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Preço das passagens aéreas deve cair no Brasil em 2020, diz estudo

Segundo estimativa da CWT, abertura de mercado para companhias aéreas de baixo custo vai aumentar competitividade e diminuir valor das passagens em 0,7%

Avião no aeroporto de Guarulhos: crise da Avianca deve inflacionar os preços no curto prazo (Paulo Pinto/Fotos Públicas)

Avião no aeroporto de Guarulhos: crise da Avianca deve inflacionar os preços no curto prazo (Paulo Pinto/Fotos Públicas)

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André Jankavski

Publicado em 1 de agosto de 2019 às 05h00.

Última atualização em 1 de agosto de 2019 às 05h00.

São Paulo – Viajar de avião deve ficar um pouco mais barato no ano que vem. Mas nem tanto. Um estudo anual realizado pela consultoria Carlson Wagonlit Travel (CWT) mostra que o preço das passagens aéreas no Brasil deve ter uma redução de 0,7% em 2020. Por sua vez, no mundo, o valor dos bilhetes deve subir 1,5%.

Mesmo assim, a queda no Brasil ainda está abaixo da média da América Latina, que deve ser de 1,6%. E um país ajuda a explicar essa redução: devido à crise político-econômica, a Venezuela deve ter uma retração de 22,5% no preço das passagens. Além do país do presidente Nicolás Maduro, Argentina (-1,7%), e Peru (-2,8%) devem apresentar passagens mais baratas em 2020. A CWT fez o levantamento usando o dólar como moeda de comparação.

Um dos motivos que deverá impactar o valor das passagens no Brasil é a chegada de companhias aéreas de baixo custo nos aeroportos locais. Na última quarta-feira (31), EXAME revelou que a companhia aérea argentina Flybondi abriu a sua segunda rota no Brasil, com voos de Florianópolis, em Santa Catarina, a Buenos Aires, na Argentina.

As passagens aéreas cobradas pela companhia podem custar cerca de 60% menos do que as de empresas que operam há mais tempo no país. Além da Flybondi, a norueguesa Norwegian Air estreou no Brasil neste ano.

Outro fator que deve ajudar a baratear as passagens é a aprovação da Medida Provisória 863, que liberou companhias aéreas com 100% de capital estrangeiro a operar no Brasil. Isso, segundo especialistas, aumentará os investimentos das empresas do setor no país.

“A abertura para empresas internacionais pode aumentar a oferta, representando algo positivo para o consumidor, pois dinamiza e estabiliza os preços de um modo geral”, afirma Fernando Michellini, diretor da CWT Brasil. “Além disso, teremos um aumento da malha aérea brasileira, gerando mais opções de voos e rotas para os viajantes do país.”

Por sua vez, o veto à bagagem gratuita, anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro, em junho, e a crise vivida pela companhia aérea Avianca devem inflacionar um pouco os preços no curto prazo. No entanto, de acordo com Michellini, a abertura do mercado provavelmente compensará o preço cobrado em malas acima de 10 quilos.

Hotelaria estável

O preço das diárias de hotéis deve ficar estável no ano que vem. O estudo lembra que diversos hotéis fecharam as portas no país, especialmente no Rio de Janeiro após a realização da Copa do Mundo e da Olimpíada.  No mundo, o aumento deve ser, em média, de 1,3%

Um setor que deve ter uma pequena inflação nos preços é o de aluguel de carros. Segundo o levantamento, o crescimento dos preços no Brasil deve ser de 0,5%, enquanto a média global deve ficar em 1%.

Incertezas com o mercado brasileiro

As crises políticas e econômicas vividas por países como Brasil, Argentina e México, três dos principais mercados da América Latina, devem afastar uma grande parcela de investidores da região. De acordo com Michellini, hoje, países como Rússia, China, Indonésia e Índia estão com o posto de queridinhos do mercado.

“A atividade econômica da América Latina tem previsão de continuar a crescer por volta de 2,5% em 2020, abaixo de outros continentes”, diz o diretor. “Quando a região superar essas crises nós teremos a oportunidade de ocupar o papel estratégico que devemos ter na economia global.”

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