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Selic cai para 5% ao ano. Veja quanto rendem R$ 5 mil

Com a Selic baixa, poupança perde para outras aplicações em quase todos os cenários

Porquinho: CDB de banco médio é o que tem maior rendimento em 30 meses (Rostislav_Sedlacek/Getty Images)

Porquinho: CDB de banco médio é o que tem maior rendimento em 30 meses (Rostislav_Sedlacek/Getty Images)

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Juliana Elias

Publicado em 30 de outubro de 2019 às 18h13.

Última atualização em 30 de outubro de 2019 às 18h46.

São Paulo – O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu, nesta quarta-feira (20), cortar a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 5,5% para 5% ao ano — o menor patamar histórico.

A redução ficou dentro do esperado pelo mercado. Trata-se do décimo quinto corte na Selic desde quando a taxa atingiu o pico de 14,25% ao ano (entre julho de 2015 e outubro de 2016). A redução dos juros foi incentivada por um cenário de inflação e crescimento econômico baixos, além de avanços importantes no controle de gastos públicos, como a aprovação em 22 de outubro da reforma da Previdência, que segue agora para promulgação.  

Quando a taxa básica de juros estava em dois dígitos, investimentos de renda fixa registravam uma rentabilidade alta. Hoje, os investidores precisam se empenhar mais para encontrar bons retornos. Como é um patamar inédito de juros básicos no país, a diversificação da carteira de investimentos nunca foi tão importante. 

Com a Selic em 5% ao ano, investimentos de renda fixa como poupança, CDBs com taxas pós-fixadas, fundos DI e títulos do Tesouro Selic pagam menos, já que seu rendimento é atrelado à taxa Selic ou à taxa DI, muito próxima da taxa básica de juros.

A seguir, veja uma simulação de quanto 5 mil reais rendem na poupança, em um CDB, em um fundo DI ou no Tesouro Selic, em diferentes prazos. Os cálculos foram feitos por Michael Viriato, coordenador do Laboratório de Finanças do Insper.

Na simulação, a taxa básica de juros se mantém em 5% ao ano por todo o período do investimento. Os valores da simulação já descontam o Imposto de Renda, cobrado em todas as aplicações, exceto na poupança, que é isenta.

PeríodoPoupança*CDB 90% do CDI (bancos grandes)CDB 110% do CDI (bancos médios)Fundo de DI com taxa de 1% ao ano **Tesouro Selic ***
6 mesesR$ 5.086,75R$ 5.084,55R$ 5.103,15R$ 5.074,81R$ 5.084,54
12 mesesR$ 5.175,00R$ 5.176,04R$ 5.215,16R$ 5.155,60R$ 5.176,00
18 mesesR$ 5.264,78R$ 5.274,77R$ 5.336,49R$ 5.242,61R$ 5.274,71
24 mesesR$ 5.356,13R$ 5.381,08R$ 5.467,67R$ 5.336,12R$ 5.380,99
30 mesesR$ 5.449,05R$ 5.480,81R$ 5.591,27R$ 5.423,62R$ 5.480,69

* A TR considerada foi zero. Não há desconto de Imposto de Renda nesta aplicação.
** Taxa DI considerada foi de 4,89% ao ano. 
*** Houve desconto de uma taxa de 0,5% (CBLC + corretagem)

Poupança rende menos nos prazos mais longos

Apesar de a poupança ser livre de Imposto de Renda, as simulações feitas acima mostram que as rentabilidades do CDB e Tesouro Selic ainda são maiores do que a da poupança nos prazos mais longos.

Apenas em prazos menores de 6 meses a caderneta ganha de CDBs que pagam 90% do CDI e de títulos Tesouro Selic.

A rentabilidade da poupança é maior do que a de fundos DI com taxas de 1% ao ano em qualquer prazo.

 Metodologia

As alíquotas do Imposto de Renda diminuem conforme o prazo do investimento: 22,5% para resgates em até 180; 20% para resgates de 181 dias a 360 dias, 17,5% para resgates de 361 dias a 720 dias; e 15% para resgates acima de 721 dias.

As simulações consideram taxas de administração e de remuneração normalmente praticadas no mercado.

Com a mudança nas regras de classificação dos fundos promovida pela associação de entidades de mercado, os fundos DI deixaram de ter uma denominação própria. Com isso, eles foram incorporados à classe de fundos de renda fixa.

As próprias gestoras puderam determinar para qual subcategoria os fundos DI iriam — a maioria foi para “Fundos de Renda Fixa Duração Baixa Soberano” ou “Fundo de Renda Fixa Duração Baixa Grau de Investimento”.

De todo modo, como os fundos que acompanham os juros continuam sendo chamados de fundos DI no mercado, o levantamento também manteve a nomenclatura. O investidor precisa consultar a estratégia de cada produto para checar se, de fato, o fundo acompanha a flutuação do CDI.

Quanto ao Tesouro Selic, é preciso considerar que, ao comprar qualquer título público, o investidor paga uma taxa de custódia de 0,3% ao ano para a B3, não importa a corretora escolhida.

Algumas instituições também cobram taxa de corretagem, de até 2% ao ano, conforme a instituição. Veja no site do Tesouro Direto as taxas cobradas por cada corretora.

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