Modelo Fox, da Volkswagen: montadora anunciou recentemente o recall de unidades ano-modelo 2022 por causa de um possível defeito na polia do motor | Foto: Volkswagen/Divulgação (Volkswagen/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2021 às 09h53.
Última atualização em 31 de agosto de 2021 às 10h08.
A vida do dono de carro não está fácil. Além da disparada dos preços dos combustíveis e do valor de veículos novos e usados, é cada vez mais frequente o recall de modelos para correção de defeitos de fabricação. O número de recalls aumentou 31% no primeiro semestre na comparação com o mesmo período de 2020, segundo dados da startup Papa Recall, que aposta em propagar os dados dos chamados para economizar com reparos de acidentes e consertos.
Veículos que rodam no país foram afetados, por exemplo, por aquele que é considerado o maior recall da história, de defeito de fabricação nos airbags produzidos pela Takata, que pode levar a ferimentos em caso de abertura da bolsa inflável. São cerca de 20 montadoras e mais de 100 milhões de automóveis envolvidos nesse recall de alcance global.
A Papa Recall, por sua vez, desenvolveu um aplicativo que agrega informações dos chamados anunciados pelas montadoras no país e o histórico de chamados pelo ano de fabricação. De janeiro a junho, foram 48 chamados de 24 companhias para o reparo gratuito de 101 modelos.
Problemas no sistema elétrico lideram a lista das ocorrências mais comuns, com dez casos, seguidos de falhas nos sistemas de combustível (nove casos) e nos sistema de airbags e freios (seis casos cada).
Em muitos casos, a troca é necessária por razões de segurança, porque envolve riscos de acidentes que podem causar ferimentos nos passageiros. Desde abril deste ano, levar o carro para o reparo também se faz obrigatório indiretamente por meio de lei federal que impede o licenciamento de veículos com o recall pendente.
"Atender um recall automotivo é sinônimo de segurança para todos e, principalmente, garantia de economia no bolso do proprietário. Um defeito de fabricação pode, por exemplo, acarretar danos a outras peças, aumentar o consumo de combustível e até causar acidentes", disse Vinicius Melo, fundador e CEO do Papa Recall.
"Com a novidade do bloqueio do CRLV-Digital para os carros que têm recall pendente, além do prejuízo financeiro, vem a dor de cabeça com a burocracia para deixar tudo legalizado novamente", completa o empreendedor. A base da plataforma conta atualmente com cerca 50 mil usuários.
Um dos principais públicos-alvo da startup são locadoras de automóveis que precisam fazer o monitoramento da necessidade de recall de sua frota de veículos. Concessionárias também são outro público potencial do serviço.
"As informações sobre recall são uma espécie de caixa de pandora, há pouca transparência no setor. Decidimos explorar esse negócio para levar essas informações e ampliar a segurança para os motoristas", afirma o fundador da Papa Recall.