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Voos para Europa e América Latina ficam mais caros

Segundo levantamento do site Mundi, apenas o custo de bilhetes para os Estados Unidos caiu com relação ao ano passado


	Avião na janela de aeroporto: Custo médio de passagens para Madri aumentou 42,59% e, para Montevidéu, 56,65% com relação ao ano passado
 (anyaberkut/Thinkstock)

Avião na janela de aeroporto: Custo médio de passagens para Madri aumentou 42,59% e, para Montevidéu, 56,65% com relação ao ano passado (anyaberkut/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2015 às 10h48.

São Paulo - Quem planeja viajar para cidades da Europa ou América Latina em julho deste ano terá de encarar voos mais caros em relação ao ano passado, segundo levantamento do site Mundi, que compara preços de passagens aéreas. 

A capital do Uruguai, Montevidéu, registrou o maior aumento no preço de passagens aéreas: de 56,65%, em média. Já o custo médio dos bilhetes para Madri, na Espanha, teve alta de 42,59%.

A alta do dólar ainda não teve impacto sobre o valor das passagens aéreas para os Estados Unidos, de acordo com a pesquisa. Os preços de voos para cidades americanas chegaram a cair até 7,83% com relação ao ano passado, no caso das passagens aéreas para Orlando.

O Mundi considerou a média dos menores preços cobrados por viagens no mês de julho caso o viajante compre as passagens neste mês. Ou seja, o levantamento incluiu somente assentos na classe econômica.

Depois, comparou os voos com os menores preços cobrados, em média, no ano passado, levando em conta o mesmo período de viagem e compra (julho e março, respectivamente). 

A simulação incluiu voos partindo de São Paulo para nove destinos: três cidades dos Estados Unidos (Miami, Orlando e Nova York), três cidades da Europa (Madri, Paris e Londres) e três cidades da América Latina (Montevidéu, Buenos Aires e Santiago).

Veja na tabela abaixo a diferença de preço das passagens aéreas (de ida e volta) antes e depois da alta do dólar, de acordo com levantamento do Mundi:

Destino Preço médio (março de 2014) Preço médio (março de 2015) Variação
Orlando R$ 2.867,22 R$ 2.642,65 -7,83%
Miami R$ 2.683,64 R$ 2.627,53 -2,09%
Nova York R$ 2.578,39 R$ 2.455,23 -4,78%
Paris R$ 2.463,01 R$ 3.159,44 28,28%
Madri R$ 2.242,89 R$ 3.198,03 42,59%
Londres R$ 2.480,80 R$ 2.850,77 14,91%
Buenos Aires R$ 557,72 R$ 693,79 24,40%
Santiago R$ 975,46 R$ 1.096,78 12,44%
Montevidéu R$ 607,85 R$ 952,18 56,65%

Fonte: Mundi

*Os valores se referem à média dos menores preços praticados no mês e incluem apenas bilhetes na classe econômica

O custo médio de bilhetes para Nova York ficou 4,78% menor no período e, para Miami, registrou queda de 2,09%.

No sentido oposto, o preço das passagens para Paris registrou alta de 28,28% e, para Londres, 14,91%.

Na América Latina, o valor de bilhetes para Santiago subiu 12,44% e, para Buenos Aires, 24,4%. 

Demanda explica diferenças 

Uma oferta mais ampla de voos entre o Brasil e os Estados Unidos nos últimos anos aumentou a concorrência entre as companhias aéreas que realizam viagens entre os dois países.

Esse cenário contribui para manter os preços das passagens aéreas para cidades americanas competitivos, diz Ana Araújo, CEO do Mundi. "Ainda é cedo para verificar o efeito da alta do dólar nesses trechos". 

A diminuição da diferença entre a cotação do dólar e o euro para o brasileiro pode ter aumentado a demanda por voos para a Europa e, como consequência, o preço das passagens para cidades do continente, segundo Ana.

Enquanto a cotação do dólar passou de 2,38 reais para 3,26 reais, e registrou alta de 36,97% com relação ao real entre 22 de setembro de 2014 a 19 de março deste ano, o euro se valorizou menos com relação à moeda nacional. No período, o euro subiu 13,7% e passou a valer 3,46 reais, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC). O dólar também se aproximou do valor da libra, que teve alta de 23,07% no mesmo período e passou a valer 4,80 reais.

Ou seja, para os brasileiros, as cotações das três moedas internacionais ficaram mais próximas. Esse fator teve peso na hora de decidir o destino da viagem. "É natural que o viajante passe a cogitar passar as férias na Europa. Em outro cenário, a opção não seria tão atrativa", afirma Ana, do Mundi. 

Já cidades da América Latina passaram a ser vistas como uma opção mais barata em tempos de dólar alto, pois as moedas dos países vizinhos costumam ser mais desvalorizadas do que o real, diz Ana. "Os bilhetes aéreos para esses destinos tiveram um ajuste de preço após o aumento da procura". 

Real deve continuar desvalorizado

Para Sidnei Nehme, diretor da corretora de câmbio NGO, a tendência de alta do dólar frente ao real deve continuar, conforme afirmou em relatório divulgado a clientes.

Na visão do especialista, o governo não está sinalizando que deve conter a alta da moeda norte-americana. Ou seja, quem tem viagem planejada até o final do ano pode ter de encarar novas altas do dólar (veja onde é mais barato comprar dólares, segundo o Banco Central).

O professor de finanças da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Fábio Gallo recomenda cautela aos viajantes.

Para ele, é necessário verificar se a viagem cabe, de fato, no orçamento. "O consumidor deve calcular outros custos além da passagem aérea, como gastos com alimentação e hospedagem".

A partir do resultado, é possível decidir se vale a pena adiar o passeio ou optar por um destino mais em conta (conheça o site que mostra o custo diário de viagens a mais de 100 destinos).

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