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Quer melhorar o Natal? Arrisque

As recomendações dos especialistas para investir até dezembro

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Quais as melhores opções de investimento nestes últimos meses do ano? Como ganhar mais ou evitar perdas? Consultamos cinco dos mais renomados administradores de recursos do país -- profissionais de instituições premiadas na edição 2003 do guia EXAME Os Melhores Fundos de Investimento. As respostas foram unânimes: arrisque, invista em aplicações como fundos de ações, derivados e multimercado.

A aposta no risco tem duas justificativas básicas. A primeira: a expectativa de queda dos juros. Pelos prognósticos do mercado, o Banco Central deve reduzir -- até dezembro -- as taxas dos atuais 20% ao ano para 16% ou 17%. "A economia não está muito aquecida e há poucas chances de a inflação subir", diz Alexandre Vitorino, chefe da mesa de operações da empresa de administração de recursos do banco Votorantim. Assim, aplicações conservadoras, como fundos DI e de renda fixa -- que investem em títulos da dívida pública e cuja rentabilidade acompanha os juros de mercado --, não devem apresentar um desempenho excepcional nos próximos meses.

A segunda justificativa para preferir o risco são as perspectivas de recuperação econômica. "O reajuste de alguns salários e os estímulos ao crédito devem aumentar o consumo, mas sem pressionar a inflação", diz Ricardo de Campos, sócio-gestor da corretora paulista Hedging-Griffo. A Bolsa de Valores de São Paulo já subiu 52% neste ano -- tornando-se o melhor investimento do mercado --, mas ainda há espaço para alta. Esses dois fatores tendem a elevar as vendas das empresas e a aumentar sua rentabilidade, o que beneficia os investimentos em ações.

Conselho dos especialistas: desista do dólar -- pelo menos por enquanto. "O cenário internacional está favorável", diz Luciane Ribeiro, diretora da empresa de administração de recursos do banco Safra. Por isso, a moeda americana não tem muito espaço para subir até o fim do ano.

A seguir, as recomendações de cada um dos gestores consultados. Todos tomaram como base a situação de um investidor com 100 000 reais disponíveis para aplicação.

ROBERT JOHN VAN DIJK, diretor executivo da Bradesco Asset Management (Bram)

  • RECOMENDAÇÃO: Preferir os fundos DI, que acompanham mais de perto as oscilações das taxas de juro, aos fundos de renda fixa prefixados. "No curto prazo, os fundos DI devem apresentar um desempenho melhor", diz Van Dijk. A quase totalidade do mercado está considerando juros mais baixos em suas projeções. Por isso, há poucas vantagens em assumir uma posição prefixada na tentativa de garantir uma rentabilidade maior. Quem tiver apetite para correr um pouco mais de risco pode dedicar uma parcela do dinheiro às ações. "O investidor deve pensar na renda variável como uma alternativa de longo prazo, pelo menos um ano, mas as ações ainda têm fôlego para subir no curto prazo."
  • DICA QUENTE: Fundos multimercado, que permitem aproveitar oportunidades de ganho em ações, e de renda fixa.
  • NÃO APOSTA: No câmbio. "Evite o dólar, exceto nos casos clássicos de proteção", diz Van Dijk. Ele só recomenda aplicações vinculadas à moeda americana para quem tem dívidas em dólar ou pretende viajar ao exterior.

    LUCIANE RIBEIRO, diretora da Safra Asset Management

  • RECOMENDAÇÃO: A renda fixa DI (pós-fixada) deve ser o porto seguro para 50% do portfólio das pessoas físicas, normalmente mais conservadoras. Renda fixa prefixada serve apenas para aplicações de prazo superior a um ano. As ações devem representar 30% dos recursos. Apesar de a bolsa ter subido bastante, ainda existe a possibilidade de alta de mais 10% até o fim do ano. Os fundos multimercado, que investem em renda fixa, renda variável e câmbio, devem receber 20% do patrimônio.
  • DICA QUENTE: A bolsa já subiu mais de 50% neste ano, mas ainda tem muito espaço para se recuperar porque vem de três anos seguidos de queda. Em 2004, a expectativa

    das ações continua sendo boa, com possibilidade de retomada forte do crescimento.
  • NÃO APOSTA: Em alta significativa do dólar.

    ALEXANDRE VITORINO, chefe da mesa de operações da Votorantim Asset Management

  • RECOMENDAÇÃO: O investidor agressivo pode acreditar num cenário otimista, com queda forte dos juros básicos da economia até o fim do ano, para 16%, e continuidade da recuperação dos pregões, com o Ibovespa atingindo 19 500 pontos. Nesse caso, a distribuição ideal dos recursos é 50% em bolsa e 50% em renda fixa prefixada. Um investidor moderado, que espera variações menos espetaculares -- com juros a 17% e bolsa a 18 000 pontos --, pode colocar 85% em prefixado e 15% em bolsa. Os dois cenários têm mais de 60% de chance de se realizar.
  • DICA QUENTE: Aplicar em fundos multimercado, pela capacidade dos gestores de buscar rentabilidade na alta e na baixa do mercado.
  • NÃO APOSTA: Em inflação. "Os fundos indexados a IGP-M perderam o charme."

    ROSELI MACHADO, diretora de gestão da Fator Administração de Recursos

  • RECOMENDAÇÃO: Diminuir a aplicação em renda fixa tradicional (fundos DI) para no máximo 40% do portfólio. A bolsa deve receber 25% do dinheiro do investidor, já que o cenário é de crescimento da economia e aumento de lucros para 2004.

    Os fundos de derivativos devem ocupar os 35% restantes do portfólio. Esse tipo de aplicação ganha com oscilações de todos os mercados -- juros, câmbio e bolsa.

    Dólar somente para os muito conservadores, pois não há espaço para valorização.
  • DICA QUENTE: Na bolsa. Alguns setores que podem proporcionar ganhos no curto prazo são o siderúrgico, o petroquímico, além das empresas de telefonia celular.
  • NÃO APOSTA: Na inflação. Os preços devem se manter comportados, sem pressões nem do dólar nem de alguma súbita explosão do consumo. Portanto, os investimentos vinculados ao IGP-M ou ao IPCA não são uma boa pedida.

    RICARDO DE CAMPOS, sócio da empresa de administração independente Hedging-Griffo

  • RECOMENDAÇÃO: Aproveitar o otimismo do mercado e investir em ações. Hoje o cenário está muito melhor do que estava no começo do ano porque há mais consenso no governo sobre o que é preciso fazer: investir mais em exportações, tratar as questões de previdência e incentivar a indústria. A bolsa tem boas perspectivas. Há uma demanda reprimida em vários setores, e as vendas devem melhorar graças aos estímulos ao crédito.
  • DICA QUENTE: Existem algumas incertezas no cenário internacional que podem afetar o fluxo de dinheiro para países emergentes. Por isso, quem for muito conservador pode colocar uma parcela de seu patrimônio em ouro. Uma boa alocação é 20% em ações, 5% em ouro e 75% em renda fixa DI.
  • NÃO APOSTA: No dólar.
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