Carnaval: folião deve ter cuidado com o celular
Redação Exame
Publicado em 17 de fevereiro de 2025 às 15h42.
Durante o Carnaval, golpes financeiros são comuns e exigem atenção dos foliões. Por isso, a ABBC – Associação Brasileira de Bancos, idealizadora da campanha Tem Cara de Golpe, destaca dicas para conscientizar a população sobre como aproveitar o Carnaval com mais segurança.
Um dos golpes mais recorrentes é o do link falso (ou phishing), relacionado à compra de ingressos. Os criminosos criam sites falsos que imitam vendedores oficiais de festas e camarotes. Além de roubar o dinheiro, obtêm dados dos cartões de crédito dos usuários. Por isso, é importante verificar sempre a autenticidade dos sites, procurando por certificados de segurança e conferindo a URL oficial dos vendedores autorizados.
Quarta-feira de Cinzas é feriado ou ponto facultativo?Há também o golpe do Pix, em que os criminosos se passam por vendedores, mas podem alterar o valor da compra antes de mostrarem o QR Code na hora do pagamento. A recomendação é manter-se atento ao preço cobrado pelo produto antes de confirmar a transferência bancária. Uma boa prática é reduzir os valores que podem ser transacionados via Pix.
Outro golpe digital é aplicado com falsas redes wi-fi públicas. Um criminoso pode espionar a navegação do celular e até mesmo interceptar informações e senhas em redes desprotegidas. O mesmo problema pode ocorrer em totens de carregamento de bateria, conectados em cabos USB suspeitos. Eles podem transmitir malwares e invadir facilmente o aparelho. Utilize uma bateria extra como um powerbank ou utilize carregador e cabo próprios.
Ao comprar comidas e bebidas em blocos de rua, é necessário redobrar os cuidados. A ABBC orienta que o dono do cartão nunca o entregue diretamente ao vendedor, especialmente na rua ou estabelecimentos não-habituais. Os criminosos podem se passar por comerciantes, memorizar a senha do cliente e trocar o cartão durante a transação.
Além disso, no momento de fazer o pagamento, a Associação alerta que, se o visor da máquina de cobrança estiver apagado ou quebrado, impedindo a visualização do valor da compra, o consumidor não deve aceitar passar ou aproximar o cartão ou o celular ao dispositivo. Os golpistas podem inserir um valor muito acima do que a vítima teria que pagar, levando a prejuízos.
Dê preferência aos pagamentos por aproximação via celular. Esse tipo de pagamento é mais seguro, pois possibilita uma camada de autenticação adicional com biometria ou senha para acesso à carteira digital antes de efetuar o pagamento. Em cartões físicos, recomenda-se desativar função de aproximação (contactless) para evitar que criminosos se aproveitem da aglomeração para capturar sinais do cartão e realizar débitos sem consentimento do usuário.
“Durante o Carnaval, além dos golpes com as máquinas de cartões, é frequente também as tentativas de roubo e furto do aparelho celular, já que os criminosos buscam conseguir acesso a aplicativos e contas bancárias para obter vantagens financeiras. Por isso, é importante que o cliente utilize senhas robustas e deixe ativadas diversas camadas de segurança, como autenticação de duplo fator, biometria ou leitor facial para os aplicativos", alerta Sílvia Scorsato, presidente da ABBC.
A ABBC recomenda que foliões ativem controles de segurança nos dispositivos, como o MFA (múltiplo fator de autenticação), ocultação e proteção de aplicativos bancários com a ativação do controle assistivo (em dispositivos Apple) e proteção contra roubo em dispositivos Android. Outro ponto importante é ter recursos de localização e bloqueio do dispositivo remotamente previamente configurados.
Em relação aos aplicativos bancários, é possível ativar as funções de proteção como localização, redução de limites de transferência, ocultação e proteção com senhas adicionais e ativação de controles de segurança para carteiras digitais para pagamento somente com senha biométrica.
Além de procurar os órgãos de segurança do estado, em casos de roubo ou furto do celular, a vítima deve avisar imediatamente o banco através dos canais de atendimento oficiais, acionar as autoridades competentes para registrar um boletim de ocorrência e, também, comunicar à operadora de telefonia.
Para bloquear completamente o dispositivo, é necessário ter anotado o número do IMEI de identificação do aparelho. Essa informação pode ser obtida diretamente no dispositivo (por meio das configurações do seu celular, vá na opção “Sobre o telefone” e, em seguida, encontre o código).