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Para Itaú BBA, ainda não é hora de investir na bolsa

Para o analista, o retorno esperado para o mercado de ações brasileiro em 2016 em geral não compensa o risco


	Investir: “O custo de capital continua sendo um limitador para a compra de ações no Brasil”
 (Getty Images)

Investir: “O custo de capital continua sendo um limitador para a compra de ações no Brasil” (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2015 às 13h44.

A bolsa brasileira deve repetir em 2016 mais um ano de fracos resultados.

As projeções são do responsável pela Itaú BBA Corretora, Carlos Constantini, que manteve para este ano a mesma recomendação dada no fim do ano passado para o mercado brasileiro: underweight, ou vender.

Segundo Constantini, o mercado brasileiro deve refletir as saídas de estrangeiros, que vêm ocorrendo desde 2013.

Com isso, a importância do mercado brasileiro caiu e o país passou a representar apenas 5,9% do índice MSCI Emergentes, ante 11% em 2012.

Para o analista, o retorno esperado para o mercado de ações brasileiro em 2016 em geral não compensa o risco.

Além disso, o investidor tem a opção de investir o dinheiro em renda fixa, ganhando mais de 7% reais ao ano além da inflação num papel público, no caso, as NTN-B, corrigidas pelo IPCA.

“O custo de capital continua sendo um limitador para a compra de ações no Brasil”, afirma.

Ele estima que o retorno médio das ações brasileiras fique em 9,3%, muito perto do juro real, o que desestimula o investidor a correr esse risco.

E, mesmo as quedas dos preços das ações, que levaram o Ibovespa de volta para os 45 mil pontos, não tornaram o mercado uma “barganha”, explica Constantini, pois as previsões de lucros das empresas também caíram.

Revisões de lucro para baixa

Ele alerta que os analistas devem fazer novas revisões para baixo de suas estimativas de lucro das empresas brasileiras, já que, na última rodada de balanços, do terceiro trimestre deste ano, cerca de 30% das empresas apresentaram números abaixo das previsões.

O principal motivo para a queda dos lucros, afirma Constantini, foi o aumento do custo financeiro, um reflexo do aumento dos juros e do custo dos empréstimos, além da desvalorização cambial, que afeta as dívidas em dólar.

Ibovespa em 51.400 pontos

O analista diz que o banco hoje prefere, na América Latina, as bolsas do Chile e do México. O Brasil está na lista dos não recomendados, ao lado dos Países Andinos.

Ele estima que o Ibovespa poderá fechar o ano que vem em 51.400 pontos, com 15% de potencial de alta, considerando os preços justos projetados para as empresas.

Um ganho que não paga o risco da Selic no período, afirma Constantini.

Possível oportunidade de compra

Ele espera que surja uma oportunidade de compra de ações ao longo de 2016, nos primeiros trimestres do ano, a partir dos sinais de estabilização da economia, que pararia de cair, a retomada da governabilidade do país, o fim da queda dos preços das commodities no exterior e um potencial de compra dos estrangeiros que estão com aplicações muito baixas no país ou apostando na queda do mercado brasileiro e que teriam de reverter essas posições.

Outro potencial de melhora seria no caso de o mercado perceber uma mudança no rumo do governo, como aconteceu no México, quando o governo que ganhou as últimas eleições anunciou uma série de reformas estruturais.

Sem pechincha

Por enquanto, porém, o mercado brasileiro não está barato, como mostra a relação entre o preço das ações e seu lucro projetado.

Essa relação, chamada de P/L ou preço/lucro, e quanto menor, melhor para o investidor, está hoje em 10,5 vezes, perto da média histórica de 11 vezes. Uma melhora da economia poderia levar esse P/L para 12,5 a 13 vezes.

Diante da incerteza, a corretora do Itaú BBA recomenda ações menos sujeitas a oscilações por conta da economia, líderes de mercado ou exportadoras, as chamadas ações defensivas.

Ele diferencia a situação da bolsa da dos investidores estratégicos, que estão comprando empresas fechadas brasileiras.

Segundo Constantini, esses investidores não se preocupam com eventuais perdas no curto prazo, não têm de divulgar cotas diárias e enxergam os negócios para além do ciclo econômico atual, ou seja, daqui vários anos.

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