São Paulo - Um vídeo no qual um motorista da Uber descreve os seus ganhos e gastos em um ano viralizou na internet. Em seu canal no Youtube, Marlon conta que lucrou aproximadamente 850 reais por semana. Mas será que ele receberia mais se trabalhasse com um aplicativo concorrente, ao dirigir as mesmas 50 horas semanais?
A resposta é sim. Ele poderia ganhar mais se fosse motorista de qualquer outro app concorrente, ou se usasse o Uber Black, categoria top de linha da Uber.
EXAME.com realizou uma simulação dos preços de viagens de 5 quilômetros e de 30 quilômetros, e calculou quanto os motoristas receberiam por elas. A simulação incluiu, além da Uber, os aplicativos Cabify, Televo e Easy Go, o novo app da Easy Taxi.
Para fazer essa conta, não basta simplesmente olhar para as porcentagens dos valores das viagens que vão para os motoristas. É preciso também avaliar como cada app calcula o seu preço.
Também é importante lembrar que a Uber tem preço dinâmico, ou seja, o motorista pode ganhar mais pela viagem em horários de movimento, quando há menos carros disponíveis e o valor das corridas aumenta. Isso também pode acontecer na Cabify, que cobra uma tarifa base diferente em horários de pico.
Lembre-se de que as empresas não exigem exclusividade e você pode usar mais de um aplicativo para trabalhar. Seu lucro dependerá de quantas horas você dirige por semana e dos gastos com o carro, conforme o modelo. Veja quanto custa manter um carro compacto, um sedan e um SUV.
A seguir, confira uma simulação de quanto os motoristas da Uber e de seus concorrentes recebem em viagens curtas, de 5 quilômetros, e longas, de 30 quilômetros. Os cálculos foram feitos com base na fórmula de como cada app estabelece seu preço (confira abaixo), usando o tempo do mesmo trajeto sem trânsito, segundo o Google Maps.
Viagem de 5 quilômetros
Viagem de 30 quilômetros
Como são calculados os preços da viagem?
UberX
2 reais de tarifa base + 0,26 centavos por minuto + 1,40 real por quilômetro (em São Paulo, + 0,10 centavos por quilômetro para a prefeitura)
Cabify
0,50 centavos de tarifa base ou 3 reais, em horário de pico + tarifa por quilômetro*, conforme a distância percorrida (em São Paulo, + 0,10 centavos por quilômetro para a prefeitura):
*Entre 5 e 10 quilômetros: 2,50 reais por quilômetro
Entre 10 e 25 quilômetros: 2 reais por quilômetro
Mais de 25 quilômetros: 3 reais
Televo Pop
Em São Paulo, 1,90 real de tarifa base + 0,23 centavos por minuto + 1,35 por quilômetro (preços diferentes em outras cidades)
Easy Go
2 reais de tarifa base + 0,30 centavos por minuto + 1,63 real por quilômetro
Uber Black
3,80 reais de tarifa base + 0,28 centavos por minuto de viagem + 2,32 reais por quilômetro rodado (em São Paulo, + 0,10 centavos por quilômetro para a prefeitura)
Televo Sedan
Em São Paulo, 3,60 reais de bandeira + 0,25 por minuto + 2,25 reais por quilômetro (preços diferentes em outras cidades)
Quais as exigências dos aplicativos para ser motorista?
Para se cadastrar para usarem os aplicativos, os motoristas precisam ter carteira de motorista com licença para exercer atividade remunerada (EAR), documentação do carro em dia e ficha criminal limpa. Na empresa Cabify, também precisam realizar exames de saúde.
Em São Paulo, a prefeitura exige que motoristas da Uber, da Cabify e da Easy Go tenham Condutax, um cadastro que os habilita a exercer suas atividades, ou outra certificação similar. Eles também precisam contratar um seguro que cubra acidentes de passageiros (a Uber oferece esse seguro para seus motoristas) e ter seguro obrigatório DPVAT.
Para trabalhar, os motoristas também precisam ter um smartphone, um plano de dados móveis para acessar o app e o GPS e, é claro, um carro, conforme as exigências de cada plataforma.
*Texto atualizado às 12h40 de 21/07/2016, com correções nos valores da simulação.
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1. Uber
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1/11 (Divulgação)
Andar nos carros da Uber em São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Brasília é uma realidade, por mais que os taxistas e as prefeituras sejam contra a atuação da empresa. O serviço disponível no Brasil é o UberBlack, que se diferencia dos taxistas por uma série de razões e oferece algumas comodidades para o passageiro.No mundo, os motoristas da Uber realizam mais de 1 milhão de viagens por dia em 300 cidades de 58 países diferentes. Os dados são referentes ao primeiro semestre de 2015.Confira a seguir os prós e contras do serviço prestado na capital paulista.
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2. Carros de alto padrão
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2/11 (Divulgação)
Para ser motorista da Uber, os veículos precisam ser sedãs, normalmente pretos, com no máximo três anos, além de ter ar condicionado (sempre ligado) e bancos de couro. Os carros mais usuais são Toyota Corolla, Ford Fusion, Volkswagen Jetta, entre outros. Os automóveis contam com água e balas ou bom-bons que são oferecidos gratuitamente aos passageiros pelo condutor."Chegamos ao ponto onde o cliente nos chamou, descemos e abrimos a porta. Essas pessoas querem ser atendidas de forma melhor e os clientes da Uber estão felizes com o serviço", afirmou a INFO um motorista que preferiu não ter o nome revelado.A redação já viajou com carros da Uber diversas vezes e a experiência foi oferecida conforme o informado.
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3. Pagamento Automático
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3/11 (USP Imagens)
O pagamento da corrida não envolve dinheiro vivo ou uso de máquina de cartão. O usuário cadastra o número do cartão de crédito e o valor do transporte é cobrado no final da viagem sem que seja necessário fazer qualquer procedimento. "Todo o pagamento é feito por meio do cartão de crédito, por isso não é necessário dinheiro e nem deixar gorjetas", segundo a Uber Brasil."É mais prático para mim e para o cliente, é tudo automático, tudo moderno", declarou um dos condutores parcerios da empresa. "A gente ajuda a desafogar o trânsito."Ao chegar ao seu destino, o usuário pode escolher avaliar ou não o motorista para gerar dados para outros clientes.
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4. Preço
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4/11 (Reprodução)
Em São Paulo viajar de Uber custa, no mínimo, R$ 10. A tarifa base é de 5 reais e são cobrados R$ 0,40 por minuto rodado e R$ 2,42 por quilômetro percorrido. Os valores mudam nas outras cidades, o valor mínimo continua o mesmo. No Rio, a tarifa base é de R$ 5, o minuto custa R$ 0,30 e o quilômetro sai por R$ 2,20. Em Belo Horizonte os valores passam para, respectivamente, R$ 4,50, R$ 0,30 e 2,17, enquanto que em Brasília eles são de R$ 4,00, R$ 0,25 e R$ 1,75.
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5. Reajuste do valor da corridas
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5/11 (Reprodução)
Os motoristas da Uber são orientados a utilizar o aplicativo gratuito Waze, que conduz o usuário por meio de rotas com trânsito livre e oferecem horário previsto de chegada.
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6. Achados e perdidos
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6/11 (Agência Brasil)
No site da Uber, há um recurso para informar a empresa que você perdeu algo em um dos carros dos motoristas parceiros. A companhia contata o condutor que atendeu o usuário em questão e pede que o item esquecido seja levado ao cliente.
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7. Pode demorar
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7/11 (Reprodução)
Há menos motoristas da Uber do que táxis em cidades como São Paulo e Rio. Por isso, o tempo de chegada do veículo pode ser maior, dependendo do horário e da região. Aliás, caso você cancele a chamada do carro depois de um período de 10 minutos, a Uber te cobrará 10 reais, mesmo que você não tenha feito corrida alguma. Outra desvantagem no quesito tempo é que os táxis podem transitar em faixas de ônibus em determinados horários.
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8. Segurança
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8/11 (USP Imagens)
Antes de aprovar um motorista, é feita uma checagem de antecedentes nas esferas federal e estadual para verificar a idoneidade do aplicante. Além disso, o profissional precisa possuir carteira de motorista com licença para exercer atividade remunerada (EAR) e é exigido ainda que o veículo tenha seguro que cubra o passageiro e o motorista.
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9. "God View"
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9/11 (Divulgação)
Segundo uma reportagem do
Buzzfeed, monitorar os usuários do aplicativo é uma prática comum dentro da Uber. A jornalista do site estava a caminho do escritório da empresa e, ao chegar, foi recebida pelo executivo Josh Mohrer que a recebeu dizendo: "Aí está você. Eu estava seguindo você", enquanto mostrava a ela um iPhone em sua mão.Dois ex-funcionários da Uber disseram que esse rastreamento é comum e tem até nome: "God View", ou Visão de Deus, em tradução livre.Entretanto, a empresa garante que os motoristas não sabem a localização do usuário até aceitar a viagem. Só então é possível saber quem é o passageiro e sua localização.
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10. Motoristas
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10/11 (Divulgação)
A companhia não emprega nenhum motorista e não é dona de nenhum carro. A Uber reforça que os motoristas parceiros não são taxistas, mas, sim, condutores particulares com veículos de luxo. É esse ponto que causa problemas legais com as prefeituras, o que nos leva ao próximo item.
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11. Legalidade do serviço
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11/11 (Divulgação/Divulgação)
A Uber alega que "não é ilegal". Ela diz oferecer "uma plataforma tecnológica para que motoristas parceiros aumentem seus rendimentos e para que usuários encontrem motoristas confiáveis e desfrutem de viagens seguras".
A Prefeitura de São Paulo já tentou tirar a Uber do ar por conta da
Lei 12.468/2011, cujo 2º artigo é o seguinte: "É atividade privativa dos profissionais taxistas a utilização de veículo automotor, próprio ou de terceiros, para o transporte público individual remunerado de passageiros, cuja capacidade será de, no máximo, 7 (sete) passageiros" .
Gisele Arantes, especialista em direito digital e sócia do Assis e Mendes, corrobora com a posição da Prefeitura dizendo que o aplicativo é ilegal e fere a lei da mobilidade urbana. Alguns carros prestando serviço à empresa chegaram a ser apreendidos por realizar transportes de passageiros sem a autorização necessária. A Uber, por outro lado, alega que a legislação local é desatualizada.
A empresa também enfrenta processos de taxistas, que se dizem prejudicados por conta da ausência de um preço diferenciado para o atendimento noturo de passageiros. De acordo com dados da Associação dos Taxistas, desde a chegada da Uber ao Brasil, em meados de 2014, houve uma queda de 30% no atedimento a corridas noturnas.
"Os motoristas que trabalham à noite já sentem o impacto do Uber em suas corridas, já que muitos passageiros têm utilizado o app para ir e voltar das baladas", afirma Eder Wilson de Sousa da Luz, diretor da associação. Ainda segundo esse levantamento, os taxistas paulistanos perdem por dia 1 000 corridas, em média.
A Uber também enfrenta uma investigação do Ministério Público de Federal quanto a uma suposta concorrência desleal com os taxistas. Ou seja, nos próximos meses, muitas coisas podem mudar para os clientes e motoristas da Uber. Contudo, por ora, o serviço funciona como mais uma opção de transporte urbano em quatro cidades brasileiras.