Quem quer economizar com tarifas pode migrar para bancos que oferecem serviços isentos ou optar pelo pacote essencial de tarifas, que é obrigatório (Reprodução/Thinkstock)
Marília Almeida
Publicado em 17 de setembro de 2021 às 06h00.
Última atualização em 17 de setembro de 2021 às 08h04.
Os grandes bancos brasileiros apresentaram reajustes de tarifas acima da inflação, mesmo diante da crescente digitalização de serviços e consequências econômicas da pandemia. É o que conclui um comparativo de tarifas bancárias feito pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) entre junho de 2020 e julho de 2021.
No período, as tarifas avulsas, de forma geral, apresentaram reajustes acima da inflação calculada pelo Índice de Preços Amplo ao Consumidor (IPCA), equivalente a 8,35% no período analisado. Já serviços como saques, depósitos e transferências tiveram aumentos entre 9% (Caixa) e 25% (Bradesco).
O maior reajuste praticado foi de 213%, na compra de moeda estrangeira pelo “Cheque Viagem” (Banco do Brasil), que passou de R$ 80 para R$ 250 por operação.
Já no comparativo de preços dos pacotes os aumentos de pacotes registrados no Bradesco, Itaú e Santander ocorreram sobretudo nos serviços em que o público alvo é a classe média.
No Bradesco, houve o reajuste do Expresso 4 (20%), que foi de R$ 27,70 para R$ 33,20, e no Santander, no Pacote Padronizado III (9%), que de R$ 27 foi a R$ 29. Para o Itaú, o maior reajuste foi aplicado em um pacote de serviços econômicos, o Itaú Poupança 3.0 (12%), que mudou de R$ 13 para R$ 14,50.
Na outra ponta, o Safra foi o banco que mais reduziu o preço dos pacotes. O Master foi o que registrou a redução mais significativa (-26%), passando de R$ 73 para R$ 54.
Já entre bancos digitais e fintechs houve relativa manutenção das tarifas praticadas. Segundo o Idec, isso acontece porque o modelo de negócio está atrelado a ofertas de baixo custo quando comparadas às dos bancos tradicionais, apresentando, inclusive, serviços com isenção de tarifas.
Contudo, na medida em que as fintechs crescem e ganham um volume expressivo de clientes, observa-se a tendência de aumento de taxas ou criação da cobrança fixa mensal sobre pacotes de serviços. Foi o que aconteceu no período no Agibank, Original e Nubank.
O Banco Inter e Next continuam a não cobrar tarifas avulsas ou por pacotes e serviços diferenciados, enquanto o Neon e a Superdigital reduziram tarifas, e não aumentaram os valores.
Há basicamente duas formas de economizar em tarifas. Uma delas é migrar para bancos digitais e fintechs, que oferecem serviços gratuitos.
Os consumidores que optarem por manter as contas nos bancos tradicionais podem converter suas contas para a conta Serviços Essenciais, uma modalidade sem pacote que garante ao consumidor a movimentação da conta com direito ao cartão de débito, 4 operações de saque, 2 extratos bancários, 2 transferências e consultas ao Internet banking e aplicativo pelo celular. Contudo, é importante entender que em toda operação adicional será cobrada a tarifa avulsa.
As principais tarifas dos serviços mais utilizados pelos consumidores são nomeadas como prioritárias e divulgadas mensalmente pelos bancos nos canais virtuais e agências bancárias. Portanto, vale a pena monitorá-las e verificar se vale a pena mudar de banco ou compensa mais adquirir um pacote conforme o seu perfil de consumo.
Outra forma de economizar é optar por pacotes padronizados, que devem ser disponibilizados por todas as instituições financeiras. Além de possuírem um conjunto de serviços previamente estabelecido pelo órgão regulador, o valor deles também não pode destoar significativamente.