Comprar com antecedência pode garantir economia de até 40% (Stock Exchange)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2011 às 16h31.
São Paulo - Para quem pretende viajar no fim do ano e ainda não acertou os detalhes do merecido descanso, a hora é de apertar o passo. Entre especialistas e executivos do mercado turístico o consenso é um só: os preços certamente vão ficar mais salgados com a proximidade da data de embarque, uma diferença que pode chegar a 40%.
Normalmente, as agências e operadoras de turismo trabalham com dois tipos de pacotes. O primeiro é o produto fechado, com datas de saída e condições de hospedagem fixas e preestabelecidas. São, em grande parte, as viagens que ganham os anúncios de jornais e revistas. Nestes casos, o controle sobre um maior número de variáveis garante à empresa a possibilidade de manter as mesmas tarifas.
Quem se antecipa, contudo, consegue ter acesso a um leque muito mais farto - e potencialmente mais barato - de roteiros. "O pacote voltado para quem está atrás de preços baixos e precisa fazer a parcela caber no bolso é o que se esgota mais rápido", afirma Roberto Vertemati, diretor de Expansão e Rede de Lojas CVC. Segundo ele, os turistas de maior poder aquisitivo também garantem seus bilhetes com uma antecedência razoável, voltando os olhos para resorts e viagens de luxo.
"Para quem compra em cima da hora, acabam sobrando os pacotes em hotéis de quatro estrelas, com quarto superior", diz Vertematti. Trocando em miúdos, a opção não sai exatamente em conta se comparada com a provável gama de hotéis que antes era ofertada para aquele mesmo destino.
Se a ordem é planejar uma viagem com roteiro personalizado, com liberdade para marcar a data de partida e chegada, a antecipação é ainda mais importante. Para fechar o pacote individual, a agência de turismo pode não contar com o benefício da escala para conseguir melhores preços. E com procura certa no fim do ano, as passagens aéreas costumam subir - e muito.
"Os bilhetes são um dos principais insumos do pacote. E as companhias aéreas trabalham com sistema de gerenciamento de receita", explica Vertemati, da CVC. Na prática, os preços aumentam na mesma medida em que os assentos do voo são ocupados. "Hoje, as empresas trabalham muito mais com o desconto a longo prazo. Quanto maior a antecedência, mais baixas serão as tarifas, com descontos maiores para voos que ocorrerão dali a 21 dias ou mais."
Leonardo Marques, dono do blog Melhores Destinos, conta com uma equipe de outras quatro pessoas para pesquisar todos os dias cerca de 400 trechos no Brasil e mais 30 no exterior. O objetivo é rastrear descontos mundo afora e dividi-los com seus 1,7 milhão de leitores mensais.
Seguida há mais de três anos, a rotina já lhe ensinou que, para o viajante, fim de ano é sinônimo de tarifas mais salgadas. "Normalmente as companhias não fazem promoção porque é justamente quando conseguem ganhar mais dinheiro. Sempre há demanda e tem muita gente que só consegue viajar nesta época."
Na opinião do blogueiro, entretanto, a oferta para voos nacionais deu um salto de 2010 para cá, fazendo com que os bilhetes para dezembro e janeiro sejam achados por preços atrativos. "Com a oferta turbinada, as passagens hoje valem, em média, um terço do que custavam no ano passado."
Ainda que as aéreas lancem promoções daqui para frente, ele alerta que é melhor se precaver. "Minha recomendação é que a pessoa compre logo e não espere", diz. A lógica é que o passageiro de lazer consiga a melhor tarifa com antecedência, e que o executivo que não tem a chance de escolher nem dia nem hora pague mais caro e compense os descontos já concedidos. "Pechinchas para o fim do ano só vão ser liberadas em voos que saem depois das 22h nos dias 24 e 31 de dezembro", diz Marques.