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Os melhores e piores investimentos de março

Tesouro IPCA e Ibovespa disparam em março, com altas de mais de 16%, e apresentam os maiores retornos do balanço de investimentos do mês


	Alta: com alta de mais de 20%, Tesouro IPCA, titulo público atrelado à inflação, é o grande destaque do mês
 (Thinkstock/shutter_m)

Alta: com alta de mais de 20%, Tesouro IPCA, titulo público atrelado à inflação, é o grande destaque do mês (Thinkstock/shutter_m)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2016 às 14h34.

São Paulo – O título público Tesouro IPCA, com vencimento em 2035, apresentou o maior rendimento do balanço de investimentos de março, com alta expressiva de 20,81%.

Em seguida, a maior rentabilidade foi apresentada pelo Ibovespa, o principal índice de referência da bolsa, que subiu 16,67%, a maior alta mensal desde outubro de 2002.

As fortes valorizações, tanto do Tesouro IPCA, quanto do Ibovespa, são resultado da melhor percepção de risco do país, decorrente do aumento da probabilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff e de um movimento de valorização das commodities no mês.

Veja, na tabela a seguir, as variações de alguns dos principais índices e investimentos do mercado em março:

Aplicação Desempenho em março Desempenho em 2016
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal) 20,81% 22,86%
Ibovespa 16,97% 15,17
Fundos de Ações Indexados 14,79% 13,06%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B) 11,76% 13,92%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B) 9,97% 14,13%
Tesouro Prefixado 2021 (LTN) 9,77% 16,21%
Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix) 9,16% 5,44%
Fundo de Ações Dividendos 8,06% 8,27%
Fundos de Ações Livre 6,90% 6,38%
Fundos de Ações Small Caps 5,14% 4,57%
Fundos Renda Fixa Indexados 2,33% 5,71%
Fundos de Renda Fixa Investimento no Exterior 2,25% 5,54%
Fundos de Ações Investimento no Exterior 1,83% -1,48%
Tesouro Prefixado 2017 (LTN) 1,45% 4,92%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2017 (NTN-F) 1,42% 4,86%
Fundos Multimercados Juros e Moedas 1,17% 3,62%
Tesouro Selic 2017 (LFT) 1,15% 3,19%
CDI* 1,10% 13,71%
Selic* 1,10% 13,73%
Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal) 1,02% 6,95%
Fundos Renda Fixa Simples 0,98% 3,04%
Tesouro Selic 2021 (LFT) 0,87% 2,90
Fundos Multimercados Macro 0,86% 3,51%
Fundos Multimercados Investimento no Exterior 0,86% 3,51%
Poupança 0,61% 7,52%
IGP-M (estimativa do Banco Central)** 0,55% 7,68%
IPCA (estimativa do Banco Central)** 0,54% 7,31%
Ouro BM&F -9,73% 5,46%
Dólar comercial -10,17% -8,91%

Os rendimentos de todos os fundos da tabela são referentes ao fechamento do dia 24 de março, assim como as expectativas sobre o IGP-M e o IPCA. Já os dados sobre a poupança, Selic, CDI e ouro são relativos ao dia 30. As rentabilidades dos títulos públicos, do Ibovespa, dólar e do Ifix tiveram como base o fechamento do dia 31. 

(**) Expectativa de inflação para o mês de março de 2016, segundo o Boletim Focus do Banco Central.

(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento. Fontes: Anbima, Banco Central, BM&FBovespa e Tesouro Nacional

Vale ressaltar que os rendimentos apresentados pelos títulos públicos da tabela são referentes ao mês de março. Eles refletem, portanto, o retorno que o investidor teria ao comprar os títulos no início de março e vendê-los no final do mês. Caso os títulos sejam mantidos até o prazo de vencimento, eles apresentarão exatamente a rentabilidade indicada no momento da compra do título.

Títulos públicos brilham no mês de março

Com alta de mais de 20%, o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035 foi o grande campeão de rentabilidade do mês de março. O título, que é vendido pelo site Tesouro Direto, paga ao investidor uma taxa de juro prefixada, mais a variação da inflação, medida pelo IPCA.

Conforme explica André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimento, o título foi beneficiado pela melhoria da percepção de risco do Brasil. “Com uma percepção de risco mais favorável, a curva de juros do país - que reflete seu risco - cai e assim o preço do título sobe, gerando uma forte alta no mês”, diz.

Perfeito acrescenta que o sentimento de que a situação do país está melhor provoca um aumento na demanda dos títulos. Assim, se um título era vendido no início do mês a um determinado valor, com a maior procura, seu preço sobe. Confira mais detalhes sobre o funcionamento dos títulos públicos.

É possível notar que os títulos de prazo mais longo tiveram resultados melhores no mês. Isso ocorre, segundo o economista da Gradual, pois as oscilações dos títulos são fortemente correlacionadas às decisões do Banco Central sobre a meta da taxa básica de juros, Selic.

"Como o BC não deve fazer grandes movimentos agora, os títulos de curto prazo não apresentam grandes variações, já os títulos mais longos sobem diante da percepção de que no longo prazo a situação do país deve melhorar”, diz Perfeito.

Ele ressalta que o crescimento do otimismo não é explicado apenas pelo aumento da probabilidade de impeachment, que é visto com bons olhos pelo mercado, mas também pelo fato de que a percepção de risco dos países emergentes melhorou. “O Brasil é visto como uma enorme fazenda. Assim, como os preços das commodities subiram no mês, os ativos brasileiros se apreciam”, afirma Perfeito.

Enquanto títulos públicos apresentaram fortes altas, a poupança continua rendendo 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR), rentabilidade muito inferior ao retorno de outros investimentos de renda fixa que se aproveitam do momento de alta dos juros.

Vale lembrar que, de acordo com as novas regras de remuneração da poupança, a caderneta rende sempre 70% da taxa Selic mais a TR quando a taxa básica é menor ou igual a 8,5% ao ano e passa a render sempre 0,5% ao ano mais a TR quando a Selic é superior a 8,5% ao ano.

Veja cinco investimentos de baixo risco que superam o retorno da poupança.

Ibovespa é grande destaque na renda variável

A melhor percepção de risco do país também puxou os investimentos de renda variável, especialmente o Ibovespa, que teve seu melhor mês desde outubro de 2002.

“A alta do Ibovespa segue o mesmo raciocínio: em um momento em que vários papéis são vistos como muito baratos e as perspectivas melhoram, por motivos domésticos e externos, a bolsa sobe fortemente”, diz o economista-chefe da Gradual Investimentos.

Já o dólar ficou entre os destaques negativos da renda variável, ao apresentar queda de mais de 10% no mês. Perfeito destaca que a moeda americana se desvalorizou não só no Brasil, como em outros países. “Isso mostra que o impeachment influenciou o mercado, mas não só isso. Amelhor  percepção sobre os países emergentes também contribuiu para a alta da bolsa e do real”, afirma.

Depois de apresentar a maior alta do mês de fevereiro, o ouro também registrou queda acentuada em março, de quase 10%. Como o metal é visto como uma reserva de segurança, por possuir lastro, quando o clima de incerteza impera, ele tende a subir e quando o cenário fica menos instável, o apetite ao risco aumenta e os investidores migram seus recursos para outros investimentos.

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