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Quer investir no exterior? Que tal considerar a China?

Investidor mais abastado pode considerar investir em investimentos atrelados ao iuane para ganhar mais do que nas aplicações em dólar ou em euro


	Iuane: aplicações permitem que investidor ganhe juros mais a valorização da moeda
 (AFP)

Iuane: aplicações permitem que investidor ganhe juros mais a valorização da moeda (AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de abril de 2014 às 07h00.

São Paulo – Assim como há pessoas que investem em aplicações atreladas ao dólar ou ao euro, é possível também investir em aplicações ligadas à moeda chinesa – o Renminbi, que é uma nomenclatura mais usada oficialmente, ou iuane, como é o nome da unidade da moeda e também o termo mais comumente usado.

De acordo com Bruno Martins, especialista na moeda chinesa do banco suíço Julius Baer, os investimentos atrelados ao iuane vêm se tornando atrativos em função do crescimento da importância da China no cenário econômico internacional.

Ele elenca três fatores principais para crer no fortalecimento da moeda: a vontade de o governo chinês transformar o Renminbi em uma moeda usada internacionalmente, tornando-a uma das principais moedas do comércio mundial, ao lado do dólar e do euro; a necessidade de transmitir confiança aos investidores estrangeiros na China, evitando uma depreciação artificial; e o estímulo do governo ao consumo interno, dotando a população de um maior poder de compra.

Outra vantagem é a baixa volatilidade: “O Renminbi não é uma moeda que está flutuando de maneira livre como o euro e o dólar. Quem estabelece seu valor é o banco central chinês. E o interesse do país, neste momento, é valorizar a moeda”, diz Martins.

Martins lembra que, desde que foi lançado em 2011, o iuane já se valorizou mais de 40% frente ao real. Mas embora a possibilidade de ganhar com a valorização da moeda exista, o investidor não deve esperar grandes ganhos.

Entre as aplicações atreladas ao iuane oferecidas pelo banco suíço estão, por exemplo, os depósitos a prazo e os certificados de depósitos. Aqueles emitidos pelo Banco Popular da China pagam 3% em 12 meses, mais a apreciação da moeda. “Um título semelhante nos Estados Unidos paga 0,3% ou 0,4% em um ano”, diz Martins.

Ele explica que os certificados de depósito são emitidos por bancos, para financiarem suas atividades, mais ou menos como acontece com os CDBs aqui no Brasil.

Outro tipo de investimento são as obrigações em Renminbi, emitidas por empresas como Caterpillar, America Movile e Santander Chile. “Se uma obrigação em dólar pagar 1,0% ou 1,5% ao ano, a obrigação em Renminbi paga o dobro”, diz Martins.

As obrigações são certificados de dívidas de empresas que querem investir na China. Nada mais são que investimentos em que o investidor financia o investimento da empresa em iuanes no país asiático.


Há ainda as opções de investir em fundos de investimento que aplicam em obrigações em Renminbi não acessíveis à pessoa física, que costumam ter retorno médio de 5% ao ano, e os produtos estruturados, que funcionam com um mecanismo de capital protegido.

Martins dá o exemplo de um produto estruturado que paga 8% ao investidor mais a apreciação do iuane, caso a moeda se valorize 1,5% frente ao dólar. Se não chegar a essa alta, o investidor recebe o dinheiro de volta. “Hoje, um produto desse tipo garante 98% ou 99% do capital investido de volta, devido à confiança no Renminbi”, diz Martins.

Embora possa ganhar com a valorização do iuane, o investidor que busca esse tipo de investimento em geral não busca altos retornos, mas diversificação internacional. Apesar do retorno baixo em relação a investimentos brasileiros (sem considerar a alta da moeda), a rentabilidade é mais alta do que a de investimentos similares em euro ou dólar.

“O investimento em Renminbi é para o investidor que já tem veículos diversificados em dólares americanos. Faz sentido para esse investidor ter uma pequena parcela na moeda chinesa”, diz o analista do Julius Baer.

Em relação aos riscos, Bruno Martins aponta a possibilidade de o governo chinês desvalorizar a moeda para compensar com exportações uma crise em algum setor econômico, como o imobiliário e o bancário; e o risco de acabar investindo em um dos setores mais arriscados da economia chinesa, como o imobiliário, o bancário e o de energia.

Esse tipo de investimento está disponível para o investidor pessoa física, mas é preciso ter uma conta internacional, para investir diretamente no exterior. E também é aconselhável que este não seja o único investimento no exterior, atuando como uma diversificação, portanto. Assim, acaba sendo um investimento voltado para investidores mais abastados.

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