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Tarifas de Trump: as ações que mais caíram na bolsa com a guerra comercial

Levantamento da consultoria Elos Ayta, enviado com exclusividade para EXAME, apontou as ações que mais caíram na bolsa com as tarifas de Trump

Plataforma da Petrobras: segundo melhor resultado da história da companhia  (Germano Lüders/Exame)

Plataforma da Petrobras: segundo melhor resultado da história da companhia (Germano Lüders/Exame)

Raphaela Seixas
Raphaela Seixas

Estagiária de jornalismo

Publicado em 9 de abril de 2025 às 14h35.

Última atualização em 9 de abril de 2025 às 14h51.

O recente anúncio de tarifas comerciais pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem gerado impactos significativos no mercado global, incluindo o Brasil.

Na bolsa brasileira, as ações mais prejudicadas pelas medidas foram a Brava (BRAV3), com queda de -19,13%, seguida da PetroRecôncavo (RECV3) e Petrobras (PETR3). Os dados fazem parte de um levantamento da consultoria Elos Ayta enviado com exclusividade para a EXAME.

As medidas protecionistas visam equilibrar a balança comercial dos EUA, mas criam desafios e oportunidades para as empresas brasileiras. As tarifas sobre importações de aço e alumínio, por exemplo, têm afetado setores como a siderurgia, enquanto o setor de petróleo, embora isento das tarifas, também foi impactado devido à incerteza global.

A intensificação da guerra comercial gerou preocupações sobre a desaceleração da economia global e uma queda na demanda por petróleo. O petróleo Brent, que serve como referência global, caiu para níveis abaixo de US$ 60 por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), referência nos EUA, também caiu para abaixo de US$ 60. Em alguns dias, ambos os tipos de petróleo registraram quedas de até 7%.

Essas quedas nos preços do petróleo foram agravadas por decisões da OPEP, que anunciou um aumento maior do que o esperado na produção, pressionando ainda mais os preços do mercado energético. 

Além disso, a guerra comercial intensificada por Trump leva a uma redução na demanda global por energia, afetando negativamente as ações de empresas de petróleo no Brasil.

As ações mais prejudicadas

As ações mais prejudicadas com o "tarifaço" incluem aquelas nos setores de exploração, refino e distribuição de petróleo, como Brava (BRAV3), PetroRecôncavo (RECV3) e Petrobras (PETR3), que sofreram perdas significativas devido à exposição ao mercado global de petróleo e derivados.

A Brava lidera as perdas com uma queda de -19,13%, seguida pela PetroRecôncavo com -15,58%, e a Petrobras com perdas de -12,71% e -12,81% em diferentes ações. Essas quedas refletem desafios operacionais e de mercado, além da incerteza gerada pelas políticas comerciais globais.

No setor siderúrgico, as ações da Gerdau Met (GOAU4) e Gerdau (GGBR4) também apresentaram quedas de -11,69% e -10,81%. Embora as siderúrgicas brasileiras tenham uma menor dependência das exportações para os EUA, as tarifas ainda afetam a competitividade dos produtos brasileiros no mercado norte-americano, reduzindo a demanda e aumentando os custos de exportação.

E as mais beneficiadas?

Por outro lado, as ações mais beneficiadas com o cenário atual incluem aquelas em setores essenciais ou que não dependem fortemente das exportações para os EUA. A Carrefour BR (CRFB3), por exemplo, alcançou um retorno de 11,96% no setor de alimentos, que é essencial e menos afetado pelas tarifas. A Natura (NTCO3) também apresentou um desempenho positivo, com um retorno de 3,29% no setor de produtos de uso pessoal, possivelmente impulsionado por uma recuperação nas vendas ou inovação de produtos.

Empresas como Yduqs Part (YDUQ3), no setor de serviços educacionais, e Engie Brasil (EGIE3) e Auren (AURE3), no setor de energia elétrica, também mostraram crescimento, com retornos de 2,82%, 2,33% e 1,49%, respectivamente. Esses setores tendem a ser menos impactados pelas tarifas comerciais, pois oferecem serviços essenciais que mantêm uma demanda constante.

Ações do Ibovespa com maior rentabilidade positiva de 2 a 7 de abril de 2025
EmpresaCódigoSetorRetorno (%)
Carrefour BRCRFB3Alimentos11,96
Grupo NaturaNTCO3Produtos de uso pessoal3,29
Yduqs PartYDUQ3Serviços educacionais2,82
Engie BrasilEGIE3Energia elétrica2,33
AurenAURE3Energia elétrica1,49
Rumo S.A.RAIL3Transporte ferroviário1,01
EquatorialEQTL3Energia elétrica0,95
Cyrela RealtCYRE3Incorporações0,54
TaesaTAEE11Energia elétrica0,15
Santos BrpSTBP3Serviços de apoio e armazenagem0,08
Ações do Ibovespa com maior rentabilidade negativa de 2 a 7 de abril de 2025
EmpresaCódigoSetorRetorno (%)
BravaBRAV3Exploração refino e distribuição-19,13
PetrorecsaRECV3Exploração refino e distribuição-15,58
PetroRioPRIO3Exploração refino e distribuição-12,81
PetrobrasPETR3Exploração refino e distribuição-12,71
Gerdau MetGOAU4Siderurgia-11,69
GerdauGGBR4Siderurgia-10,87
PetrobrasPETR4Exploração refino e distribuição-10,81
BraskemBRKM5Petroquímicos-10,79
VamosVAMO3Aluguel de carros-10,76
Sao MartinhoSMTO3Açúcar e álcool-10,16
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