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Saque do FGTS: vale a pena sacar os R$ 1.000?

Com a liberação do saque de até mil reais do FGTS, especialistas foram consultados para dar as melhores dicas de como utilizar do dinheiro para suas finanças

FGTS: saque de até R$ 1.000 começa no dia 20 de abril (Priscila Zambotto/Getty Images)

FGTS: saque de até R$ 1.000 começa no dia 20 de abril (Priscila Zambotto/Getty Images)

No final do mês passado, o governo anunciou que irá liberar um saque no valor de até R$1.000 do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os saques poderão ser feitos a partir do dia 20 de abril e seguirão um calendário de divulgação. Cerca de 40 milhões de pessoas poderão ser beneficiadas.

A medida visa aliviar os problemas com dívidas das famílias brasileiras. O número de endividados no Brasil chegou a 12,5 milhões de pessoas em fevereiro deste ano, o que representa 76,6% das famílias do país. É o que aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada pela Confederação Nacional do Comércio.  

Pagar as dívidas

Para saber qual é a melhor maneira de utilizar o dinheiro, EXAME Invest entrevistou especialistas em planejamento financeiro. Com o principal objetivo do dinheiro é aliviar a situação das famílias endividadas no país, a recomendação é que o valor sacado seja utilizado para pagamento de dívidas.

Para Regina Prataviera, planejadora financeira CFP pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro - Planejar, pagar as dívidas deve ser prioridade para aqueles que realizam o saque. Pagar a dívida mesmo que parcialmente, pode ser uma opção para diminuir os valores que são acumulados em juros pela inadimplência. Ela explica que é importante priorizar quitar as dívidas de maiores taxas de juros, como cartão de crédito, cheque especial e outros créditos pessoais. “Juros a gente ganha, não paga.” 

Prataviera acrescenta que é importante avaliar se a taxa de juros está abaixo da taxa de algum possível investimento, pois se estiver, é mais recomendado que este dinheiro seja aplicado e que funcione como fonte extra de renda para facilitar o pagamento da dívida no médio prazo.

Posição inclusive que é defendida por Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Profissionais da Educação Financeira (Abefin). Para ele, o dinheiro precisa ser usado como investimento, se o valor não for suficiente para o pagamento das dívidas por completo. De acordo com Domingos, o pagamento parcial da dívida não resolve o problema, enquanto o dinheiro aplicado e o rendimento no médio prazo, pode ajudar o consumidor ter uma renda extra mais constante.

Investir o Dinheiro

Mas mesmo para as pessoas sem dívidas ativas, a recomendação de ambos os especialistas é que seja feito o saque destes R$1.000, visando rentabilizar mais deste dinheiro.

O FGTS, em 2022, rende 3% mais a aplicação mensal da taxa referencial (TR), e comparado com outros investimentos em que pode ser alocado, manter o dinheiro no fundo de garantia pode significar a perda de uma oportunidade de potencializar a geração de renda. Enquanto Prataviera recomenda o investimento em CDBs, LCIs e LCAs para aproveitar das altas taxas de juros atuais, Domingos recomenda o investimento em tesouro SELIC ou outras alternativas pós-fixadas que superarem o rendimento anterior.

Domingos ainda reforça a importância da alocação deste dinheiro para investimentos, pois ao ficar parado na conta corrente, além de perder os rendimentos, ele também perde a proteção de penhora que o FGTS dá a esse valor. Então, até para os que não são investidores, este é um ótimo momento para que qualquer pessoa comece a estudar sobre o assunto e crie uma reserva de emergência em fundos de investimento de renda fixa.

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