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Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2010 às 20h32.
Para quem perdeu o emprego, não há nada mais desesperador que pensar nas contas no final do mês. O saldo no banco diminui e o mal-estar aumenta quando o trabalhador se dá conta de que as perspectivas para os próximos meses não são boas. Esse sentimento de insegurança despertado pela crise global, dizem os especialistas, vem elevando o interesse dos consumidores pelos seguros que oferecem proteção contra o desemprego.</p>
Comercializados por lojas, concessionárias de energia, bancos e revendedoras de veículos, esses produtos garantem o pagamento parcial ou total de uma dívida em caso de demissão involuntária. "É uma forma de se ter mais tranquilidade ao adquirir um bem ou contratar um serviço", diz José Alexandre Vasconcelos, gerente de Massificados da Chubb Seguros.
Por trás do produto sempre há uma seguradora, que é responsável pelo pagamento em caso de sinistro. As apólices têm baixo custo - 5 reais por mês, em média - e geralmente incluem outras coberturas, como morte ou invalidez, incapacidade física temporária e assistência domiciliar. "O produto é interessante também para as empresas, já que reduz as chances de inadimplência dos clientes", destaca Vasconcelos. Segundo o executivo, vem crescendo nas últimas semanas o número de empresas interessadas em ofertar o seguro. A expectativa da Chubb para 2009 é de expansão de até 40% na demanda. Na Zurich Seguros, as contratações de apólices subiram 11% de novembro para dezembro e, de acordo com o diretor de Massificados da companhia, Luis Reis, devem continuar crescendo no decorrer do ano.
Mas nem todos os consumidores se enquadram no perfil exigido. Para ter direito à cobertura, o consumidor deve estar empregado com carteira assinada há pelo menos um ano. "E não adianta contratar o seguro durante o aviso prévio, pois o prazo de carência varia de 30 a 60 dias", adverte Cesar Medeiros, diretor-executivo de Canais da seguradora Aon Affinity.
As apólices fixam o valor máximo de cobertura e um número de parcelas a serem quitadas. As da Telefônica, por exemplo, pagam contas de até 80 reais por um período de 12 meses. Se a fatura ultrapassar esse valor, o pagamento da diferença fica a cargo do cliente.
Já a construtora Goldfarb oferece outro tipo de proteção. Em caso de demissão, o comprador poderá suspender o pagamento das prestações por até quatro meses. "Passado esse prazo, se ele não conseguir voltar a pagar, nós recompramos o imóvel pelo mesmo valor que lhe foi vendido", garante o presidente da empresa, Milton Goldfarb.
Para não ter erro
A contratação de um seguro, por mais simples que pareça, exige atenção. Antes de fechar negócio, a coordenadora Institucional da Pro Teste, Maria Inês Dolci, sugere ao consumidor avaliar se a relação custo-benefício é realmente vantajosa. Como as apólices têm coberturas semelhantes, é preciso checar se não há sobreposição de serviços, como assistência residencial e descontos em farmácias e supermercados. "Quem já tem um seguro corre o risco de acabar pagando duas vezes pelo mesmo serviço", alerta Maria Inês.
Decidindo-se pela contratação, o consumidor deve verificar se a seguradora é autorizada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) a operar. A assinatura do contrato só deve acontecer após o consumidor ler todos os itens e tirar suas dúvidas. Qualquer acordo entre o vendedor e o consumidor, para que tenha validade, deverá constar no documento.
Se ainda assim surgirem problemas, Maria Inês orienta o consumidor a entrar em contato por telefone com a seguradora e anotar o protocolo de atendimento. Em seguida, enviar a reclamação por escrito à empresa, informando o número de protocolo. "Caso não haja uma solução, o consumidor deverá procurar um órgão de defesa do consumidor para tratar a questão", diz Maria Inês.
Proteção para as contas
Veja quem oferece o seguro contra desemprego
Lojas: Dudony, EletroZema, Lojas Americanas, Lojas Otoch, Lojas Renner, Pernambucanas, Redesplan, Riachuelo
Supermercados: Extra, Compre Bem, Pão de Açúcar
Crédito pessoal: Banco Cacique, Banco Panamericano, Losango
Veículos: Banco Yamaha, Santander (consórcio)
Imóveis: Goldfarb
Energia elétrica: Celpe, Cemig, CPFL, Eletropaulo, Energisa, Light
Telefone: Telefônica