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Ticketmaster é processada nos EUA por revenda de ingressos com práticas ilegais e taxas abusivas

Segundo a FTC, a maior empresa de ingressos do país recebeu US$ 3,7 bilhões em taxas sobre ingressos revendidos entre 2019 e 2024

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 18 de setembro de 2025 às 18h52.

Última atualização em 18 de setembro de 2025 às 19h15.

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A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) e sete estados americanos processaram a Ticketmaster e sua controladora, a Live Nation, acusando a empresa de adotar práticas ilegais no mercado de revenda de ingressos, o que resultou em prejuízos de bilhões de dólares para os consumidores.

Segundo um comunicado divulgado nesta quinta-feira, 18, a Ticketmaster teria colaborado com cambistas para recolher ingressos e revendê-los com um considerável aumento de preço no mercado secundário.

No processo, a agência de proteção ao consumidor afirmou que a empresa não conseguiu impor limites de compra, o que facilitou para que os revendedores comprassem um grande número de ingressos para eventos.

A FTC também alegou que a empresa anunciava valores mais baixos do que os reais preços pagos pelos consumidores, fazia alegações falsas sobre a limitação de ingressos por pessoa e ainda permitia que cambistas vendessem ingressos adquiridos acima dos limites estabelecidos em sua plataforma.

Para a agência, a Ticketmaster ignorou os corretores de ingressos que ultrapassaram seus limites, pois a empresa lucra com as revendas. A empresa recebeu US$ 3,7 bilhões em taxas sobre ingressos revendidos entre 2019 e 2024.

Diante desse cenário, as ações da Live Nation caíram até 3,5%, a maior queda intradiária desde 29 de maio, segundo informações da Bloomberg.

A ação foi movida no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Central da Califórnia. A FTC busca agora aplicar sanções civis contra a Ticketmaster e buscar compensações financeiras, se a Justiça achar necessário.

Proteção aos consumidores

De acordo com a FTC, a Ticketmaster violou a Better Online Ticket Sales Act, também conhecida como BOTS Act, uma legislação federal aprovada em 2016 que proíbe o uso de bots para comprar ingressos para eventos ao vivo e a revenda de ingressos obtidos ilegalmente por meio dessas tecnologias. O mecanismo também foi criado para evitar a venda de ingressos em larga escala.

A vigilância da agência sobre as vendas de ingressos aumentaram durante o governo de Donald Trump após a Casa Branca emitir uma ordem executiva em março, dando suporte para o trabalho da FTC na aplicação da Lei BOTS.

A medida adotada pelo governo dos EUA exige um relatório sobre as ações de todas as agências e como estão seguindo a lei. Em agosto, a FTC abriu processo contra um corretor de ingressos, com sede em Maryland por violar a Lei BOTS na venda de ingressos para os shows da The Eras Tour, da cantora Taylor Swift.

Procurada pela EXAME, a equipe da Ticketmaster não respondeu ao pedido de pronunciamento sobre o processo até a publicação desta matéria.

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