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Para evitar erros financeiros, pais ensinam filhos como poupar e planejar

Estudo da Serasa aponta que pais querem evitar que as crianças repitam os erros cometidos por eles e revela as práticas mais comuns

Educação financeira: quando se trata de mesada, as opiniões são divergentes (Max Mumby/Indigo / Colaborador/Getty Images)

Educação financeira: quando se trata de mesada, as opiniões são divergentes (Max Mumby/Indigo / Colaborador/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 12 de outubro de 2021 às 08h05.

Última atualização em 12 de outubro de 2021 às 13h05.

Falar sobre dinheiro com os filhos tem se tornado cada vez mais comum nos lares brasileiros. Os pais se preocupam com a educação financeira das crianças e buscam ensinar sobre como ter uma vida financeira equilibrada, como realizar um planejamento e até como poupar. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Serasa em parceria com Opinion Box e divulgado com exclusividade pela EXAME Invest.

Pelos dados, mais 85% dos pais ensinam como ter uma vida financeira saudável e controlam os gastos dos filhos para que eles aprendam como poupar dinheiro. Quando se trata de planejamento, 77% buscam ensinar na prática, seja para comprar um brinquedo ou realizar alguma atividade que a criança deseja. Além disso, eles (76%) explicam sobre a importância de guardar dinheiro e realizar investimentos focados no longo prazo. 

Para falar sobre dinheiro dentro de casa, os adultos acabam transmitindo seu próprio conhecimento (65%), além de utilizar a internet como ferramenta. Eles também acreditam que a escola tem um papel fundamental quando se trata de educação financeira. 

Faça o que falo

Se na teoria os pais podem ser bons “professores”, na prática, o cenário é um pouco diferente. Segundo a pesquisa, no dia a dia, é difícil manter o planejamento e cortar gastos. A maioria dos (75%) disse que já utilizou a reserva de emergência para pagar dívidas. Além disso, 67% já atrasou o pagamento da fatura do cartão de crédito, ficou com o “nome sujo” e atrasou o pagamento de contas básicas, como conta de água, energia, telefone e até aluguel.

“O Brasil é um país carente de educação financeira. A pesquisa mostra que os pais se preocupam e querem que os filhos tenham educação financeira porque eles não tiveram, por isso, acabam atrasando contas e ficam com o nome sujo. A pesquisa mostra que a internet é uma grande aliada na busca por informações que possam ajudar”, destaca Nathalia Dirani, gerente da Serasa. 

 

Mesada: dar ou não?

Quando o assunto é mesada, as opiniões são diferentes. Pelos dados, 51% disseram que dão dinheiro aos filhos, contra 49% que não dão. Entre os dois principais motivos de não dar mesada estão: ensinar o filho a trabalhar para ganhar o próprio dinheiro (31%) e consideram pouca idade para ganharem mesada (29%). 

“A mesada é utilizada como uma maneira de ensinar sobre o dinheiro. Seja dando para que a criança aprenda a gastar ou que ela aprenda a ganhar o próprio dinheiro”, acrescenta Dirani. 

Já entre os que dão a mesada, a frequência de pagamento é de uma vez por mês. E 47% disseram que o valor é dado a partir dos cinco anos de idade. Sobre os valores, 38% dão entre 20 e 60 reais, seguidos por 28% que dão mais de 120 reais.  

As crianças utilizam o dinheiro para comprar produto/brinquedo (50%), 43% economizam para o futuro, 41% para comprar lanche na escola, 27% para comprar jogos online e o mesmo percentual para sair com os amigos.

Poupança para as crianças  

Pensando no futuro das crianças, 46% dos pais fazem algum investimento. A maioria, 54%, escolheu a poupança para investir. Outros 22% optaram por títulos de renda fixa (títulos públicos, CDBs, LCI, LCA), 21% renda variável (ações, fundos imobiliários), 20% previdência privada e 20% conta digital atrelada ao CDI.  

Dicas

A Serasa destaca que ensinar a teoria é importante, mas pode não ser suficiente para prender a atenção das crianças. É importante tentar envolver os filhos em atividades reais de administração de dinheiro permitem que ele entenda conta no orçamento, como por exemplo:

Oferecer uma pequena de dinheiro para a criança administrar: uma maneira de fazer isso é compensá-la por pequenas atividades diárias como fazer a cama ou arrumar o quarto (reforçando a ideia de troca entre trabalho e dinheiro);

Deixar o dinheiro de alguns passeios em família na responsabilidade da criança. Isso vai forçá-la a escolher as prioridades. A criança vai aprender a incluir alimentação, transporte, ingressos e outros eventuais gastos na conta total e o passeio será bem diferente do que ela está acostumada.

Para crianças mais velhas, vale a pena colocar a responsabilidade de pequenas contas. Por mais que você seja a fonte do dinheiro, ela vai aprender que tudo que a família consome tem preço. Prometa que caso as contas diminuam, ela pode ficar com o troco. Isso pode ajudar a criar um senso de economia na criança.

O bom e velho porquinho também é um excelente truque para incentivar as crianças menores a pouparem. Assim ela começa a entender o conceito de guardar dinheiro para uma meta.

Use jogos que simulem a vida financeira. Bons exemplos que podem estimular a criança são Banco Imobiliário, Jogo da Mesada, Jogo da Vida. 

Por fim, converse com os filhos e pergunte sobre os sonhos deles. Juntos, estabeleçam pequenas metas e objetivos para que eles consigam alcançar em poucos meses.

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