André Penha e Gabriel Braga, da QuintoAndar: modelo testado na crise do coronavírus (Germano Lüders/Exame)
Marília Almeida
Publicado em 21 de julho de 2020 às 05h00.
Última atualização em 21 de julho de 2020 às 11h42.
A imobiliária digital QuintoAndar já pagou 50 milhões de reais para proprietários de imóveis alugados por meio de sua plataforma cujos inquilinos deixaram de honrar o compromisso durante a pandemia do novo coronavírus.
O montante dá uma pequena amostra do efeito cascata da crise provocada pelo surto da infecção respiratória covid-19 na economia: os trabalhadores que tiveram seus rendimentos reduzidos pararam de pagar os aluguéis, e os donos perderam essa fonte de receita.
Desde 2015, quando criou o mecanismo de garantia do aluguel, a QuintoAndar, que tem mais de R$ 30 bilhões em imóveis sob gestão, pagou mais de R$ 200 milhões para quase 20 mil proprietários. Um quarto desse valor foi desembolsado entre março e junho.
Os aluguéis não quitados serão cobrados pela QuintoAndar dos locatários. Na imobiliária digital, uma negociação de parcelas atrasadas geralmente consiste em analisar o histórico de pagamento do inquilino e lhe oferecer uma postergação de pagamento, utilizando, por exemplo, o cartão de crédito.
“Esse foi um dos diferenciais que pensamos desde o começo do QuintoAndar e, agora mais do que nunca, fica claro que foi uma aposta acertada”, diz Gabriel Braga, co-fundador e CEO da imobiliária digital. "No modelo de fiador, o proprietário do imóvel pode demorar para obter a garantia, Às vezes, o fiador não é encontrado, a cobrança pode demorar a ser feita, tanto por via judicial como extrajudicial. No seguro fiança, o processo é mais rápido, tem seguradora apoiando, mas a inadimplência demora para ser caracterizada. Enquanto isso, o orçamento do proprietário do imóvel sofre o impacto".
Ao se comprometer com o proprietário a cumprir com as obrigações dos inquilinos em todos os contratos de locação, a companhia tem como objetivo atrair clientes melhores. Na outra ponta, todos os inquilinos passam por uma análise de crédito própria da imobliária, baseada em ferramentas de big data e inteligência artificial, antes de ingressar na plataforma.