Minhas Finanças

Os melhores e os piores investimentos de setembro

Renda variável brilhou, enquanto poupança, dividendos e renda fixa indexada a juros patinaram; corte na Selic beneficiou renda fixa prefixada


	Ibovespa teve uma das maiores altas do mês, acompanhando bolsas do resto do mundo
 (Germano Lüders/EXAME)

Ibovespa teve uma das maiores altas do mês, acompanhando bolsas do resto do mundo (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2012 às 19h41.

São Paulo – Em setembro, mais uma vez a renda variável fez a poupança e a renda fixa ligada à taxa básica de juros da economia comerem poeira. O recuo da taxa Selic em meio ponto percentual prejudicou o rendimento da poupança e de aplicações pós-fixadas, mas continuou a fazer com que títulos públicos prefixados e atrelados à inflação tivessem bom desempenho. Já o melhor cenário externo impulsionou a Bolsa, que vacilou no pregão desta sexta-feira, mas beneficiou fundos de ações, de small caps e multimercados. Veja o desempenho de cada aplicação na tabela abaixo:

Aplicação No mês No ano Fechamento em
Ouro BM&F 5,11% 22,11% 28/09/2012
Ibovespa 3,50% 4,27% 28/09/2012
Fundos de Ações Ibovespa ativo 3,04% 6,07% 25/09/2012
Fundos de ações livres 2,98% 11,82% 25/09/2012
Fundos de ações small caps 2,94% 13,97% 25/09/2012
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015) 1,83%* 14,57% 28/09/2012
LTN (vencimento em 01/01/2015) 0,99%* 13,63% 28/09/2012
Fundos Multimercado Multiestratégia 0,95% 11,31% 25/09/2012
Fundos Multimercado Macro 0,91% 12,98% 25/09/2012
NTN-B (vencimento em 15/05/2013) 0,90%* 9,19% 28/09/2012
Fundos de Renda Fixa 0,71% 8,60% 25/09/2012
Fundos Multimercados Juros e Moedas 0,68% 8,51% 25/09/2012
LTN (vencimento em 01/01/2013) 0,62%* 8,17% 28/09/2012
NTN-F (vencimento em 01/01/2013) 0,62%* 8,11% 28/09/2012
LFT (vencimento em 07/03/2013) 0,62%* 6,66% 28/09/2012
Poupança antiga** 0,50% 4,37% 28/09/2012
Selic 0,48% 6,59% 27/09/2012
CDI 0,45% 6,50% 26/09/2012
Fundos referenciados DI 0,46% 6,67% 25/09/2012
Poupança nova*** 0,45% 2,01% 28/09/2012
LFT (vencimento em 07/03/2017) 0,40%* 6,52% 28/09/2012
NTN-F (vencimento em 01/01/2023) 0,10%* - 28/09/2012
Dólar comercial -0,05% 8,56% 28/09/2012
Fundos de ações dividendos -0,91% 9,47% 25/09/2012

(*) Últimos 30 dias até a data de fechamento.
(**) Rentabilidade do dinheiro que já estava aplicado na poupança antes do início das novas regras em 04/05/2012 e que ainda rende segundo a regra antiga.
(***) Rentabilidade mensal válida para a nova regra da poupança e medida entre os dias 27/08/2012 e 27/09/2012. Rentabilidade anual calculada entre os dias 04/05/2012 e 27/09/2012.


Poupança e renda fixa

A rentabilidade do dinheiro aplicado sob as novas regras da poupança (70% da Selic) ficou mais uma vez prejudicada com a redução da taxa básica de juros, a Selic, em meio ponto percentual no fim de agosto, para 7,5%. O corte também afetou negativamente as aplicações pós-fixadas, que são atreladas à taxa Selic, como fundos DI e as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), títulos públicos negociados via Tesouro Direto.

Entre os títulos públicos que vencem em 2013 – e que, portanto, já tiveram a maior parte de seus ganhos –, a LFT teve o pior rendimento no mês, de 0,62%. Já a única LFT atualmente à venda pelo Tesouro, com vencimento em 2017, ficou na parte de baixo da tabela, tendo rendido apenas 0,40% no mês.

O corte na Selic, por outro lado, beneficiou os títulos que ganham com a queda nos juros. Além de já pagarem uma taxa de juros acordada na hora da compra, esses títulos têm seu preço valorizado quando a taxa de juros cai, como ocorreu em setembro. Foi esse movimento que ajudou os fundos de renda fixa a terem uma rentabilidade razoável.

Entre os títulos públicos à venda atualmente, a NTN-B Principal de prazo mais curto (vencimento em 2015) teve um desempenho de 1,83%, apenas inferior às aplicações em Bolsa. Já a LTN com vencimento no mesmo ano vem em seguida, com rendimento de 0,99%. Entre os títulos que vencem em 2013, a NTN-B com vencimento em janeiro de 2013 obteve o melhor resultado, de 0,90%.

As NTN-B não só se beneficiam dos juros em queda como também da inflação controlada, porém mantida em patamar alto. Isso porque elas pagam uma taxa de juros prefixada mais a variação da inflação pelo IPCA. Neste mês, o Banco Central chegou inclusive a elevar suas estimativas inflacionárias para o fim do ano. Já as LTNs são apenas prefixadas, pagando um juro definido no momento da compra.

A taxa prefixada anual livre de inflação paga pelas NTN-B à venda atualmente varia de 2,68% (vencimento em 2015) a 4,40% (vencimento em 2050). Já entre os títulos prefixados, a taxa varia de 8,38% a 9,77% ao ano. Veja todos os detalhes sobre os títulos públicos à venda aqui e todas as rentabilidades dos títulos públicos aqui.

O administrador de investimentos Fabio Colombo lembra, no entanto, que como os juros já caíram bastante, é possível que já tenham atingido um piso, o que se refletiria em um menor espaço para ganhos com esses títulos no futuro. O mercado e o próprio BC acreditam que o espaço para novos cortes na Selic é bem reduzido, enquanto a inflação continua a se elevar. Se o governo voltar a elevar os juros para controlar a inflação, quem tiver dinheiro investido em títulos prefixados e atrelados à inflação verá o valor de seus papéis perder um pouco de valor, embora a taxa de juros acordada permaneça a mesma para quem carregar o título até o vencimento.


Bolsa e fundos de renda variável

A Bolsa brasileira viu nova recuperação em setembro, fechando com uma alta de 3,50% no mês e 4,27% no ano. O desempenho beneficiou fundos de ações, de small caps e multimercados, com exceção dos fundos de dividendos, que tiveram o pior desempenho do mês. Além desses fundos mais defensivos brilharem menos quando a Bolsa vai bem, o pacote de tarifas de energia anunciado por Dilma Rousseff no fim de agosto prejudicou o desempenho das ações das concessionárias do setor elétrico, tradicionais pagadoras de dividendos. O índice que reúne as empresas do setor caiu 8,3%.

Foi o clima externo que beneficiou o mercado acionário brasileiro. A Bovespa acompanhou as demais bolsas do mundo, num mês em que o Banco Central Europeu definiu seu programa de recompra de títulos soberanos de países em dificuldades e que os bancos centrais americano e japonês aprovaram planos de afrouxamento monetário.

Mas o Ibovespa poderia ter subido mais. Acontece que, no pregão desta sexta-feira, o índice amargou uma queda de 1,77%, em função de dados ruins nos Estados Unidos, dos testes de estresse nos bancos espanhóis e da forte queda das ações de bancos brasileiros e de empresas como Vale, Petrobras e Cielo.

Já o ouro teve a maior alta do mês em função de uma elevação, no exterior, do temor de uma alta inflacionária. “O ouro foi favorecido porque os programas de injeção de liquidez dos bancos centrais americano e japonês podem pressionar a inflação, o que leva os investidores a correrem para o metal para se proteger”, diz o administrador de investimentos Fabio Colombo.

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