Ouro: gestor cogita fim do câmbio flutuante e volta ao padrão-ouro
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2011 às 15h00.
São Paulo – A cotação do ouro pode disparar até 600% nos próximos anos se a economia mundial entrar em colapso, segundo afirmou Paul Brodsky, gestor de investimentos da QB Asset Management, em uma conferência em Nova York. Atualmente negociado pouco abaixo de 1.700 dólares a onça (medida equivalente a 28,35 gramas) no mercado internacional, o metal poderia chega a nada menos do que 10.000 dólares.
Pode parecer apenas uma mais uma previsão delirante de gente do mercado financieor, mas Brodsky tem uma explicação econômica para sua teoria. Os países desenvolvidos têm tomado medidas para desvalorizar suas moedas como forma de reativar as próprias economias. A China já mantém uma política de câmbio praticamente fixo e desvalorizado há vários anos.
Se os principais países continuarem a adotar medidas para desvalorizar artificialmente as moedas locais, o padrão de câmbio flutuante, adotado desde a década de 1970 pelas nações mais ricas, poderia, na prática, deixar de existir.
A volta ao câmbio fixo teria seus efeitos colaterais. Com a fraqueza do dólar, o lastro para o valor da moeda de cada país não poderia ser dado pelo dinheiro americano. Restaria aos países, portanto, acumular reservas em ouro para garantir o valor da moeda local.
Longe de ser um chute, o valor de 10.000 dólares a onça foi calculado dividindo a atual base monetária dos EUA, de 2,68 trilhões de dólares, pelas reservas de ouro do Federal Reserve (o BC americano), que somam 261,5 milhões de onças.
O ouro já subiu 18% neste ano e chegou a 1.676,60 dólares a onça nos Estados Unidos. Trata-se do 11º ano seguido de valorização do metal. A maioria dos especialistas alerta que já pode ser tarde demais para investir em ouro porque os preços estão 800% acima das cotações de 2000. Quem mesmo assim estiver disposto a comprar o metal pode no Brasil fazer isso de cinco maneiras.