Minhas Finanças

"Tarifas secretas" e aplicativos vão mudar o seu jeito de viajar

Passagens aéreas em plataformas na internet chegam a ser vendidas com desconto de 35% em relação ao publicado pelas companhias em outros lugares

Mulher segura o celular no aeroporto (ThinkStock/Thinkstock)

Mulher segura o celular no aeroporto (ThinkStock/Thinkstock)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 3 de maio de 2018 às 17h58.

Última atualização em 3 de maio de 2018 às 17h59.

Dê um pulinho no site da Expedia ou da Priceline para pesquisar um voo e provavelmente você verá uma tarifa "opaca": um preço sem companhia aérea e nem mesmo um horário exato. Para que serve isso, você poderia se perguntar. Bem, não serve para te ajudar; é para ajudar as companhias aéreas.

Essas tarifas misteriosas são uma ferramenta que pode ajudar as empresas aéreas a modificar assentos que elas têm dificuldade em vender. Essa estratégia está se tornando ainda mais complexa com as "tarifas secretas", o próximo passo na evolução das empresas aéreas para controlar mais rigidamente o estoque de passagens e os custos impostos pelas empresas que distribuem suas tarifas. Envolve até mesmo um aplicativo.

Na quarta-feira, a Hopper começou a oferecer essas "tarifas secretas" de meia dúzia de companhias aéreas, incluindo a Air Canada, a preços que chegam a estar 35 por cento abaixo do publicado pelas mesmas companhias em outros lugares. As primeiras 60.000 rotas cobertas são internacionais e, em sua maioria, de longa distância. O desconto mínimo é de 5 por cento em relação às tarifas oferecidas com informações completas em outros lugares, de acordo com a Hopper. A Air China, a panamenha Copa Holdings, a chilena LATAM Airlines Group, a Turkish Airlines e a WestJet Airlines são as outras aéreas que participam das ofertas secretas da Hopper.

"Esta é a primeira vez em anos que essas companhias aéreas realmente permitiram que alguém" oferecesse tarifas mais baixas do que aquelas oferecidas publicamente, disse Dakota Smith, chefe de crescimento e negócios da Hopper. "Como atuamos apenas em dispositivos móveis e não temos um website, as companhias aéreas não nos veem como uma concorrência direta para as tarifas da web."

A Hopper, com sede em Montreal, pretende acrescentar seis companhias aéreas nas próximas semanas e projeta que as quatro grandes aéreas dos EUA (American, United Airlines, Delta e Southwest Airlines) se interessarão por causa do ambiente de vendas "fechado", que é invisível para os mecanismos de busca da internet, como Google, da Alphabet, e Baidu. Eles “não podem vasculhar nosso site para ver o que estamos fazendo”, disse Smith. "Também não é possível criar um link para essas tarifas."

Companhias aéreas de todo o mundo estão interessadas em diferenciar a si mesmas - e a experiência de viajar com elas - das concorrentes. Isso faz parte de uma medida que abrange todo o setor para treinar os passageiros a avaliar os voos de acordo com outros atributos além do preço, que há muito tempo é o principal critério dos consumidores na hora de decidir com qual companhia viajar. Os clientes que selecionarem uma tarifa secreta talvez acabem viajando em uma companhia aérea que nunca consideraram antes. Quem sabe? Talvez eles acabem gostando.

Para uma companhia aérea, o verdadeiro valor de uma tarifa secreta é a chance de conquistar um cliente de uma concorrente com um preço menor - secretamente. A plataforma é "totalmente privada e não desencadeia uma reação competitiva", disse Smith.

Acompanhe tudo sobre:companhias-aereasorcamento-pessoalviagens-pessoais

Mais de Minhas Finanças

Quais sites evitar na Black Friday 2024? Veja lista

Black Friday 2024: quais são os golpes mais comuns e como se proteger

Ampliação de portfólio e aposta Open Finance: a estratégia do Bom Pra Crédito para crescer

Mega da Virada de R$ 600 milhões: saiba como apostar e quanto pode render na poupança