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Saiba se vale a pena sacar R$ 1.045 do FGTS

Saque emergencial do fundo pode trazer alívio para quem está com as contas comprometida devido à crise

FGTS: calendário de saque começa no dia 29 de junho (SOPA Images / Contributor/Getty Images)

FGTS: calendário de saque começa no dia 29 de junho (SOPA Images / Contributor/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 15 de junho de 2020 às 16h27.

Última atualização em 15 de junho de 2020 às 16h29.

A Caixa divulgou no último sábado, 13, o calendário de saque do FGTS emergencial. A medida foi anunciada para amenizar os efeitos econômicos da pandemia do coronavírus (covid-19). A expectativa é que 60 milhões de brasileiros saquem o dinheiro a partir do dia 29 de junho. 

Podem sacar todos os trabalhadores que tenham contas ativas ou inativas com saldo do FGTS. O saque é limitado a 1.045 reais por conta no fundo. Quem tiver menos do que 1.045 reais no FGTS poderá sacar o valor total. Mas será que vale a pena sacar o dinheiro? 

Para Marco Harbich, planejador financeiro pela Planejar, a resposta é sim. Ele explica que o saque é uma oportunidade de resgatar o dinheiro do fundo. Por lei, o saque é permitido em alguns casos, como de demissão sem justa causa, aposentadoria, falecimento do trabalhador, algumas doenças específicas, entre outros. “É uma chance de resgatar o dinheiro. Com a crise e a pandemia, o trabalhador não sabe quando ele precisará. Recomendo a todos que saquem o valor.”

Com o dinheiro em mãos, a pessoa deve decidir como ele será utilizado. Para quem estiver endividado, com contas em atraso, o dinheiro resgatado do fundo deve ser utilizados para quitar as dívidas. As contas com os juros mais altos devem ser a prioridade no pagamento. 

Já que têm dívida, mas conseguiu manter o pagamento em dia após o início da pandemia não deve utilizar o dinheiro com esta finalidade. Segundo o planejador, se o orçamento não foi comprometido com o início da crise, o dinheiro do saque deve ficar como reserva de emergência. “É melhor reforçar o caixa do que abater o saldo. Uma oportunidade para reforçar a reserva de emergência ou iniciar uma”, acrescenta Harbich.

Quem for sacar o dinheiro para colocar na reserva de emergência deve optar pelo Tesouro Selic ou na poupança, aconselha Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). 

“Não dá para comemorar ganhos. O rendimento será muito próximo da inflação projetada. Este recurso é para manter o poder de compra da população que acabou perdendo renda. Não é para aplicação financeira.”

 O que não fazer 

A utilização menos adequada de usar este dinheiro do saque emergencial do FGTS é fazer novas dívidas. Este dinheiro não deve ser utilizado em compras que possam prejudicar a renda futura do trabalhador, como financiamento de carro e motos, entre outros. Além disso, o dinheiro não deve ser utilizado para compra de produtos supérfluos.

“São duas perguntas antes de comprar. Eu posso comprar? Eu preciso comprar. Lembre-se é um momento de crise”, finaliza Harbich.

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