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Veja as ações recomendadas pela Fator para 2008

Em relatório de perspectivas para o próximo ano, economistas da Fator apostam num cenário de menos euforia e tiram Vale da lista das ações mais recomendadas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Enquanto em 2007 a arrancada sem precedentes de Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fez parecer que o horizonte de ganhos das ações de empresas brasileiras se estendia para além de onde era possível enxergar, em 2008 o investidor precisará trocar o telescópio por uma lupa que o ajude a avaliar com precisão as boas oportunidades que o mercado ainda tem a oferecer.

É essa a analogia usada pelos analistas de uma das maiores corretoras do Brasil, a Fator, para explicar as perspectivas do cenário de investimentos, no próximo ano. "O ';case'; da bolsa brasileira, de apostar em qualquer ação e isso dar certo, acabou", afirma a estrategista e coordenadora de análise de investimento da Fator Corretora, Lika Takahashi.

O que acontecerá em 2008Por que influencia as açõesEmpresas recomendadas
Impulso do agronegócio Os preços das commodities seguem em alta e o setor ainda está sub-representado na BovespaWeg e Randon 
Reforço de infra-estrutura e logística  O crescimento econômico consistente e a Copa de 2014 exigirão investimentos nos setor, o que deve elevar os preços dos papéisLog-In e outras de logística, ALL, OHL e CCR (pela ordem),Weg
Crescimento da classe média  Aumento na renda e melhores condições de crédito estimulam a compra da casa própria e de produtos ligados à infra-estrutura da casaNet, Gerdau, Duratex, Eternite bancos 
Divididendos elevados A queda nos juros tornou mais atraentes as empresas de melhor rendimento de dividendosAES Tietê, Telesp, Eletropaulo,Transmissão Paulista e Comgás

 

 Papéis recomandados por setor 
SetorPor que é atraenteEmpresas recomendadas
Bancos  Perspectivas continuam favoráveis em 2008 e as ações são das mais baratas da BovespaItaubanco, Itaúsa, Daycoval  
Energia elétrica - geradoras  A geração de energia está restrita e os tetos de preço devem passar por uma flexibilização CPFL, Cesp, AES Tietê e Eletrobrás  
Telecom - players de fundamentoSão opções cujo comportamento é determinado por fundamentosTelesp, GVT 
ConsumoPodem se beneficiar do crescimento da classe média, mas exigem cautela, pois os preços podem estar muito elevadosAmbev e NET  

Ela defende que 2008 será um ano de resultados positivos na Bovespa, mas não mais com a mesma euforia diante do agregado das ações, tanto que estima para o Ibovespa, o principal índice de valorização dos papéis na bolsa paulista, um nível de 75 mil pontos, conservador diante das estimativas de outras corretoras - a UBS Pactual, por exemplo, informou há duas semanas apostar num patamar de 85 mil pontos, enquanto o Citi e o Banco Votorantim prevêem 80 mil pontos. Do primeiro dia útil de janeiro deste ano até esta terça-feira (18/12), a Bovespa saiu dos 45,38 mil pontos para 60,72 mil pontos, com pico de 65,79 mil pontos em 06 de dezembro.

Segundo Takahashi, a grande questão a ser respondida no próximo ano é se os mercados vão se recuperar da crise das hipotecas de alto risco (subprimes) que abateu as empresas financeiras neste ano. Para ela, o cenário mais provável é que a desaceleração da economia nos Estados Unidos, iniciada a partir dos problemas de crédito imobiliário, afete também o consumo das famílias, responsável por 70% do PIB americano, e acabe por contaminar as bolsas em todo o mundo.

"O mercado mostra alguns sinais de cansaço. Gostaria de ficar otimista, mas não vejo tantos motivos para isso quanto no início de 2007", ela diz.

Os papéis mais promissores

Nesse cenário de pouso da maior potência mundial, os grandes ganhos devem vir de apostas mais focadas, já que o conjunto da Bovespa provavelmente já não alcançará o desempenho de 2007. Uma estratégia recomendável, de acordo com Takahashi, é optar por empresas ligadas a uma das três áreas que devem se destacar graças ao cenário interno.

A primeira é o agronegócio, que tem se beneficiado da elevação de preços das commodities em escala global e ainda aparece sub-representado na Bovespa. Bons exemplos de empresas para investir são WEG e Randon, fabricantes de motores e insumos agrícolas.

Também ganham destaque, no cenário traçado pelos analistas da Fator, as companhias ligadas a melhoria da infra-estrutura no país. O setor deve aproveitar a expansão econômica consistente e a preparação para a Copa de 2014, que exigem investimentos em áreas como energia, estradas e transporte marítimo. A equipe da corretora recomenda ações de empresas de logística, principalmente a Log-In e as concessionárias de rodovias ALL, OHL e CCR, nessa ordem de prioridade.

Uma terceira categoria promissora é a de produtos ligados ao crescimento da classe média. Net, Gerdau, Duratex, Eternit e bancos estão na mira da empresa.

Já na ponta oposta, de redução das expectativas de valorização, encontram-se os papéis de um dos setores mais populares da Bovespa, o de mineração e siderurgia. Segundo os analistas, o melhor cenário já aparece precificado e uma das empresas preferidas dos pequenos investidores, a Vale, só deve passar por reavaliação para cima no curto prazo se o reajuste do minério de ferro for superior a 35%.

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