fixa nos Estados Unidos, há menos dinheiro disponível para investir.
Ou seja: os investimentos no Brasil tendem a ficar mais escassos e, consequentemente, a atividade econômica no Brasil pode diminuir.
Por outro lado, se a taxa de juros estiver muito baixa nos Estados Unidos, é possível que investidores globais busquem oportunidades mais lucrativas em mercados emergentes. É nesses momentos que o Brasil recebe um fluxo maior de capital.
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