Vitreo: George Wachsmann e Patrick O'Grady otimistas com o mercado em 2020 (Rafael Yago, Vitreo/Divulgação)
Karla Mamona
Publicado em 6 de janeiro de 2020 às 14h25.
São Paulo - O IPO (Oferta Pública Inicial) da XP INC. na bolsa americana Nasdaq no final do ano passado trouxe cerca de 13 mil novos clientes e captação de R$ 250 milhões para a gestora independente Vitreo. Na época, ela era a única alternativa para que os investidores brasileiros pudessem participar do IPO bilionário da XP.
Com pouco mais de um ano de existência, a gestora tem 3,5 bilhões de reais em ativos e 50 mil clientes investidores. Com o lançamento de novos produtos, a Vitreo tem planos ambiciosos. “Queremos multiplicar esse número por cinco em 2020”, afirma Patrick O'Grady, CEO da Vitreo, em entrevista a EXAME.
Todo esse otimismo está baseado no cenário atual do mercado financeiro brasileiro, que passa por um momento de migração, em que os investidores estão saindo de produtos tradicionais e buscando tomar mais risco, após a taxa Selic atingir a mínima histórica.
Logo no início do ano, a Vitreo anuncia a reabertura do fundo multimercado Carteira Universa, com investimento mínimo de 5 mil reais e a taxa de administração de 1,25% ao ano.
Lançado em junho do ano passado, o fundo foi fechado duas vezes para chamada “parada técnica”, período em que ocorre a realocação de ativos pelos gestores. A primeira aconteceu quando o fundo atingiu 400 milhões de reais em captação e a segunda quando chegou em 750 milhões de reais. A próxima parada está prevista para ocorrer quando o fundo alcançar 1,5 bilhão de reais.
A reabertura do fundo coincidiu com a divulgação da rentabilidade da carteira Universa pela primeira vez desde sua criação. Em seis meses, a rentabilidade da Carteira Universa foi de 13,83%, equivalente a 492,6% do CDI, que rendeu 2,81% no período. “É um resultado extraordinário”, comemora George Wachsmann, sócio da Vitreo.
Além da reabertura do fundo Carteira Universa, a Vitreo lançou FoF (Fund of Funds) Melhores Fundos com foco em fundos multimercados. Em abril, a gestora tinha lançado o FoF Melhores Fundos Ações, seguido pelo lançamento do FoF Melhores Fundos Multiestratégia.
“É uma sequência lógica. Brincamos que é quase um spin-off. Muitos gestores estão buscando oportunidades de maiores riscos”, acrescenta Wachsmann.
O novo FoF investe em fundos macro tradicionais e fundos sistemáticos, controlados em grande parte por algoritmos. O produto irá alocar os investimentos em gestores como Absolute, SPX, Ibiuna, Kapitalo, Legacy, Canvas e Pandhora, entre outros.
O Vitreo FoF Melhores Fundos Multimercados FICIFIM tem taxa de administração de 0,75% ao ano e taxa de performance de 10% sobre 100% do que exceder o CDI, além de aplicação mínima de 1 mil reais.