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Previdência privada deve fechar ano com R$ 1 trilhão em investimentos

O cenário de juros baixos levou o setor a antecipar a programação de investimentos com mais risco para manter os rendimentos para os beneficiários

Previdência privada: fundos já se recuperaram da crise provocada pela pandemia (Priscila Zambotto/Getty Images)

Previdência privada: fundos já se recuperaram da crise provocada pela pandemia (Priscila Zambotto/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 13 de novembro de 2020 às 06h33.

Os fundos de previdência complementar devem atingir ainda neste ano a meta de acumular um patrimônio de R$ 1 trilhão em investimentos, segundo previsão da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). Segundo o diretor superintendente da associação, Luís Ricardo Marcondes Martins, os fundos já apresentaram nos últimos meses recuperação da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19).

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“Os efeitos foram muito drásticos. O que a gente notou foi que em março essa conjuntura levou um pouco das nossas reservas”, disse hoje (12) ao fazer um balanço do setor. De acordo com ele, no início da pandemia no Brasil os fundos de previdência chegaram a ter um déficit de quase R$ 55 bilhões. Em setembro, o rombo caiu, segundo ele, para cerca de R$ 20 bilhões.

Agora, o sistema de previdência privada caminha, de acordo com o diretor, para atingir a meta de patrimônio estipulada para 2020. “Nós estamos com quase R$ 980 bilhões [em investimentos]. Com a força do sistema, a resiliência do sistema, a recuperação do sistema, não só superaremos a meta do trilhão, e rápido, como manteremos as metas atuariais”, disse.

O cenário de juros baixos levou o setor, de acordo com Martins, a antecipar a programação de investimentos que aposta em ações de mais risco para aumentar os lucros e manter os rendimentos para os beneficiários. “A gente já vinha no ano passado, com muito estudo e informação técnica, tendo que correr atrás de uma diversificação [de investimentos] maior e tendo que correr mais riscos”, explicou.

Esse perfil, destacou, já estava previsto no planejamento dos fundos. “Correr mais risco para ter um retorno maior. Isso se antecipou muito por conta da pandemia. Mas as estratégias, as políticas de investimento são estudadas por longo prazo. Na sua essência já tem situações de estresse previstas”, disse, acrescentando que a pandemia foi algo além dos planejamentos e estimativas. “Evidentemente que ninguém vai prever uma pandemia mundial”.

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