Negócios, planejamento, calculadora e teclado (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2014 às 05h00.
São Paulo - Um ano que exige mais cautela, como 2014, não significa que não se pode atingir objetivos, como comprar a casa própria, fazer um MBA no exterior ou trocar de carro. A chave de tudo, segundo os especializas em finanças, está no planejamento, que possibilita as realizações e afasta o risco de endividamento.
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 63,4% das famílias declararam ter alguma dívida em janeiro, 3,2 pontos percentuais acima do registrado no mesmo mês de 2012. O cartão de crédito foi apontado como a principal causa da dívida por 75,9% das famílias.
“Planejar significa firmar objetivos que devem ser datados e convertidos em valor. Por exemplo: se dentro de dois anos você quer fazer uma pós-graduação no exterior, você vai estabelecer a data e pesquisar tudo que você vai precisar de forma rigorosa”, diz o professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, Fábio Gallo.
Carro novo
O ano começou com a alta do imposto sobre produtos industrializados (IPI) para automóveis. A alíquota varia de 3% a 8% até junho de 2014 e depois ficará entre 7% e 13%, dependendo das características do veículo, como potência do motor 1.0 ou ter sistema flex.
“Mesmo com a volta do IPI, o consumidor que tem outro carro ou um valor mais alto para dar de entrada, pode conseguir bons descontos na hora da compra porque há concessionárias que estão com estoque de veículos”, diz o Mário Amigo, professor de finanças da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), de São Paulo.
O ideal, segundo os especialistas, é dar a maior entrada possível, evitando comprometer a renda futura. “O parcelamento não deveria ser maior do que dois anos porque essa é a média de tempo que o brasileira fica com o carro. Se passar disso, o valor, na hora da próxima troca, vai estar muito depreciado”, diz o consultor financeiro Conrado Navarro.
Casa própria
Na hora da compra da casa própria é preciso ter em mente que este é um financiamento de longo prazo. Além da dica de ter um montante maior para reduzir o valor das parcelas, não comprometendo o orçamento mensal, ou diminuindo o tempo de financiamento, é preciso pesquisar as opções de mercado, checando os custos efeitos totais do financiamento, que podem ser diferentes de instituição para instituição.
Também é possível aproveitar os benefícios Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Desde o ano passado, o valor do imóvel que pode ser comprado com recursos do FGTS e com juros mais baratos, passou de 500 000 reais para 750 000 em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal e até 650 000 para os demais estados.
“A parcela não deve exceder 25% da renda mensal e é interessante também levar em conta a localização do imóvel. Não adianta fazer uma dívida alta de longo prazo para comprar um imóvel num lugar em que se vai gastar duas horas para chegar ao trabalho. Nesse caso, se tiver condições, melhor alugar algo mais barato e fazer uma poupança”, diz a planejadora financeira Maria Angela Nunes.
MBA no exterior
Desde o fim do ano passado, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para carregar os cartões pré-pagos, comprar cheques de viagem, pagar com débito ou sacar com moeda estrangeira no exterior passou de 0,38% para 6,38%, a mesma alíquota do cartão de crédito.
Como se não bastasse, quem planeja um curso no exterior ainda vai sofrer com câmbio mais alto. O planejamento para estudar fora, deve levar em conta o custo de vida na cidade e algumas estratégias de investimento.
“Há fundos cambiais que garantem rentabilidade e podem ser utilizados no curto prazo, de dois anos. Também há títulos públicos com vencimento para esse período. Outra opção, é comprar moeda ao longo do tempo.
Mesmo que haja mudanças cambiais, no final do período, se tudo foi bem planejado, a pessoa terá o montante que ela precisa” diz Fábio, da FGV.