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Taxa para sacar dinheiro no exterior pode chegar a 27% do valor retirado

Percentual cobrado em saques em moeda estrangeira varia de país a país. Veja onde é mais caro.

Saques: Europa é a região com menores taxas (Design/Getty Images)

Saques: Europa é a região com menores taxas (Design/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 3 de novembro de 2025 às 13h13.

Um momento de lazer pode se tornar uma dor de cabeça sem conhecimento financeiro. Sacar dinheiro durante viagens internacionais custa e, dependendo do lugar, custa muito, é o que revelou uma pesquisa da Wise, empresa global de tecnologia. O país mais barato? França, com uma tarifa de apenas 0,07%. Já o lugar mais caro é o Vietnã, com uma taxa de 27,10% sobre o valor sacado.

Quando uma pessoa vai realizar um saque em um caixa eletrônico, há tarifas para que o dinheiro seja retirado. Essas tarifas, por sua vez, são cobradas automaticamente do saldo presente do cliente. Pensando em otimizar o orçamento, durante as viagens, é fundamental conhecer quais são as taxas presentes durante as transações.

“Ao sacar dinheiro no exterior, as tarifas cobradas pelo banco ou provedor de serviços pelo uso de um caixa eletrônico internacional serão adicionadas às tarifas do próprio caixa eletrônico. Elas variam entre instituições e tipos de conta, mas, quando combinadas, podem tornar os saques significativamente mais caros do que o esperado", diz Helene Romanzini, gerente de Marketing de Produto da Wise para América Latina, África e Oriente Médio da Wise.

Os dados da pesquisa são baseados em 9,7 milhões de saques em caixas eletrônicos feitos com um cartão da Wise durante um período de seis meses, de fevereiro de 2025 a julho de 2025. Esses caixas eletrônicos registraram pelo menos 500 transações por país. A porcentagem representa as tarifas médias dos caixas eletrônicos em um determinado país e não leva em conta as tarifas ocultas nas taxas de câmbio.

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Quanto cada país cobra para sacar dinheiro?

América

Argentina (20,51%) e Colômbia (16,66%) figuram entre os países com as maiores cobranças percentuais. Na Colômbia, o custo aumentou em 615% comparado ao mesmo período de 2024. Já a Argentina apresentou uma queda de 16,3%.

Além deles, outros destinos populares na América Latina também têm custos variados. O Chile, bastante procurado, registra 5,55% de cobrança. Já o Peru tem uma taxa de 2,98%. Nos Estados Unidos, destino frequente para turismo e negócios, a cobrança é de 2,05%.

Europa

O continente europeu, muito procurado para viagens a lazer, destaca-se pelos custos de saque de dinheiro estarem entre os menores globalmente. Os destinos mais populares na Europa apresentam as seguintes taxas sobre o saque: Portugal (0,60%), Itália (0,41%), Reino Unido (0,20%) e França (0,07%).

Ásia

Na Ásia, continente que tem atraído cada vez mais brasileiros, os custos variam significativamente. A China possui uma cobrança baixa de 0,05%, e o Japão, 0,87%. No entanto, a Coreia do Sul recolhe 5,80% (salto de 138% em relação a 2024), enquanto a Tailândia cobra 2,50%. Nas paradisíacas Maldivas, o custo é de 3,31%.

Entretanto, a região abriga o país com maior taxa entre os pesquisados: o Vietnã (27,10%), um aumento de 1.341% nas cobranças comparado a 2024.

Brasil

​Para quem visita o país, também há cobranças para saques. O percentual cobrado nos caixas eletrônicos do Brasil é de 1,01%, representando aumento de 4,12% em relação ao que era cobrado em 2024.

Dicas para evitar altos custos de saques no exterior

Romanzini sugere estratégias eficazes para os viajantes:

Sempre pague na moeda local

“Ao usar um caixa eletrônico ou máquina de cartão, sempre recuse a opção de processar a transação na sua moeda de origem e escolha a moeda local. Isso evita a Conversão Dinâmica de Moeda (DCC), que inclui margens de lucro ocultas”, afirma.

Opte por contas e cartões de débito isentos de tarifas

Segundo a especialista, uma conta global multi moeda evita sobretaxas de câmbio e altas tarifas de transação ao sacar em outra moeda.

Use caixas eletrônicos de bancos

Segundo a executiva, caixas eletrônicos localizados em áreas turísticas costumam cobrar tarifas mais altas, aproveitando a conveniência para os viajantes.

“Prefira caixas eletrônicos localizados diretamente em bancos durante o horário de funcionamento, pois são geralmente mais seguros e menos propensos a cobrar taxas adicionais do que caixas eletrônicos independentes em áreas turísticas”, diz.

Faça menos saques, mas de valores maiores

“Se o seu cartão tiver uma taxa fixa por saque, retirar uma quantia maior com menos frequência pode ajudar a economizar dinheiro em comparação com muitos saques de menor valor”, comenta.

Verifique os limites diários

De acordo com Romanzini, esteja ciente tanto do limite diário de saque do seu banco quanto de quaisquer limites impostos pelo caixa eletrônico estrangeiro.

Minimize o uso de dinheiro em espécie

“Utilize um cartão sem taxas de transação no exterior para compras sempre que possível, reduzindo a dependência de caixas eletrônicos”, afirma.

Informe seu banco antes de viajar

“Sempre notifique seu banco sobre seus planos de viagem com antecedência para evitar bloqueios por atividade suspeita. Verifique também as taxas aplicadas pelo seu banco para saques no exterior”, destaca.

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