Minhas Finanças

Prefira os fundos de ações ativos aos indexados

Em era de juro baixo e crescimento econômico reduzido, investimentos ativos em renda variável são a saída para se buscar rentabilidade

Prêmio de risco da Bolsa está alto; para voltar ao normal, ações subiriam 30% (Yasuyoshi Chiba/AFP)

Prêmio de risco da Bolsa está alto; para voltar ao normal, ações subiriam 30% (Yasuyoshi Chiba/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 09h49.

São Paulo – Em um momento em que os juros estão internacionalmente baixos – e assim devem permanecer por tempo indefinido – é hora de o investidor não só buscar alternativas à renda fixa como procurar desindexar seus investimentos em Bolsa. Interessantes em épocas de vacas gordas, os ETFs (fundos de índice) e os fundos passivos (indexados, por exemplo, ao Ibovespa e ao IBrX) vêm perdendo atratividade, e não adianta ficar esperando por tempos melhores, dizem especialistas.

Grandes investidores, como os fundos de pensão, já começam a reduzir seus investimentos em fundos atrelados ao Ibovespa e ao IBrX, que costumam replicar os ativos e os pesos das ações que compõem esses índices. Os grandes fundos agora buscam aplicações menos conservadoras no mercado acionário, como as small caps com grande perspectiva de crescimento em fundos de valor, por exemplo. Mas a estratégia de desindexar as aplicações não vale só para os grandes.

“Setores que não vão para frente têm grande peso nos principais índices. Num fundo indexado, se a Petrobras ia mal, o gestor pesava mais em OGX, para continuar replicando os setores do índice. Mas veja o que aconteceu agora”, disse Ronaldo de Oliveira, diretor executivo da consultoria Risk Office, durante o SulAmérica Investimentos Summit 2012. Ele se referia ao tombo de 40% que a empresa de Eike Batista sofreu em apenas dois dias na última semana.

Para ele e outros especialistas reunidos no evento, os tempos mudaram de fato: os juros serão mais baixos mesmo, inclusive no Brasil, o que fez com que a era de alta rentabilidade na renda fixa tenha chegado ao fim. “O mercado brasileiro está apenas mais parecido com o resto do mundo”, disse o diretor da SulAmérica Investimentos Marcelo Saddi.

A saída para isso seria mesmo o mercado acionário, mas por meio de fundos mais ativos, que possam inclusive investir em empresas de fora do Ibovespa, com vistas ao longo prazo e sempre observando a análise fundamentalista. “Não dá para trabalhar no ambiente de hoje sem fundamentalismo o mais puro. Se o fundo se baseia em análise técnica, nos já cortamos”, disse Jeremias de Moura, diretor-administrativo financeiro da Faelba, fundo de pensão da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba).

De acordo com Marcelo Saddi, o prêmio de risco no mercado acionário brasileiro hoje está muito acima da média dos últimos anos – quase 8% hoje, contra uma média de cerca de 5% entre 2003 e 2012 –, justamente por causa das grandes incertezas em relação à crise internacional. Em compensação, essa distorção mostra um bom espaço para a valorização. “Em tese, se no cenário de hoje houvesse perspectivas mais claras de recuperação e as ações simplesmente voltassem ao normal, elas valorizariam 30%”, disse o diretor da SulAmérica em entrevista.

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