Energia: "Se caminha na direção da bandeira vermelha e mais provável para patamar 2 para valer em outubro" (Kostas Tsironis/Bloomberg/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 22 de setembro de 2017 às 18h54.
Rio de Janeiro - Por conta de fracas chuvas nas regiões das hidrelétricas, o Brasil deverá ter bandeira tarifária vermelha em outubro, o que resulta na maior cobrança adicional na conta de energia, disse nesta sexta-feira o diretor-geral da Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino.
Atualmente, a bandeira tarifária das contas de luz é amarela, o que significa um custo adicional de 2 reais a cada 100 kilowatts-hora em eletricidade consumidos. A bandeira vermelha eleva o adicional para 3 reais em seu primeiro patamar e para 3,50 reais no segundo patamar.
Segundo ele, há uma escassez de chuvas no país e o período chuvoso deve ser atrasado, afetando o nível dos reservatórios das hidrelétricas e, consequentemente, levando ao uso de mais térmicas que operam a preços mais altos.
"A tendência lógica é que estamos com regime hidrólogo muito desfavorável e as chuvas atrasaram... O CMO (Custo Marginal de Operação) está mais caro", disse ele a jornalistas no Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae).
O CMO para a próxima semana saltará para em média 725,70 reais, contra 672,73 reais na semana anterior, disse o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta sexta-feira.
"Se caminha na direção da bandeira vermelha e mais provável para patamar 2 para valer em outubro", adicionou.
Essa tendência de energia mais cara nas contas de outubro ainda deve ser confirmada na semana que vem, ponderou Rufino.
O ONS reduziu as projeções de chuvas nos reservatórios das hidrelétricas para setembro para todas regiões, exceto o Norte, nesta sexta-feira.
A expectativa é que as usinas hídricas do Sudeste, onde está a maior parte das hidrelétricas, recebam apenas 66 por cento da média histórica em chuvas.
O diretor da Aneel confirmou que a autarquia deu parecer ao Cômite de Monitoramento do Setor Elétrico sobre o fim da adoção do tradicional horário de verão.
Segundo ele, do ponto de vista elétrico, não se justifica mais a adoção do modelo, uma vez que estudos apontam que a medida não traz mais os mesmos benefícios para o consumo de eletricidade.
"Como tem impacto para além do setor elétrico, não tem mais o benefício que tinha, e o assunto está com a Casa Civil", disse ele.
A Casa Civil afirmou em nota nesta sexta-feira que "o governo está avaliando a conveniência ou não do tema horário de verão".