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Os melhores e piores investimentos de agosto

Poupança tem um dos menores rendimentos e fundos de renda fixa, ações livre e ouro se destacam


	Ranking: Investimentos em renda variável voltam a ter melhores resultados do que renda fixa
 (Reprodução)

Ranking: Investimentos em renda variável voltam a ter melhores resultados do que renda fixa (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2012 às 16h56.

São Paulo – Os investimentos em renda variável apresentaram os melhores rendimentos de agosto e, assim como no mês passado, deixaram a renda fixa para trás. O ouro negociado na BM&F Bovespa teve o melhor desempenho do mês, seguido pelos fundos de ações livres e o Ibovespa. Na renda fixa, os melhores resultados foram dos fundos de renda fixa e dos títulos públicos, com destaque para a NTN-B. Na lanterna do ranking de investimentos do mês, ficaram a poupança, o dólar comercial e os fundos de ações dividendos.

Veja a seguir o ranking de desempenho das aplicações no mês de agosto. 

Aplicação No mês No ano Fechamento em
Ouro BM&F 2,74% 14,63% 30/08/2012
Fundos de ações livres 2,31% 9,34% 27/08/2012
Ibovespa 2,07 0,88% 30/08/2012
Fundos de ações small caps 1,88% 9,47% 27/08/2012
Fundos de Ações Ibovespa ativo 1,11% 3,55% 27/08/2012
Fundos de Renda Fixa 1,02% 7,62% 27/08/2012
Fundos Multimercado Multiestratégia 0,90% 10,03% 27/08/2012
NTN-B (vencimento em 15/05/2013) 0,74%** 8,21% 30/08/2012
NTN-F (vencimento em 01/01/2013) 0,70%** 7,52% 30/08/2012
LTN (vencimento em 01/01/2013) 0,70%** 7,58% 30/08/2012
LFT (vencimento em 07/03/2013) 0,68%** 6,06% 30/08/2012
Fundos Multimercados Juros e Moedas 0,65% 7,54% 26/07/2012
Selic 0,63% 6,03% 30/08/2012
CDI 0,60% 5,93% 29/08/2012
Fundos referenciados DI 0,57% 6,06% 27/08/2012
Fundos Multimercado Macro 0,47% 11,89% 27/08/2012
Poupança * 0,45% 3,72% 30/08/2012
Dólar comercial 0,07% 9,36% 30/08/2012
Fundos de ações dividendos - 0,2% 13,45% 27/08/2012

(**) Últimos 30 dias até a data de fechamento.
(*) Rentabilidade mensal válida para a nova regra da poupança e medida entre os dias 28/07/2012 e 28/08/2012. Rentabilidade no ano considera o rendimento pela poupança antiga até o dia 04/05/2012 e depois o rendimento pela nova regra entre os dias 05/05/2012 até o dia 30/08/2012.

Fontes: Anbima, Banco Central e BM&FBovespa.

Renda Fixa

Entre essas aplicações, os fundos de renda fixa lideram o ranking de rendimentos do mês. No atual cenário de juros baixos, estes fundos se destacam pois os gestores buscam os títulos públicos com mais potencial de valorização no momento. Assim, eles obtêm rendimento não só com os juros, mas com a valorização dos papéis.


Em seguida, o Tesouro Nacional tem a melhor rentabilidade na renda fixa, com destaque para a NTN-B. Por ser um título indexado à inflação, que paga uma taxa de juros prefixada (cupom) mais a variação da inflação medida pelo IPCA, quando outros títulos sofrem com a queda dos juros, a NTN-B se valoriza. “A sensação de que a inflação deve estar se apreciando também valorizou as NTN-Bs”, explica Paulo Bittencourt, diretor técnico da Apogeo Investimentos. No boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, as projeções indicam que o IPCA irá fechar 2012 em 5,24%, e o prognóstico para 2013 subiu de 5,02% para 5,11%.

Os títulos prefixados NTN-F e LTN ficaram no meio termo entre os a NTN-B e a LFT. A rentabilidade deles é conhecida no momento da aplicação, por isso eles se beneficiam quando a tendência é de queda de juros, ficando acima das LFT, que são atreladas à Selic. Por outro lado, com a taxa prefixada, eles não se aproveitam tanto de fatores de oscilações do mercado, como as NTN-B.

E as LFT ficaram com o pior rendimento dos títulos públicos pelo seu fator de indexação à taxa Selic, que vem sofrendo quedas consecutivas há exatamente um ano e foi reduzida este mês a 7,5% ao ano, o menor patamar da história.

Também indexados à Selic, os fundos DI tiveram seu rendimento prejudicado nos últimos meses. Eles superaram apenas a rentabilidade da poupança entre os produtos de renda fixa. No entanto, eles podem render menos do que a caderneta, se considerado o desconto da taxa de administração. Com uma taxa de 1% ao ano, os fundos DI se equiparam à rentabilidade da poupança apenas se investimento for feito em um prazo superior a 12 meses. Se a taxa de administração for de 0,7%, ou menor, os fundos DI têm a mesma rentabilidade que a poupança em investimentos de até dois meses e em prazos acima de três meses já têm um rendimento maior. 

Conforme Bittencourt explica, os fundos DI são mais utilizados como uma reserva financeira que dá segurança para o investidor, uma vez que o recurso investido pode ser resgatado a qualquer momento (liquidez imediata). “No passado, não se via uma rentabilidade tão baixa dos fundos DI, mas o investidor deve se acostumar com isso, porque eles são feitos para garantir a segurança de um investimento e não para fomento”.

A poupança, que teve uma das piores rentabilidades do mês, também funciona mais como uma reserva financeira depois que seu rendimento passou a ser de 70% da taxa Selic, mais a Taxa Referencial. Apesar de não render tanto quanto a antiga poupança– que pagava juros de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial - ela ainda é recomendável para o investimento de curto prazo, pela maior praticidade e por ser isenta de Imposto de Renda. 


Renda variável 

A forte alta do Ibovespa no início do mês marcou o resultado dos investimentos. Ainda que nas últimas sessões o Ibovespa tenha apresentado uma tendência de queda, os investimentos ligados à bolsa tiveram bons resultados. “Os fundos de ações livres, como não são indexados a dividendos ou a outro tipo de carteira, aproveitaram as ações que subiram em agosto para escolher os papéis com mais recuperação no mês”, avalia Bittencourt.

O Ibovespa e os fundos de ações Ibovespa ativo – que utilizam o índice como referência, mas buscam superar sua rentabilidade investindo em papéis com maior potencial de valorização - também aparecem no topo do ranking, exatamente puxados pela alta mais acentuada no início do mês.

Os fundos de ações small caps também performaram bem. As small caps são ações de empresas com valor de mercado de até 5 bilhões de reais. Como são papéis que têm menor procura, que podem ficar dias sem ser negociados, eles podem ser mais suscetíveis a movimentos da bolsa. “Se a Vale no mês tem 15% a mais de negociações em volume, o efeito de valorização não é tão grande quanto se houvesse um aumento de 15% no volume de negociação das small caps”, explica. 

O ouro no segmento BM&F teve o melhor desempenho do mês. O investimento funciona como uma reserva de valor e, por isso, em momentos de incerteza, é uma aplicação que tende a atrair investidores e se valorizar.

E os fundos multimercados, que em julho estavam nas primeiras posições do ranking, já não aparecem mais. “Esses fundos investem em ações e renda fixa e suas taxas chegam a 2%, 2,2%, então quando a Selic caía 0,5% e ficava em 11% não fazia muita diferença, mas caindo para 7,5% a proporção é alta em relação à taxa cobrada e o retorno fica mais baixo”, esclarece diretor técnico da Apogeo.

Por fim, o pior do mês são os fundos de dividendos, que, contraditoriamente, também são a melhor aplicação do ano. As empresas que pagam bons dividendos são as chamadas ações defensivas. Elas têm demanda estável e por isso não sofrem como outras empresas em períodos de crise, o que explica a valorização no acumulado do ano. Porém, por serem mais estáveis, quando há uma valorização na bolsa, elas demoram mais a acompanhar o movimento e os investidores buscam outros papéis.

“Com a alta do Ibovespa, houve uma venda de papéis defensivos. E além disso, os fundos de dividendos também sofreram com a discussão sobre a tributação de energia elétrica. Então as ações relacionadas ao setor , que são boas pagadoras de dividendos, tiveram essa tendência de queda”, conclui Bittencourt.

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