Minhas Finanças

Volta ao mundo ou 1º milhão? Este robô quer te ajudar a chegar lá

Plataforma online Warren faz a gestão de investimentos de forma automatizada de acordo com o perfil e objetivo de cada usuário

Aplicativo da Warren (Warren/Divulgação)

Aplicativo da Warren (Warren/Divulgação)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 26 de julho de 2017 às 05h00.

Última atualização em 26 de julho de 2017 às 11h47.

São Paulo — Dar uma volta ao mundo ou juntar o primeiro milhão: qual é o seu objetivo de vida? Seja qual for ele, você vai precisar de dinheiro. Foi pensando nisso que ex-executivos da XP Investimentos criaram, há menos de um ano, a fintech Warren.

A plataforma online é voltada para pessoas físicas e faz a gestão de investimentos de forma automatizada, de acordo com o perfil de risco e os objetivos de cada usuário.

Funciona assim: ao acessar o site ou aplicativo, você terá de responder um questionário dinâmico, parecido com uma conversa no WhatsApp. As respostas são avaliadas por um robô (programado por algorítimos), que vai definir qual é o seu perfil de investidor —ou seja, qual o tamanho do risco que você tolera.

Em seguida, é preciso criar um primeiro objetivo. Pode ser comprar um imóvel em três anos, viajar para a Ásia nas férias de dezembro ou acumular recursos para a aposentadoria, por exemplo. Com base nas suas informações, o sistema vai montar automaticamente a carteira ideal para que você consiga os recursos necessários para chegar lá no prazo desejado.

As carteiras são compostas por até cinco fundos que são administrados e distribuídos pela própria Warren. A opção mais conservadora investe 100% em renda fixa, enquanto o fundo mais arriscado tem 34% em renda variável.

"O cliente não é obrigado a manter 100% da carteira que é oferecida. Se ele quiser, pode aumentar ou diminuir o risco do portfólio, mas o robô irá avisá-lo quando ele fugir do perfil detectado", explica Tito Gusmão, um dos sócios da Warren.

Warren

Os sócios Tito Gusmão, André Gusmão, Marcelo Maisonnave e Rodrigo Grundig (da esquerda para a direita) (Warren/Divulgação)

O próximo passo é completar o cadastro, criar uma conta na fintech e transferir o dinheiro para ela. Assim, será possível investir nos fundos indicados. Uma vez feita a operação, você consegue acompanhar as rentabilidades e as alocações de cada fundo e ver o valor de resgate já descontados os impostos.

O custo também fica visível: 0,8% ao ano sobre o patrimônio líquido do fundo. Todas as cinco opções têm a mesma taxa, desde o fundo mais simples, que investe apenas em renda fixa, até o mais sofisticado, que aplica em ações no exterior.

"A taxa foi padronizada em 0,8% ao ano para todos os fundos como uma forma de blindar a nós mesmos. Assim, não temos como ser acusados de indicar um cliente a um fundo em detrimento de outro, já que nosso ganho será o mesmo independentemente da aplicação", afirma Gusmão.

Focando em millennials

De acordo com o sócio da Warren, o público-alvo da fintech são aquelas pessoas que entendem pouco de finanças, mas o suficiente para saberem que deveriam buscar alternativas mais rentáveis de investimento do que as oferecidas pelos grandes bancos. "Cerca de 80% dos investidores têm esse perfil passivo."

Com sede em Porto Alegre, a Warren já tem 10 mil clientes em todo o país e pretende chegar aos 50 mil usuários em um ano. A maior parte deles tem entre 25 e 35 anos e o tíquete médio dos investimentos é de 7 mil reais.

Um dos vetores desse crescimento é o investimento inicial, bem menor do que o exigido por fintechs concorrentes. Enquanto a Warren permite aplicação mínima de 100 reais, a Vérios e a Magnetis, por exemplo, pedem valores mínimos de 10 mil reais e 12 mil reais.

"É uma maneira de atrair novos usuários à plataforma. Se alguém investir 100 reais na Warren, nosso lucro será de 6 centavos em um ano. Mas o que a gente normalmente vê é que as pessoas fazem uma aplicação mínima de 100 reais para testar a plataforma, e depois acabam colocando 10 mil reais na sequência, por exemplo", diz Gusmão.

Objetivo compartilhado

Uma funcionalidade recém-lançada pela Warren é a possibilidade de construir um objetivo compartilhado. A lógica é a mesma do objetivo individual, a diferença é que os investimentos mensais são divididos por duas ou mais pessoas e todas podem controlar, ao mesmo tempo, quanto falta para atingirem a meta.

"É uma boa ferramenta para quem está planejando fazer uma viagem em família ou com amigos, ou ainda pretende aplicar um recurso em conjunto para ser utilizado em uma festa de formatura, por exemplo", ressalta o sócio da plataforma.

Segundo Gusmão, já foram criados mais de 80 mil objetivos na Warren, entre individuais e compartilhados. "A educação financeira é importante. As pessoas têm de aprender a organizar seu orçamento antes de começarem a aprender a investir."

Colocando na balança

"Esse modelo de investimento através de robôs para pessoas físicas tem muito mais vantagens do que desvantagens. Nas economias desenvolvidas, é um mercado bem grande e que vem se mostrando vencedor", diz o consultor financeiro André Massaro, autor do blog Você e o Dinheiro.

Segundo ele, a única desvantagem relevante é a baixa autonomia do investidor para escolher os produtos em que vai investir. "Ele ajusta o grau de risco de acordo com caixinhas de investimento pré-definidas por gestores, não é algo totalmente personalizado. No caso da Warren, por exemplo, fica limitado aos fundos."

"Mas, dependendo do investidor, a desvantagem vira vantagem. Se a pessoa quiser ficar passiva na operação, o que normalmente acontece, não tem problema algum. Muitas vezes os clientes só querem que a plataforma escolha a melhor opção de investimento para eles e pronto", completa o consultor.

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