EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
A receita dos bancos com prestação de serviços dobrou na última década, passando de 6,25% do total de receitas do setor bancário em 1994 para 12,7% em 2005. Segundo estudo divulgado nesta terça-feira (20/6) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o controle da inflação provocou uma mudança na fonte de receita das instituições financeiras: "Com a estabilidade dos preços, as receitas de inflação (floating), outrora apropriadas pelos bancos, são substituídas pela gradativa cobrança de prestação de serviços".
Estima-se que a receita dos maiores bancos com floating tenha despencado de 9,5 bilhões de reais em 1994 para 903 milhões em 1995. Para suprir essa perda, os bancos "constituíram um eficiente sistema de cobrança de tarifas bancárias, passando a cobrar por serviços até então gratuitos, entre os quais, extratos bancários, emissão de cheque de baixo valor, renovação de cadastro de cheque especial, remessa domiciliar de talão de cheques e manutenção de cartão magnético".
Concentração
O levantamento destaca também que as receitas com serviços apontam um alto grau de concentração no setor bancário. De acordo com o Dieese, 50% das receitas geradas por prestação de serviços são apropriadas por apenas 2,2% das instituições bancárias. Em 2005, os 135 bancos que existem Brasil arrecadaram juntos 41 bilhões de reais com prestação de serviços, sendo que desse total, 20,1 bilhões de reais foram obtidos por apenas três instituições: Banco do Brasil, Itaú e Bradesco.
A cada 100 reais pagos aos bancos na prestação de serviços, 22 reais vão para o pagamento de despesas com pessoal, 51 para outras despesas estruturais, 15 para tributos e 12 para o lucro das instituições, aponta um levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, citado no estudo do Dieese.