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Selic sobe para 9,50%; veja como ficam poupança e renda fixa

Aplicações pós-fixadas de renda fixa ampliam sua vantagem em relação à poupança quando oferecem custos e remunerações atrativas


	Pilhas de moedas de alturas diferentes: remuneração da poupança agora é facilmente superada na renda fixa
 (Stock.xchng)

Pilhas de moedas de alturas diferentes: remuneração da poupança agora é facilmente superada na renda fixa (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2013 às 20h14.

São Paulo – O Banco Central elevou, nesta quarta, a taxa básica de juros (Selic) de 9,00% para 9,50% ao ano, elevando ainda mais a remuneração das aplicações de renda fixa atreladas a ela, como os CDBs pós-fixados, fundos DI e Letras Financeiras do Tesouro, vendidas via Tesouro Direto.

A remuneração da caderneta de poupança, no entanto, permanece a mesma, uma vez que acima de uma Selic de 8,50% ao ano, a poupança paga 0,5% ao mês mais Taxa Referencial (TR) em qualquer cenário de juros. Assim, tanto os depósitos remanescentes na "poupança antiga" (anteriores a 4 de maio de 2012) quanto aqueles feitos na poupança que segue as novas regras de remuneração (a partir de 4 de maio de 2012) têm a mesma rentabilidade.

A alta na Selic correspondeu às expectativas do mercado para esta reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Para o fim do ano, os analistas ouvidos pelo Boletim Focus do Banco Central esperam uma taxa de 9,75% ao ano. Veja como fica a rentabilidade das aplicações de renda fixa a partir de agora:

  Velha Poupança* Nova Poupança* CDB 90% do CDI Fundo DI com taxa de 1,0% a.a. Tesouro Direto
6 meses 3,04% 3,04% 3,23% 3,21% 3,48%
12 meses 6,17% 6,17% 6,81% 6,80% 7,34%
18 meses 9,39% 9,39% 10,76% 10,78% 11,61%
24 meses 12,72% 12,72% 14,65% 14,75% 15,83%
25 meses 13,28% 13,28% 15,77% 15,90% 17,06%

(*) A TR foi considerada zero, pois varia de acordo com a data de aniversário da aplicação e, atualmente, a taxa média mensal tem se aproximado de zero.

(**) Foi considerado o investimento por meio de corretoras que não cobram taxa de administração para aplicações no Tesouro Direto

As rentabilidades da tabela estão líquidas de Imposto de Renda, cobrado a todas as aplicações de renda fixa mostradas na tabela, com exceção da poupança. A caderneta não tem custos nem sofre incidência de IR. Foi considerada uma taxa CDI equivalente à taxa Selic, uma vez que as duas taxas costumam ficar próximas.

Repare que, mesmo em um prazo de até seis meses, quando a alíquota de IR é a mais alta (22,5%), as demais aplicações de renda fixa pós-fixadas ganham da poupança. Quanto mais o juro subir, mais crescerá essa distância, e menos atrativa será a caderneta de poupança em qualquer prazo.

Claro que com o juro mais alto a TR pode não ser igual a zero. Nos últimos dias, a taxa de correção já não tem ficado zerada. Mesmo assim, enquanto a Selic estiver com um dígito, a TR ainda deve ser modesta, uma vez que sua forma de cálculo a puxa para baixo.

No momento, CDBs que paguem a partir de 85% do CDI já são mais rentáveis que a poupança em qualquer prazo. Abaixo desse percentual, o produto não apresenta vantagem nos prazos mais curtos, por causa do IR.

Já os fundos DI precisam cobrar no máximo 1,4% ao ano de taxa de administração para serem mais vantajosos que a poupança em qualquer prazo. Isso considerando um fundo que renda 100% do CDI.


Pelo mesmo raciocínio, para que as Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) sejam mais vantajosas que a poupança em qualquer prazo, é preciso que a corretora não cobre mais que 1,0% ao ano de taxa de administração. Algumas chegam a “cobrar” taxa zero. Veja quanto cobra cada corretora que concede acesso ao Tesouro Direto.

Mas para quem está disposto a deixar o dinheiro aplicado por mais de um ano, a corretora pode cobrar uma taxa de até 1,5% ao ano que o Tesouro Direto mantém sua vantagem sobre a poupança. Isso porque o Tesouro Direto já tem um custo fixo, a taxa de custódia de 0,3% ao ano, cobrada pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). Atualmente, nenhuma corretora cobra mais que 2,0% ao ano de taxa de administração pelo Tesouro Direto.

Outros títulos do Tesouro Direto podem continuar apanhando

A perspectiva de alta de juros vem prejudicando a rentabilidade dos títulos do Tesouro Direto que se beneficiam da expectativa de queda na Selic. O aumento da pressão inflacionária, incrementada com a recente alta do dólar, se tornou uma ameaça para o ciclo de cortes nos juros iniciado em meados de 2011, e há cinco reuniões o Copom eleva a taxa Selic.

Como são esperadas novas altas para a taxa de juros, é possível que esses títulos apanhem ainda mais. Os analistas ouvidos pelo último Boletim Focus, do Banco Central, projetam uma Selic de 9,75% para o fim de 2013.

A maior parte dos títulos prefixados (LTNs e NTN-Fs) e dos títulos que tem parte da remuneração prefixada e a outra parte atrelada à inflação (NTN-Bs) acumulam quedas no ano. A NTN-B Principal com vencimento em 2035, por exemplo, teve queda de 25,05% em 2013. Já a NTN-F com vencimento em 2023 acumula uma queda de 5,79%. No ano passado, quando os juros ainda estavam em queda, a NTN-B Principal com vencimento em 2035 chegou a valorizar quase 50%.

Isso não significa necessariamente que quem comprou esses títulos pelo Tesouro Direto vai perder dinheiro. A perda só ocorre se o investidor vender o título antes do vencimento em um momento de baixa. Caso carregue o título até o vencimento, o investidor vai receber exatamente a rentabilidade acordada no momento da compra.

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