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Os melhores e piores investimentos de maio

O governo Temer ficou por um fio e a crise política puxou para baixo os fundos de ações. Já os fundos cambiais lideraram o ranking de investimentos de maio

Investimentos: Fundos cambiais lideraram o ranking de EXAME.com em maio (artisteer/Thinkstock)

Investimentos: Fundos cambiais lideraram o ranking de EXAME.com em maio (artisteer/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 31 de maio de 2017 às 18h20.

Última atualização em 31 de maio de 2017 às 18h24.

São Paulo - Foi um mês histórico. As últimas revelações envolvendo o presidente Michel Temer e os irmãos Batista, da JBS, desestabilizaram o mercado em maio.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, cedeu 4,12% no período, guiando os fundos de ações que pagam dividendos ao pior desempenho no ranking de investimentos de EXAME.com, com uma baixa de 3,54%. O Tesouro IPCA com juros semestrais e vencimento em 2050 acompanhou esse movimento e ficou com o segundo pior desempenho no mês: uma queda de 3,51%.

Na ponta oposta, os fundos cambiais saltaram 3,56% e encabeçaram a lista das melhores performances. O ouro subiu 1,55% e ficou na segunda colocação do ranking em março.

Planejadores financeiros indicam a aplicação em fundos cambiais apenas para pessoas que precisam se proteger da oscilação de moedas estrangeiras. É o caso, por exemplo, de quem vai viajar ao exterior.

Fora dessa circunstância, esse investimento não é recomendado aos pequenos investidores, uma vez que a taxa de câmbio varia muito. Em todos os casos, a orientação é sempre lembrar que a rentabilidade passada não significa garantia de rendimento futuro.

É importante mencionar que o ranking de investimentos considera a rentabilidade bruta das aplicações no mês e em 2017, sem descontar Imposto de Renda. Em aplicações em fundos de ações, há IR de 15%.

Nos fundos de curto prazo, a alíquota é de 22,50% para resgates em até 180 dias e de 20% para resgates depois de 180 dias. Nas demais categorias de fundos (longo prazo), a tributação segue tabela regressiva, em que a alíquota varia entre 15% e 22,5%, conforme o prazo de vencimento.

Os títulos públicos também são tributados pela tabela regressiva de IR. Veja o passo a passo para investir no Tesouro Direto e como escolher a corretora. A poupança não tem cobrança de Imposto de Renda e a aplicação em ouro também é isenta de IR até 20 mil reais.

Confira o ranking de investimentos de maio:

InvestimentoDesempenho em maioDesempenho em 2017
Fundos Cambiais*3,56%2,05%
Ouro BM&F1,55%10,27%
Tesouro Selic 2021 (LFT)0,82%4,66%
Tesouro Prefixado 2018 (LTN)0,81%5,66%
Tesouro Selic 2023 (LFT)0,76%?
Fundos de Renda Fixa Investimento no Exterior*0,68%4,89%
Fundos Renda Fixa Simples*0,64%3,97%
Poupança**0,52%2,37%
Fundos de Ações Investimento no Exterior*0,33%4,37%
Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal)0,09%5,30%
Fundos Multimercados Investimento no Exterior*-0,07%4,12%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2021 (NTN-F)-0,17%7,08%
Tesouro Prefixado 2021 (LTN)-0,36%7,45%
Fundos Multimercados Livre*-0,53%4,30%
Fundos Renda Fixa Indexados*-0,59%4,72%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B)-1,75%5,67%
Fundos de Ações Small Caps*-1,78%14,91%
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal)-2,59%6,66%
Fundos de Ações Livre*-2,80%7,38%
Fundos de Ações Indexados*-3,06%5,41%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B)-3,51%6,13%
Fundo de Ações Dividendos*-3,54%6,18%

Referências:

InvestimentoDesempenho em maioDesempenho em 2017
Ibovespa4,12%3,32%
Selic***0,93%4,82%
CDI***0,88%4,76%
IPCA****0,46%3,95%
Dólar comercial1,94%-0,41%

*Até 30 de maio, dado mais atual disponível na Anbima.

**Até 30 de maio.

***O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.

****Projeção do Boletim Focus do Banco Central.

Fontes: Anbima, BM&FBovespa, Thomson Reuters, Banco Central do Brasil e Tesouro Nacional.

Avaliação

A economia vinha em uma trajetória positiva, com a expectativa de aprovação das reformas no Congresso, mas os mercados foram pegos de surpresa pelas delações da JBS. A notícia desestabilizou a Bolsa e o dólar.

Para o CEO e fundador da consultoria de investimentos Magnetis, Luciano Tavares, era natural que o mercado reagisse dessa forma após o baque. Por isso, especialmente neste momento, ele recomenda diversificar os investimentos pensando no longo prazo, para se proteger do que pode vir pela frente.

“Maio ilustrou que é muito difícil prever o que vai acontecer no curto prazo. Uma notícia política mudou totalmente o cenário”, explica.

Daqui para frente, é melhor não tentar adivinhar qual ativo vai se valorizar ou desvalorizar. É mais indicado planejar investimentos no longo prazo e adequá-los ao perfil de risco do investidor. Ou seja, nada de vender todos os seus fundos de ações, nem de aplicar todo seu dinheiro em fundos cambiais.

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