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Os melhores e piores investimentos de agosto

Estresse eleitoral faz dólar disparar 8,5% no mês, impulsionando os fundos cambiais e o ouro

Ranking: Fundos de ações derretem em agosto e devolvem ganhos de julho (tomertu/Thinkstock)

Ranking: Fundos de ações derretem em agosto e devolvem ganhos de julho (tomertu/Thinkstock)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 31 de agosto de 2018 às 21h30.

Última atualização em 31 de agosto de 2018 às 21h30.

São Paulo — O estresse eleitoral fez o dólar disparar em agosto, colocando os fundos cambiais no topo do ranking de melhores investimentos do mês elaborado pelo site EXAME. A moeda americana saltou quase 8,5% no período, na maior alta mensal em quase três anos.

Planejadores financeiros indicam a aplicação em fundos cambiais apenas para pessoas que precisam se proteger da oscilação de moedas estrangeiras. É o caso, por exemplo, de quem vai viajar ao exterior. Fora dessa circunstância, esse investimento não é recomendado aos pequenos investidores, uma vez que a taxa de câmbio varia muito.

Quem também pegou carona na valorização do dólar em agosto foi o ouro, que ocupou a segunda colocação no ranking, com alta de 7,65% no mês. Vale lembrar que os fundos cambiais e o ouro ficaram na lanterna dos melhores investimentos em julho, quando a moeda americana caiu mais de 3%.

Agosto não foi um bom mês para a renda variável. O Ibovespa, principal índice de ações da B3, cedeu 3,2% no período e derrubou os fundos de ações. No Tesouro Direto, plataforma do governo para compra e venda de títulos públicos, o Tesouro IPCA+ que segue a inflação, paga juros semestrais e tem vencimento em 2050 perdeu 2,69%.

Em todos os casos, a orientação é sempre lembrar que a rentabilidade passada não significa garantia de rendimento futuro. Também é importante mencionar que o ranking de investimentos do site EXAME considera a rentabilidade bruta das aplicações no mês e em 2018, sem descontar Imposto de Renda. Nas aplicações em fundos de ações, há IR de 15%.

Nos fundos de curto prazo, a alíquota é de 22,50% para resgates em até 180 dias e de 20% para resgates depois de 180 dias. Nas demais categorias de fundos (longo prazo), a tributação segue tabela regressiva, em que a alíquota varia entre 15% e 22,5%, conforme o prazo de vencimento.

Os títulos públicos também são tributados pela tabela regressiva de IR. Veja o passo a passo para investir no Tesouro Direto e como escolher a corretora. A poupança não tem cobrança de Imposto de Renda e a aplicação em ouro também é isenta de IR até 20 mil reais.

Confira o ranking de investimentos de agosto:

InvestimentoDesempenho em agosto (em %)Desempenho em 2018 (em %)
Fundos Cambiais*10,1626,58
Ouro B3 (250 gramas)7,6516,24
Fundos Multimercados Investimento no Exterior*3,0710,10
Fundos de Renda Fixa Investimento no Exterior*1,194,74
Fundos Multimercados Livre*0,836,22
Tesouro Selic 2021 (LFT)0,494,22
Tesouro Prefixado 2019 (LTN)0,474,47
Fundos Renda Fixa Simples*0,423,57
Tesouro Selic 2023 (LFT)0,394,05
Poupança**0,372,70
Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal)0,264,49
Fundos de Ações Investimento no Exterior*-0,010,35
Fundos Renda Fixa Indexados*-0,063,65
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2021 (NTN-F)-1,413,66
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B)-1,553,02
Tesouro Prefixado 2021 (LTN)-1,633,83
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal)-1,98-0,81
Fundos de Ações Livre*-1,990,39
Fundos de Ações Indexados*-2,150,71
Fundo de Ações Dividendos*-2,50-2,16
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B)-2,69-0,66
Fundos de Ações Small Caps*-3,10-6,03

Referências

InvestimentoDesempenho em agosto (em %)Desempenho em 2018 (em %)
Ibovespa-3,210,36
Selic***0,574,30
CDI***0,564,27
IPCA0,13****4,17*****
Dólar comercial8,4922,88

*Até 28 de agosto, dado mais atual disponível na Anbima
**Até 28 de agosto
***O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.
****Refere-se à prévia da inflação oficial do país, o IPCA-15 de agosto
*****Projeção da versão mais atual do Boletim Focus do Banco Central
Fontes: Anbima, BM&FBovespa, Thomson Reuters, Banco Central do Brasil e Tesouro Nacional.

Avaliação

Na avaliação do diretor de câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo, o resultado das eleições é crucial para o futuro do dólar. “O pior cenário é constituído pela eleição de um candidato absolutamente descompromissado com as políticas de austeridade fiscal, agenda de reformas e que vá repetir os modos da matriz econômica adotada pelo último governo nos últimos anos”, diz. “Mais especificamente, com um candidato como Ciro Gomes, ou um possível representante do PT, que possuem uma postura radical e populista.”

Se o próximo presidente não conseguir aprovar as reformas, segundo Bergallo, a cotação da moeda americana pode ultrapassar os 5 reais. “A Reforma da Previdência, que causa um rombo enorme nas contas públicas, precisa ser aprovada no primeiro semestre de 2019. Caso o executivo não consiga maioria no legislativo, será um caos do ponto de vista do investidor estrangeiro e terá uma fuga em massa de capital.”

Já o economista-chefe da Spinelli Corretora, André Perfeito, acredita que "muito provavelmente" o dólar não vai chegar aos 5 reais. "Em primeiro lugar, porque o Brasil tem reservas internacionais relevantes e acumula também saldo em dólar pelo saldo comercial. Em segundo lugar, Geraldo Alckmin ficará parado neste patamar [nas pesquisas eleitorais] por mais um tempo, mas não tem porque não acreditar que não possa melhorar sua posição quando o horário gratuito começar e ele puder usar seu acordo caro com o 'Centrão'", diz.

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