São Paulo - Lembra da Tele Sena do Sílvio Santos? Ela é um título de capitalização igual ao que o gerente do banco oferece a você. Só talvez ele não tenha contado que esse produto é mais parecido com uma aposta na Mega-Sena do que com uma aplicação financeira.
Se você espera aumentar seu patrimônio com rentabilidade, como faz uma poupança ou um CDB, por exemplo, títulos de capitalização não são indicados neste caso.
“A capitalização não é um investimento. É um instrumento de disciplina financeira para juntar dinheiro que, em vez de oferecer rentabilidade, distribui prêmios”, explica o diretor executivo da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), José Ismar Torres. No entanto, ela é diferente da loteria porque, ao final de um determinado prazo, você recebe dinheiro de volta.
Ao adquirir um título de capitalização, uma parte do seu dinheiro vai para o banco distribuir prêmios em um sorteio entre os compradores, e outra para o bolso da instituição financeira, em forma de taxa de administração. Apenas o que sobrou do seu dinheiro, chamado de cota de capitalização, é corrigido todo mês pela Taxa Referencial (TR).
Só que essa taxa está abaixo da inflação, o que significa que, na verdade, você terá perdido com a valorização do dinheiro no tempo. Você consegue ganhar mais até com a poupança, um investimento que está longe das preferências dos especialistas justamente por render abaixo da inflação, mas que rende a TR mais juros de 0,5% ao mês.
“É uma ilusão a promessa que você receberá o dinheiro de volta com correção monetária. Se você não ganhar no sorteio, necessariamente vai perder dinheiro, nem que seja resgatando um valor abaixo da inflação no período”, explica o professor de finanças Valdir Domeneghetti, da Fipecafi.
Vale a pena comprar com o objetivo de guardar dinheiro?
Ao comprar um título de capitalização, você precisa cumprir um determinado prazo para resgatar o dinheiro sem sofrer penalidades. Se resgatar antes, você perde.
Para o diretor executivo da FenaCap, José Ismar Torres, esse é um fator que torna o título de capitalização um produto indicado para quem precisa desenvolver disciplina financeira para juntar um determinado valor no longo prazo. Esse é o objetivo de 71% das pessoas que compraram um título de capitalização, segundo uma pesquisa da FenaCap feita no ano passado.
No entanto, essa é uma forma de acumular recursos igual a deixar o dinheiro parado em uma conta corrente ou embaixo do colchão, como ressalta o professor de finanças Joelson Sampaio, da Fecap. “A ideia de que o titulo de capitalização implica disciplina financeira é tão falsa quanto a de que ele é um investimento”, explica.
É possível programar aplicações fixas em investimentos como a poupança ou um fundo DI, que, diferente de um título de capitalização, farão o dinheiro se multiplicar com o efeito dos juros no tempo. “Você precisa encarar o título de capitalização como um jogo de apostas, e não como um investimento para montar sua reserva financeira”, orienta Sampaio.
Das 15,9 milhões de pessoas físicas que têm títulos de capitalização, 50 mil foram sorteadas entre janeiro e maio deste ano, o que representa 3,18% dos compradores desse produto. Os prêmios variam entre menos de 100 reais e alguns milhões para cima.
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1. Chega de desculpas
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São Paulo - Não consegue economizar ou vive no
cheque especial, mas nunca encontra tempo para colocar as finanças em ordem? A pedido de EXAME.com, Gustavo Cerbasi, especialista em educação financeira e autor do livro "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos", criou um plano de 14 dias para quem deseja melhorar o
orçamento.
É necessário realizar apenas uma tarefa por dia durante duas semanas para mapear a situação financeira. O objetivo é controlar gastos e poupar para atingir metas pessoais, como a compra da casa própria, por exemplo. As dicas foram baseadas nas orientações compiladas por Cerbasi no livro "Como Organizar sua Vida Financeira", que será relançado em setembro desse ano. Conheça a seguir o plano de 14 dias para quem deseja se preparar contra eventuais imprevistos que tenham impacto no orçamento:
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2. 1º dia: organize comprovantes de renda e despesas
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Calcule sua renda líquida mensal (já livre de eventuais descontos, como impostos) e os gastos realizados no último mês. Separe-os em grupos, como alimentação, saúde, moradia e lazer. Caso não tenha o registro de todas as despesas realizadas nesse período, inicie um monitoramento de entradas e saídas de dinheiro durante os próximos 30 dias, arquivando diariamente os comprovantes em uma pasta. O plano de ação para melhorar o orçamento deverá ser iniciado após essa análise.
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3. 2º dia: analise os gastos
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3/16 (ThinkStock/Nastco)
Se souber lidar com planilhas eletrônicas, como o Excel, ou
aplicativos que ajudam a gerenciar gastos, use essas ferramentas para se organizar. Caso não tenha o costume de utilizar esses recursos, relacione todos os seus gastos em um caderno e identifique onde você está gastando mais do que imaginava.
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4. 3º dia: planeje sua rotina para monitorar o orçamento
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O ideal é que você não perca muito tempo com essa atividade. Prefira estratégias simples, como arquivar comprovantes por tipo de gasto e dedicar uma hora por mês para atualizar o seu orçamento.
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5. 4º dia: faça uma relação de todas as suas dívidas
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Crie uma lista na qual você relacione todas as suas dívidas. Em cada uma, é necessário apontar o valor total do saldo devedor, o valor da prestação mensal (quando houver), nome do credor e o Custo Efetivo Total (CET) de cada linha de crédito. O CET mostra todos os encargos incluídos na dívida e é a melhor forma de analisar as taxas cobradas. Organize essa lista a partir da dívida mais cara para a mais barata, usando o CET como critério para esse ranking.
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6. 5º dia: defina seus objetivos financeiros
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6/16 (RomoloTavani/Thinkstock)
Crie uma lista de sonhos e objetivos pessoais que você pretende alcançar nos próximos seis meses, em um ano e após cinco anos. Faça as contas de quanto precisará poupar para alcançá-los.
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7. 6º dia: faça uma lista de corte de gastos
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7/16 (Tramvaen/Thinkstock)
Relacione todas as economias que você se propõe a fazer, com base na análise de seu orçamento, identificação do total de parcelas mensais de suas dívidas e o quanto gostaria de poupar. Trocar o carro atual ou até o próprio imóvel por outro mais em conta é uma estratégia eficaz. As metas devem ser relacionadas por escrito.
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8. 7º dia: se comprometa a aumentar sua renda
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Defina, por escrito, valores que você pretende levantar no curto prazo, seja vendendo bens que não usa e, se possível, realizando horas extras ou bicos. Defina um prazo para esse período, para que não se torne uma rotina. O ideal é executar esse objetivo durante três a quatro meses, no máximo.
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9. 8º dia: negocie dívidas
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9/16 (Thinkstock/Creatas Images)
Com base no seu plano de corte de gastos e aumento de ganhos, calcule quanto poderá gerar nas próximas semanas ou meses e entre em contato com seus credores para quitar as dívidas com CET acima de 2% ao mês e/ou substituir as dívidas mais caras por outras de CET mais baixo, com o objetivo de reduzir seu gasto com juros. Assuma prestações que você consiga pagar com tranquilidade, para não correr o risco de cair em dívidas não planejadas (
veja 10 passos para negociar sua dívida com o banco). Uma boa estratégia é vender bens de alto valor, como o carro.
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10. 9º dia: estude investimentos
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10/16 (ThinkStock/sjenner13)
Analise investimentos oferecidos pelo banco no qual você tem conta e por outras instituições financeiras. Dedique uma ou duas horas para entender como funciona cada aplicação financeira (
veja 10 livros essenciais para quem quer começar a investir). Preencha um questionário para identificar seu perfil de investidor.
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11. 10 º dia: defina metas de poupança
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11/16 (James Thew/Thinkstock)
Faça planos de quanto começará a poupar por mês assim que liquidar suas dívidas, caso tenha débitos que não foram planejados. Passe a poupar somente quando suas dívidas se limitarem a financiamentos planejados, com prestações que caibam confortavelmente no orçamento.
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12. 11º dia: escolha uma aplicação para a aposentadoria
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12/16 (ChickiBam/Thinkstock)
Marque uma reunião com um corretor de seguros para discutir o melhor plano de previdência para seu perfil ou busque uma aplicação financeira que seja mais adequada para objetivos de longo prazo (
veja 8 verdades que você deve encarar sobre a aposentadoria). Comprometa-se a iniciar as contribuições somente depois de quitar suas dívidas.
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13. 12º dia: automatize seus investimentos
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13/16 (Anatoliy Babiy/Thinkstock)
Ao iniciar aplicações e começar a guardar dinheiro, prefira que os depósitos mensais sejam feitos por débito automático. A ferramenta reforça a necessidade de ter disciplina, essencial para o sucesso de seu plano.
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14. 13º dia: organize documentos e senhas
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14/16 (gpointstudio/Thinkstock)
Com o planejamento definido, tire um tempo para organizar documentos do banco e guardar senhas de cartões, por exemplo. Defina também uma data a cada seis meses para que você estude as aplicações que seu banco oferece e possa compará-las com as de outras instituições financeiras.
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15. 14º dia: planeje o orçamento futuro
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15/16 (Thinkstock)
Para ter disciplina, você precisa saber o resultado de cada passo. Planilhas são recomendadas porque permitem projetar gastos futuros, incluindo consumo em datas festivas, para que você veja quanto dinheiro irá acumular e quando irá conseguir atingir seus objetivos financeiros. Tenha como hábito pensar no futuro e ajustar o orçamento atual quando ocorrer algum desequilíbrio.
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16. Agora veja 15 formas de controlar o seu orçamento
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16/16 (Raul Júnior/VOCÊ SA)