EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
O rápido crescimento do mercado de capitais no Brasil, com a entrada de 34 novas empresas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) somente neste ano, levou o Banco Votorantim, do empresário Antonio Ermirio de Moraes, a realizar uma reestruturação para se preparar para as mudanças que devem vir por aí. A instituição, que atua principalmente nos segmentos de renda fixa e crédito para empresas, decidiu reforçar sua área de banco de investimento e renda variável, prevendo mais aberturas de capital nos próximos meses e uma onda de fusões e aquisições. O movimento é semelhante ao que vem sendo dado por outros bancos, como o Bradesco.
"Há muitos setores no país que ainda não estão consolidados, como os de construção, infra-estrutura, açúcar e etanol. Nessas áreas, o que normalmente se vê, são poucas e grandes empresas atuando. Mas aqui no Brasil, isso ainda não aconteceu", afirma Pedro Thomazoni, superintendente da recém-criada área de Fusões e Aquisições do Banco Votorantim. De acordo com o executivo, o objetivo da instituição ao promover essa reestruturação é oferecer aos seus clientes um leque maior de produtos, sem a pretensão de concorrer com gigantes, como Credit Suisse e UBS Pactual. "Nosso foco é desenvolver um relacionamento de longo prazo com nossos clientes, sem partir para o mercado internacional", diz Thomazoni.
Com base nesse pensamento, o banco ampliou sua área de Mercado de Capitais, acreditando no potencial das empresas em fase de crescimento. "As grandes companhias não precisam de nós. Elas já estão na Bolsa há tempos. Mas as empresas com faturamento entre 200 milhões de reais e 1 bilhão de reais estão começando a ir para o mercado e muitas preferem contratar bancos locais para ajudá-las nesse processo", afirma a superintende da área de mercado de Capitais e Desenvolvimento Imobiliário, Silvia Benvenuti.
O Banco Votorantim participou esse ano de duas ofertas públicas iniciais (IPO): da construtora MRV e do frigorífico Marfrig. "Nossa vantagem competitiva está no conhecimento do mercado local. Queremos agregar valor para nossos acionistas e sabemos que a única forma de fazer isso é investindo em serviços de longo prazo", diz Thomazoni.