O saldo mensal dos investimentos estrangeiros na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou seu primeiro desempenho negativo em 2004. Em junho, a diferença entre ordens de compra e venda gerou um resultado negativo de 571,312 milhões de reais. Com isso, o saldo acumulado de recursos estrangeiros somou 2,16 bilhões de reais positivos em junho. O valor é 20,9% menor que os 2,731 bilhões de maio e assinala a primeira vez, neste ano, que o acumulado sofre recuo (veja tabela abaixo).

O desempenho contribuiu para que os investimentos externos perdessem participação no total de negócios da Bovespa. Os estrangeiros, que em maio responderam por 31,9% do movimento da bolsa, tiveram seu peso rebaixado para 27,2% no mês passado. Somente em junho, as ordens de venda formuladas por estrangeiros alcançaram 6,294 bilhões de reais e as de compras, 5,723 bilhões.

As pessoas físicas também reduziram sua presença no pregão para 25,3% no mês passado. Esse tipo de investidor vem perdendo peso na Bovespa nos últimos meses. Em abril, sua participação sobre o volume de negócios era de 26,9%, caindo para 25,8% em maio.

Outros tipos de investidores, em contrapartida, estão mais presentes na bolsa. Os investidores institucionais movimentaram 25,9% do volume comercializado no mês passado, ante 25,5% em maio e 28,1% em abril; as instituições financeiras ficaram com 16,8% em junho, 12,5% em maio e 13,8% em abril; empresas, 2,7% em junho, 2,3% em maio e 2,4% em abril.

Giro

O volume negociado em junho pela Bovespa atingiu 22,12 bilhões de reais, montante 5% maior que os 21,07 bilhões de maio. O pregão viva-voz respondeu por 3,88% desse total; já o sistema eletrônico gerou os demais 96,12%. A média diária de negócios, porém, baixou 3%, de 51 878 no mês retrasado, para 50 250.