Fachada da sede do Banco Central em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2015 às 22h28.
São Paulo - Com a alta de 0,50 ponto porcentual da taxa básica de juros (Selic), anunciada pelo Banco Central, os fundos de renda fixa continuam mais vantajosos em relação à poupança, mas diminuíram a atratividade em relação à taxa anterior, mostra estudo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Com a Selic em 14,25% ao ano, os rendimentos dos fundos são mais vantajosos em 18 dos 24 cenários calculados pela entidade. Quando a taxa básica de juros anual da economia estava em 13,75%, os fundos eram mais atrativos em 21 cenários.
Cálculos do diretor de Estudos e Pesquisas da Anefac, Miguel José Ribeiro, indicam que, com a Selic em 14,25%, os rendimentos da poupança se tornam maiores do que os de fundos de renda fixa em cinco cenários, envolvendo aplicações com prazo de resgate de até um ano em fundos com taxas de administração iguais ou maiores que 2,5% ao ano ou em operações entre um e dois anos com taxa igual ou superior a 3%.
O retorno dos dois se iguala em apenas um dos cenários: investimentos em fundos com prazo de retorno acima de dois anos, com taxa de administração de 3% ou mais. Com a Selic em 13,75%, a caderneta era mais atrativa em somente dois cenários.
Miguel Ribeiro pondera que, apesar de ser menos atrativa na maioria dos casos, a poupança se destaca em relação aos fundos cujas taxas de administração são superiores a 2,5% ao ano por não pagarem Imposto de Renda nem taxas de administração. "Este fato deverá provocar reduções nos custos das taxas de administração dos bancos para não perderem clientes", reforça em relatório.
Operações de crédito
Análise da Anefac mostra ainda que a elevação da taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual terá, assim como das outras vezes, um efeito "muito pequeno" nas operações de crédito.
Pelos cálculos da associação, a taxa de juros média para consumidores subirá 1,01 ponto porcentual, para 124,63% ao ano. Já para as linhas de crédito contratadas por empresas, a taxa anual aumentará 0,74 ponto, para 61,40%. A entidade explica que isso ocorre pois existe um "deslocamento muito grande" entre a Selic e as taxas de juros cobradas aos consumidores, provocando uma variação de quase 800% entre as duas pontas.