BLK espera que operações por algoritmos cheguem a 20% do total de operações no Brasil (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 8 de maio de 2012 às 15h30.
São Paulo - Um novo software de algoritmo voltado à pessoa física está disponível nas corretoras XP Investimentos, Walpires, Solidez, Rico/Octo Investimentos, Interbolsa do Brasil e UM Investimentos. O sistema, também chamado de robô de alta frequência, permite ao cliente utilizar algoritmos financeiros para executar operações em ativos e derivativos, de acordo com ordens pré-customizadas.
A plataforma, chamada RoboTrader Lite, tem custo inicial de 600 reais. Segundo Rogério Paiva, sócio-diretor da empresa que desenvolveu o software, a BLK Sistemas Financeiros, o sistema é uma porta de entrada para quem quer começar a utilizar estratégias de alta frequência, pois não contém algoritmos muito complexos.
“No Lite nós temos um algoritmo que é o Long & Short. A pessoa física que opera por gráfico, por exemplo, fica vendo que tem que vender ações da Petrobras no primeiro gráfico e no segundo gráfico vê que a Vale vai subir. Pelo algoritmo, a troca de um ativo por outro acontece automaticamente, o robô detecta que o parâmetro configurado inicialmente pelo cliente foi batido e opera no mercado esse recurso”, explica Paiva.
Os robôs permitem a realização de centenas de milhares de operações por dia e por isso são mais utilizados por bancos, gestores de fundos e grandes corretoras. Para adaptar a plataforma à pessoa física, a BLK fez um estudo de quais estratégias seriam mais utilizadas de acordo com os perfis dos clientes. “Quando se fala de alta frequência, o público-alvo sempre foi a mesa de operações. A gente tentou adaptar a plataforma para as pessoas físicas”. Enquanto outros softwares da empresa contemplavam 20 estratégias, por exemplo, na versão Lite existem cerca de cinco estratégias que são as mais usadas pela pessoa física.
Algoritmos no Brasil e no mercado internacional
As operações com algoritmos já são bastante populares em alguns mercados de ações internacionais, como nos Estados Unidos, onde 70% das operações são realizadas com algoritmos e no Japão, por exemplo, onde ocupam uma fatia de 40%. Aqui no Brasil, apenas 10% das operações são realizadas por meio dos robôs atualmente.
Rogério acredita que, com a oferta dos novos produtos, as operações de alta frequência possam chegar a 20% do total de operações na Bovespa. “Nossa meta é chegar a 20%, mas nós dependemos da Bovespa aumentar a capacidade dela também. Nós estamos alinhados com o timing da bolsa para liberar mais produtos e, com mais robôs, nós só aumentamos a capacidade do mercado”.