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Roubos de carro crescem 50% no Rio e seguros ficam mais caros

Com o crescimento do número de roubos, o preço médio dos seguros para quem mora no estado subiu 20%

Roubos: o crescimento dos crimes com violência ou ameaça foi generalizado, sobretudo na região metropolitana (Stock.xchng/Reprodução)

Roubos: o crescimento dos crimes com violência ou ameaça foi generalizado, sobretudo na região metropolitana (Stock.xchng/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de maio de 2017 às 11h36.

Última atualização em 30 de maio de 2017 às 11h37.

Rio de Janeiro - Os roubos de automóveis no Rio cresceram 50,1% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi um salto de 3.259 para 4.891 ocorrências.

No confronto do primeiro quadrimestre com o de 2016, o crescimento foi de 13.065 para 18.389 casos, mais 40,75%. Com isso, o preço médio dos seguros para quem mora no Estado subiu 20%. E algumas corretoras avaliam se o negócio, em território fluminense, ainda compensa.

Professor da Escola Nacional de Seguros, Lauro Faria acrescenta que o índice de sinistralidade - razão das indenizações pagas pelas seguradoras em relação às mensalidades pagas - aumentou cerca de 70% no último ano. Isso torna o seguro de veículos um negócio menos vantajoso no Rio.

O crescimento dos crimes, com violência ou ameaça, foi generalizado, sobretudo na região metropolitana. Mesmo a zona sul da capital, que historicamente apresenta um porcentual baixo de roubo de veículos, teve crescimento de 45,77% no primeiro trimestre.

Também houve aumento nos roubos de veículos nas zonas norte e oeste, com 18% e 20%. Os números são da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).

Um bairro da capital que se destacou negativamente nessas estatísticas foi a Ilha do Governador. Já as regiões norte e noroeste fluminense registraram leve queda de ocorrências.

A FenSeg destaca que o horário com maior registro de ocorrências de roubo (e furto) de veículos foi entre 18 e 24 horas. Nessa faixa, concentraram-se 47% das ocorrências. Os modelos mais visados pelos ladrões são os populares ou que já saíram de linha. São veículos cujas peças são mais fáceis de vender.

Preço

O diretor executivo da FenSeg, Julio Rosa, afirma que o aumento no roubo de veículos atinge diretamente o preço do seguro. Para formulá-lo, as seguradoras consideram, além dos fatores individuais de risco do cliente, questões relacionadas à região de circulação do veículo, como os índices de roubo ou furto de veículos. "Hoje não há ninguém em nosso círculo familiar ou de amizade que não tenha sido alvo de um meliante", diz Rosa.

A FenSeg vai iniciar, em alguns dias, uma campanha para ajudar os motoristas a evitar os ataques dos criminosos no Estado. A entidade listou oito "mandamentos" em um folheto que será distribuído em semáforos e estacionamentos (mais informações nesta página).

Lauro Faria defende que a correta aplicação da Lei do Desmonte, que regulamenta os chamados ferros-velhos, poderia ajudar na redução dos índices de roubos.

A norma determina que os Detrans controlem o comércio de autopeças e gerenciem o credenciamento de empresas habilitadas. "Obviamente, o ladrão não vai querer vender com nota fiscal. A correta fiscalização da aplicação da lei, com a ação da polícia, vai diminuir esse mercado clandestino."

O titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis, Alessandro Petralanda, não quis falar com o Estado sobre o assunto. Por nota, a Polícia Civil afirmou que "está investigando esses casos e vem concentrando esforços com todos os órgãos de segurança para reprimir essa modalidade criminosa e prender os autores dos delitos e as respectivas quadrilhas".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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