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Petrobras eleva diesel em 8% na refinaria, e gasolina sobe 5%

É o primeiro reajuste neste mês para o diesel, combustível mais utilizado do Brasil, e o segundo para a gasolina, que teve aumento de 10% em 9 de junho

Combustível: tanto a gasolina quanto o diesel tem alta pela Petrobras (Sol de Zuasnabar Brebbia/Getty Images)

Combustível: tanto a gasolina quanto o diesel tem alta pela Petrobras (Sol de Zuasnabar Brebbia/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 18 de junho de 2020 às 16h00.

A Petrobras anunciou reajuste médio de 8% para o diesel vendido em suas refinarias a partir da sexta-feira, enquanto a gasolina terá elevação de 5%, informou a companhia nesta quinta-feira, por meio da assessoria de imprensa.

O movimento é o primeiro reajuste neste mês para o diesel, combustível mais utilizado do Brasil, e o segundo para a gasolina, que havia sofrido aumento de 10% em 9 de junho.

Com a elevação, o preço médio do diesel nas refinarias da estatal passa a ser de 1,5111 real por litro, maior nível desde meados de abril, segundo dados compilados pela Reuters, enquanto o valor médio da gasolina passa a 1,5328 real/litro, mais alto nível desde o final de fevereiro.

Mesmo com segundo reajuste consecutivo para cima, o preço do diesel ainda acumula queda de 35,5% neste ano, impactado pelo choque de demanda resultante da pandemia de coronavírus. No entanto, tem avanço de 15,5% frente às mínimas do ano, verificadas entre o final de abril e meados de março.

Já a gasolina, que teve o sexto movimento seguido de alta, acumula recuo de 20% em 2020, embora tenha se afastado das mínimas do ano, registradas na reta final de abril e no início de maio, quando o combustível chegou a custar 0,916 real/litro.

As sucessivas elevações ocorrem em meio a uma recuperação nas cotações do petróleo no mercado internacional a partir de abril, após acordo entre Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados para cortes recordes de oferta.

O petróleo Brent, referência internacional, acumula ganhos de mais de 100% desde meados de abril, quando tocou mínima de 21 anos, abaixo de 16 dólares por barril.

A Petrobras defende que sua política de preços busca seguir valores de paridade de importação, que levam em conta o petróleo no mercado internacional e custos de importadores, como transporte e taxas portuárias, com impacto também do câmbio.

O dólar acumula valorização de mais de 10% contra o real desde 8 de junho, quando havia recuado para mínimas em 12 semanas.

O repasse de reajustes nas refinarias até os consumidores finais, no entanto, não é imediato e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de biodiesel.

Defasagem

Para o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sergio Araujo, apesar dos reajustes que deverão começar a vigorar na sexta-feira, continua a defasagem dos preços da Petrobras na comparação com os valores externos: em 11 centavos de real por litro para o diesel e de 0,13 real por litro para a gasolina.

Na opinião dele, isso inviabiliza importações de derivados, uma vez que o petróleo Brent está sendo negociado acima de 41 dólares o barril e o dólar está no patamar de 5,35 reais.

A Petrobras informou no final da semana passada à Reuters que as refinarias da empresa, que responde por quase 100% do refino de petróleo nacional, tiveram recuperação na taxa de utilização de capacidade, com uma melhora no mercado de combustíveis no Brasil, uma queda na importação de derivados e exportações recordes de óleo combustível.

A taxa de utilização das refinarias no país atingiu cerca de 74%, bem próximo aos 77% verificados no período anterior ao início da pandemia de coronavírus, segundo os mais recentes dados do Ministério de Minas e Energia.

Mas, para o presidente da Abicom, "a demanda (de combustíveis) ainda não voltou ao normal" no país.

Nesse sentido, uma pesquisa divulgada pela NTC&Logística na terça-feira apontou que a demanda por transportes rodoviários de cargas no Brasil ainda apresenta queda de 36,8% em relação aos níveis pré-pandemia, apesar de indicar os melhores resultados desde o final de março.

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