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Voos podem ficar muito mais baratos na Argentina com fim de piso

Para incentivar o turismo, o governo permitirá que as empresas aéreas reduzam os preços o quanto quiserem no serviço doméstico

Aeroporto: medida vale a partir do dia 15 de agosto (anyaberkut/Thinkstock)

Aeroporto: medida vale a partir do dia 15 de agosto (anyaberkut/Thinkstock)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 4 de julho de 2018 às 16h30.

Os viajantes estão prestes a conseguir voos mais baratos na Argentina com a decisão do presidente Mauricio Macri de limitar os pisos de preço que elevavam as tarifas domésticas.

Para incentivar o turismo, o governo permitirá que as empresas aéreas reduzam os preços o quanto quiserem no serviço doméstico a partir de 15 de agosto. A mudança na regra se aplica apenas a viagens de ida e volta, e os clientes precisam comprar os voos com 30 dias de antecedência. As passagens estarão à venda dentro de alguns dias, disse o ministro dos Transportes, Guillermo Dietrich.

“A Argentina era um dos países mais caros para voar na região”, disse Dietrich a jornalistas, na segunda-feira, em Buenos Aires. A mudança de regra “oferece muito mais oportunidades para muitas pessoas viajarem de avião.”

A medida amplia ainda mais os esforços do presidente Mauricio Macri para sacudir o setor aéreo da Argentina. O governo dele já eliminou os tetos de preço para atrair mais companhias internacionais à terceira maior economia da América Latina. Os governos anteriores haviam estabelecido os limites para proteger a empresa aérea estatal, a Aerolíneas Argentinas, que até recentemente era a principal aérea nacional.

Dietrich disse que a eliminação do piso de preço estimulará o turismo e provocará o aumento da quantidade de passageiros para todas as empresas aéreas. A mudança ocorre em meio à queda do poder de compra dos argentinos após a desvalorização de 35 por cento do peso em relação ao dólar neste ano.

Os pisos dos preços se mantinham e eram uma medida que, segundo alguns executivos de empresas aéreas, tinha o objetivo de beneficiar as empresas de ônibus ao dificultar que companhias aéreas de baixo custo vendessem passagens muito baratas. O governo argumentou que o piso estava perdendo impacto devido à inflação anual de dois dígitos na Argentina.

Baixo custo

As empresas aéreas de baixo custo aproveitaram a oportunidade para operar no país, enquanto o governo Macri se esforça para conceder rotas a novos nomes. A argentina Flybondi começou a operar em janeiro e tem planos de oferecer passagens baratas, e segundo Dietrich a aérea iniciará o serviço aéreo internacional em outubro. Ele acrescentou que a chilena Jet Smart deverá começar a voar na Argentina até o fim do ano.

A Norwegian Air, outra aérea de baixo custo que está expandindo as operações na Argentina, elogiou a decisão de eliminar o piso, que variava segundo a rota.

“Esta medida contribuirá decisivamente para estimular o desenvolvimento do setor de aviação comercial na Argentina”, disse o CEO da Norwegian, Ole Christian Melhus. Os executivos da Norwegian e da Flybondi estavam entre os que lamentavam os pisos para os preços.

O tráfego aéreo de passageiros aumentou apenas 63 por cento na Argentina de 2000 a 2016, segundo apresentação do Ministério dos Transportes, na segunda-feira. Brasil, Colômbia e Chile viram o tráfego crescer mais de 150 por cento no período.

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