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Os melhores e os piores investimentos de janeiro

Títulos públicos têm o maior rendimento do mês e superam com folga a rentabilidade dos investimentos mais arriscados, de renda variável


	Medalha de ouro: Títulos públicos lideram ranking dos investimentos e o Ibovespa aparece na lanterna
 (Stock.xchng)

Medalha de ouro: Títulos públicos lideram ranking dos investimentos e o Ibovespa aparece na lanterna (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2015 às 10h18.

*Texto atualizado às 11h10 do dia 02/02/2015. Por uma falha do Tesouro Nacional na divulgação das rentabilidades dos títulos, o retorno da NTN-F com vencimento em 2017 estava errado. Após a retificação do Tesouro, as NTN-Bs passaram a ser os títulos mais rentáveis da tabela.

São Paulo - Os títulos públicos lideraram o ranking de investimentos do mês de janeiro e assim novamente as aplicações de renda fixa, que são mais conservadoras, deixaram os investimentos de renda variável no chinelo. 

Com alta de 5,59% no mês, as Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B), com vencimento em 2035, tiveram o melhor rendimento do balanço. Esses títulos pagam uma taxa de juro pré-fixada mais a variação da inflação (medida pelo IPCA) e são negociados pelo Tesouro Direto, plataforma online de negociação dos títulos públicos.

Entre os investimentos de renda variável, o melhor desempenho foi registrado pelo ouro, que teve valorização de 3,90%.

Veja, na tabela a seguir, o ranking do desempenho das principais aplicações financeiras do mercado em janeiro:

Aplicação Desempenho em janeiro
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035)* 5,59%
NTN-B (vencimento em 15/08/2050)* 4,86%
NTN-B (vencimento em 15/05/2035)* 4,20%
Ouro 3,90%
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) 2,69%
NTN-F (vencimento em 01/01/2017)* 1,96%
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015)* 1,53%
NTN-B (vencimento em 15/05/2015)* 1,53%
LTN (vencimento em 01/01/2016)* 1,22%
Fundos de Renda Fixa* 1,20%
IPCA (estimativa do Banco Central)** 1,20%
Fundos Multimercados Juros e Moedas* 1,11%
Selic* 0,97%
CDI* 0,96%
Fundos referenciados DI* 0,94%
LFT (vencimento em 07/03/2015)* 0,89%
LFT (vencimento em 07/03/2017)* 0,83%
Fundos Multimercado Macro* 0,61%
Poupança antiga* 0,58%
Poupança nova* 0,58%
IGP-M (estimativa do Banco Central)** 0,58%
Fundos Multimercado Multiestratégia* -0,10%
Dólar -2,99%
Fundos de ações dividendos* -3,01%
Fundos de ações livre* -3,98%
Fundos de ações Ibovespa Ativo* -4,00%
Fundos de ações Small Caps* -5,49%
Ibovespa -6,19%

Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.

(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.
(**) Expectativa de inflação para o mês de janeiro, segundo o Banco Central.

À exceção dos fundos de investimento imobiliário, os resultados dos rendimentos de todos os fundos da tabela foram fechados no dia 27 de janeiro.

As expectativas sobre o IGP-M e o IPCA foram fechadas no dia 23 de janeiro. Os dados sobre as poupanças nova e antiga, CDI e ouro foram fechados no dia 29. Já as rentabilidades do Ibovespa, dólar, IFIX, Selic e títulos públicos se referem ao fechamento do dia 30. 

Renda fixa

No grupo dos investimentos de renda fixa, que são aqueles que têm sua forma de remuneração definida no momento da aplicação, novamente os títulos públicos aparecem no topo do ranking.

O melhor resultado foi apresentado pelas NTN-Bs com vencimento em 2035. Conforme explica Antônio Pardal, sócio da TCX gestão de recursos, a rentabilidade dos títulos que possuem taxas pré-fixadas oscila de acordo com a expectativa de variação dos juros básicos da economia no futuro.

“Apesar da elevação da taxa Selic, o mercado acredita que os juros devem começar a cair a no futuro porque as medidas tomadas pela equipe econômica do governo devem dar certo. Assim, os juros futuros de longo prazo estão em queda”, diz Pardal.

Com essa queda dos juros de longo prazo, o investidor que comprou uma NTN-B no fim de dezembro viu seu título se valorizar em janeiro porque as novas NTN-Bs são vendidas a uma taxa de menor, já que passam a ser alinhadas com a expectativa de juros menores no futuro.

Isso acontece por causa do efeito da chamada marcação a mercado, que mostra a rentabilidade que os títulos teriam se fossem vendidos antes do vencimento.

Com a previsão de queda da taxa Selic no futuro, NTN-Bs compradas anteriormente, que pagavam, hipoteticamente, 6% ao ano passam a ser vantajosas diante de novas NTN-Bs, que oferecem taxas inferiores a 6%. Dessa forma, o investidor que vende o título antes do vencimento consegue obter um preço superior ao que pagou.

Apesar dessas oscilações no intervalo de um mês, os títulos públicos não geram prejuízos, tampouco ganhos acentuados, se forem levados até o vencimento. Quando carregados até o final do prazo eles pagam exatamente o que foi acordado no momento da aplicação.

Dentre os títulos da tabela, estão disponíveis para compra atualmente as Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) com prazo de vencimento em 2017, e as NTN-Bs com vencimento em 2035 e 2050 (veja a lista completa dos títulos disponíveis para compra).

Vale destacar que os resultados dos títulos públicos e de outros investimentos conservadores superam com folga o retorno da poupança, que apresentou o pior resultado da renda fixa no mês. Isso acontece porque enquanto os outros títulos de renda fixa acompanham a alta da Selic, a caderneta passa a render sempre 0,5% mais a Taxa Referencial (TR) quando a taxa básica de juros passa dos 8,5% ao ano. 

Atualmente, a Selic está aos 12,25% ao ano.

Renda variável

Dentre os investimentos de renda variável, que são mais arriscados e não possuem retornos previsíveis, o ouro teve o melhor resultado.

Clodoir Vieira, analista da Compliance Comunicação, afirma que a alta do metal é resultado da maior insegurança dos investidores em relação aos rumos da economia. “De um lado a indústria está fraca, de outro vemos o preço do barril de petróleo despencando e a Petrobras caindo. Diante dessa conjuntura, o investidor se sente mais seguro partindo para um ativo real”, diz.

O ouro é um investimento que costuma se valorizar em momentos de incerteza e é tido como uma reserva de segurança por ser um ativo que possui lastro.

Já o desempenho da Bolsa, medido pelo Ibovespa, foi desastroso. O índice apresentou queda de 6,19%. Em linha com o indicador, os fundos de investimento que aplicam em ações também tiveram resultados negativos no mês.

A lista de fatores que explica a queda da bolsa é extensa, mas no topo aparece a Petrobras. “Por ser hoje a maior empresa brasileira, essa situação de corrupção e publicação de balanço não auditado acaba trazendo um enorme descrédito. E a Vale, que achávamos que poderia se recuperar com o dólar em alta, também caiu”, afirma Vieira.

Para Antonio Pardal, a queda da Petrobras prejudica o desempenho do Ibovespa não só pelo alto peso que a ação tem no índice, mas pela influência que a empresa tem sobre a imagem do mercado de ações brasileiro.

“Os escândalos da Petrobras têm uma repercussão muito grande e todo o mercado fica com um sentimento ruim. A Petrobras impacta a imagem do Brasil lá fora. O investidor estrangeiro está muito ressentido pelo calote da OGX e ficou ainda mais com esses escandaloes da Petrobras”, afirma o sócio da TCX.

Veja no vídeo abaixo por que a poupança está relativamente pior:

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