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CPFL sai em busca de capital em 2004

Empresa quer captar 300 milhões de reais com fundo de recebíveis e 400 milhões de dólares com a emissão de ações

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A CPFL Piratininga, uma das empresas de distribuição de energia do Grupo CPFL, prepara a captação de 300 milhões de reais por meio de um fundo de operações contratadas mas ainda não faturadas (ou seja, contas de luz que ainda não foram pagas). Sem data marcada, a empresa também quer captar de 400 milhões a 500 milhões de dólares nos mercados acionários brasileiro e americano.

O fundo, que começa a ser vendido no próximo dia 23 de janeiro, é conhecido no jargão do mercado como fundo de "recebíveis a performar". Ele terá prazo de 36 meses, aceitará investimentos mínimos a partir de 25 000 reais e pagará aos investidores uma remuneração máxima de 107% do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), por meio de 36 parcelas mensais a partir do primeiro mês de investimento. De acordo com Emílio Otranto Neto, coordenador de subscrição do Banco Votorantim, o fundo é destinado a investidores individuais qualificados e a investidores institucionais, como fundos de pensão e seguradoras.

O presidente da CPFL, Wilson Ferreira Jr., disse que os recursos captados com o fundo destinam-se a alongar parte da dívida de curto prazo da empresa e também servirão para custear investimentos na rede de distribuição de energia da empresa. Vamos usar o mercado de capitais como um instrumento para financiar nossa expansão, disse ele em São Paulo nesta sexta-feira (16/1). O fundo foi montado pela empresa de administração de recursos do Banco Votorantim.

De acordo com o vice-presidente financeiro da CPFL, Nilo Cecco, a captação dos recursos por meio do fundo é compensadora por causa do prazo e dos custos. Pagaríamos mais do que os 107% do CDI se fôssemos captar dinheiro em bancos com esse prazo, disse ele. É essencial que possamos diversificar as fontes de financiamento da empresa, tornando-a independente do crédito bancário.

O presidente Ferreira Jr. também afirmou que o grupo CPFL também prepara um lançamento de ações no Brasil e nos Estados Unidos para o fim de 2004, que deverá captar de 400 a 500 milhões de dólares com a venda das ações. Estamos apenas aguardando um momento mais apropriado do mercado de ações, disse Ferreira Jr. Para ele, as ações ainda estão muito baratas no mercado brasileiro, por isso a empresa vai esperar um momento de valorização para vender seus papéis.

A CPFL Piratininga faturou 1,2 bilhão de reais nos três primeiros trimestres de 2003, um crescimento de 16,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido nos nove primeiros meses de 2003 foi de 46 milhões de reais. A empresa foi menos prejudicada que as concorrentes durante a crise de energia de 2001, o apagão, por causa de sua situação financeira. Além de ser uma empresa de capital quase totalmente nacional é controlada pela VBC Energia, por fundos de pensão de empresas estatais e privadas e pelo BNDES, que tem uma pequena participação acionária --, ela estava comparativamente menos endividada em dólares que as demais empresas do setor.

Quando as linhas de crédito externo se fecharam para captações brasileiras em 2002 por causa do temor dos investidores com a eleição presidencial, a CPFL conseguiu administrar a escassez de dinheiro e a queda de 11% no faturamento. Agora, a intenção da empresa é captar recursos para investir. Vamos aumentar a alavancagem financeira da companhia para aproveitar o crescimento na demanda de energia que esperamos ocorra nos próximos anos, disse Ferreira Jr.

Os recursos captados no mercado servirão para a CPFL manter seu programa de investimentos em geração de energia. Hoje a empresa gera 812 megawatts-hora com usinas hidrelétricas e termoelétricas próprias. Sua meta para 2006 é gerar mais 1.177 megawatts-hora, elevando seu potencial total de geração para quase 2 gigawatts-hora.

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