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Prazo para negativação passa de 10 para 45 dias, após aviso ao devedor

A medida passa a valer em 17 de abril. Quatro em cada dez brasileiros adultos estavam negativados em fevereiro, o equivalente a 60,8 milhões de pessoas

Dívidas: até o momento, os bancos já renegociaram 130 bilhões de reais, segundo a Febraban (Gustavo Mellossa/iStock/Getty Images)

Dívidas: até o momento, os bancos já renegociaram 130 bilhões de reais, segundo a Febraban (Gustavo Mellossa/iStock/Getty Images)

NF

Natália Flach

Publicado em 9 de abril de 2020 às 14h37.

Última atualização em 9 de abril de 2020 às 15h25.

Os birôs de crédito estenderão o processo de negativação de dez dias para 45 dias a partir da comunicação ao devedor, de acordo com a Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), entidade que representa as empresas de análise de dados de crédito. Como resultado disso, devedores e credores terão um prazo maior para realizar a renegociação.

A medida passa a valer no dia 17 de abril e vale pelo período de 90 dias, podendo ser prorrogada, caso necessário. O objetivo é proporcionar o tempo necessário para as renegociações e garantir a proteção de consumidores e empresas.

Até o momento, os bancos já renegociaram 130 bilhões de reais em dívidas, segundo Isaac Sidney Menezes Ferreira, presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), em transmissão nesta quinta-feira. "Os bancos estão focados em preservar vidas, negócios e empresas", afirmou.

Quatro em cada dez (38,8%) brasileiros adultos estavam negativados em fevereiro — o equivalente a 60,8 milhões de pessoas, de acordo com levantamento mais recente realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). No segundo mês de 2020, o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 1,23% em relação ao mesmo período do ano anterior, o que representa uma desaceleração no crescimento da inadimplência no país — em janeiro, a taxa era de 1,38%.

Para Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil, os próximos meses serão tomados pela incerteza. “A pandemia do novo coronavírus e as medidas de contenção do contágio terão forte impacto na demanda interna. É provável que a recuperação econômica seja interrompida e que vejamos aumento de desemprego, queda na renda e consequente piora nos números de inadimplência”, disse, em nota.

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