São Paulo - O dólar registrou a maior rentabilidade do balanço de investimentos de março e superou as demais aplicações ao registrar alta de 11,70%.
A única aplicação que se aproximou do desempenho do dólar foi o ouro, que registrou alta de 10,79% no mesmo período.
Entre as aplicações mais conservadoras, de renda fixa, o Tesouro IPCA + 2015 (NTNB Principal), título público que paga juros mais a variação da inflação e tem vencimento neste ano, foi o mais rentável ao registrar alta de 1,35%, seguido por fundos de renda fixa, que tiveram alta de 1,19% no mês.
Veja, na tabela a seguir, o ranking de rentabilidade das principais aplicações financeiras em março:
Fontes: Anbima, Banco Central, BM&FBovespa, Economatica e Tesouro Nacional
(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.
(**) Expectativa de inflação para o mês de março e para o ano de 2015, segundo o Banco Central.
Com exceção dos fundos de investimento imobiliário, que têm cotas negociadas na bolsa de valores e cuja rentabilidade média é calculada pelo índice IFIX, os rendimentos de todos os fundos da tabela são referentes ao dia 25 de março.
As expectativas sobre o IGP-M e o IPCA foram fechadas no dia 20 de março. Já os dados sobre as poupanças nova e antiga, CDI e ouro são relativos ao dia 30. As rentabilidades do Ibovespa, dólar, IFIX, títulos públicos e da Selic tiveram como base o fechamento do dia 31.
Como a nomenclatura dos títulos públicos, que são vendidos pela plataforma online Tesouro Direto, mudou neste mês, a tabela foi atualizada com os novos nomes, mas os títulos acompanhados permanecem praticamente os mesmos (à exceção dos títulos que venceram no úlitmo mês).
Dentre os títulos públicos mostrados na tabela, atualmente estão disponíveis para compra apenas três: o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTNB), Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) e o Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal).
Renda Variável
No terceiro mês de 2015, a maior parte dos investimentos em renda variável apresentou rentabilidade superior a de aplicações em renda fixa. Considerados mais arriscados, eles ocuparam as primeiras oito posições do ranking no período.
O dólar e o ouro lideraram o balanço com altas de 11,70% e 10,79%, respectivamente. De acordo com Fausto Gouveia, sócio da gestora de recursos AZ Legan, ambos retratam a busca de investidores por mais segurança diante das incertezas do cenário econômico global.
"Enquanto a moeda americana é vista como um refúgio por investidores diante da melhora da economia e a probabilidade de alta dos juros nos Estados Unidos, o que eleva a cotação do dólar, o ouro oferece proteção por ser um ativo financeiro com lastro real", diz Gouveia.
Além do cenário internacional, a valorização do dólar ante o real também é pressionada pela instabilidade da política brasileira"Em março tivemos os protestos contra o governo, que não tem maioria no Congresso Nacional e enfrenta dificuldades para aprovar o ajuste fiscal necessário para melhorar a atividade econômica", afirma o sócio da AZ Legan.
Segundo ele, esses conflitos provocam fuga de recursos do país e desvalorizam a moeda nacional.
Já o principal índice de ações da bolsa de valores, o Ibovespa, caiu 0,84% em março e só não perdeu para o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX), que teve queda de 1,63% no mês. "Diante das incertezas econômicas que enfrentamos no país, não há espaço para o índice subir mais", diz Gouveia.
Renda Fixa
Em março, o título público que paga juros mais a variação da inflação com vencimento em 2015, o Tesouro IPCA + 2015 (NTN-B Principal) registrou rentabilidade de 1,35%, a maior entre as aplicações de renda fixa, cuja forma de remuneração é definida no momento do investimento.
Por outro lado, o Tesouro IPCA + 2035 (NTN-B Principal) teve o pior desempenho entre os investimentos de renda fixa: registrou queda de 3,10% no período.
A rentabilidade dos títulos que pagam a variação da inflação mais juros a cada semestre, os chamados Tesouro IPCA + com Juros Semestrais (NTN-B), com vencimentos em 2035 e 2050, também caíram 1,09% e 1,86% em março, respectivamente.
Os três títulos públicos e o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2017 (NTN-F), que rendeu 0,27% no mês, tiveram desempenho pior do que o da poupança, cujo retorno foi de 0,56% em março.
Segundo Gouveia, da gestora AZ Legan, a alta da inflação perto do teto da meta estipulada pelo governo tem impacto negativo sobre os títulos com prazos mais longos. "O mercado financeiro acaba antecipando que, com os juros e a inflação em níveis altos, pode haver um esforço maior do governo para controlar os juros e inflação no médio prazo".
Ele afirma que, com a maior incerteza sobre o comportamento futuro da inflação e dos juros, a rentabilidade desses títulos com prazos mais longos e taxas pré-fixadas cai.
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1. Leitura recomendada
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1/12 (Freeimages.com)
São Paulo -
Livros são boas fontes de informação para quem deseja conhecer melhor o universo das finanças, principalmente em momentos de incertezas sobre a economia. Os dez títulos selecionados por EXAME foram lançados recentemente, entre o final de 2013 e ao longo do ano passado. Mas quem quiser se aprofundar ainda mais também pode conferir a lista de alguns livros mais antigos,
considerados essenciais para quem quer começar a investir. As sugestões servem tanto para quem quer se livrar de
dívidas e organizar melhor o
orçamento doméstico, como para quem pretende iniciar novos
investimentos ou aprimorar seus conhecimentos sobre as
aplicações financeiras. As publicações também mostram tendências que têm impacto sobre as aplicações e explicam conceitos econômicos e termos utilizados no
mercado financeiro. Confira as sugestões a seguir e tenha uma boa leitura.
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2. "Adeus Aposentadoria"
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2/12 (Divulgação/Editora Sextante)
Autor: Gustavo Cerbasi Editora: Sextante Para Gustavo Cerbasi, consultor financeiro e autor do livro
"Casais inteligentes enriquecem juntos", o conceito de
aposentadoria está mudando. O aumento da expectativa de vida dos brasileiros e a redução
dos benefícios previdenciários pagos pelo governo restringem a renda na fase mais avançada na vida e, portanto, tornam ainda mais importante a preocupação com os investimentos para conquistar a tranquilidade financeira nesse período. O autor explica como é possível se preparar para obter renda suficiente para a aposentadoria e quais são as melhores opções de aplicações financeiras para o longo prazo.
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3. "Em Busca do Tesouro Direto"
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3/12 (Divulgação/Editora Campus Elsevier)
Autores: Samy Dana e Miguel Longuini Editora: Saraiva
O livro explica como funciona o investimento nos títulos do Tesouro Nacional e quais são as diferenças entre as opções disponíveis no Tesouro Direto, plataforma de compra e venda dos títulos.
Criado em 2002, o Tesouro Direto vendeu mais de 14 bilhões de reais em títulos no ano passado. A aplicação de baixo risco é uma boa opção para investidores que buscam retornos maiores do que a poupança e não gostam de correr muito risco.
O livro mostra o funcionamento dos títulos nos mínimos detalhes e utiliza conceitos de matemática financeira para explicar as formas de remuneração dos títulos.
É uma leitura essencial para quem pretende investir nos títulos públicos por conta própria, sem depender do auxílio de consultores financeiros.
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4. "Finanças pessoais: o que fazer com o meu dinheiro"
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4/12 (Divulgação/Editora Trevisan)
Autora: Marcia Dessen Editora: Trevisan Marcia Dessen, autora de artigos e livros de finanças pessoais e diretora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF), explica nesse guia como planejar o uso do dinheiro, investir, encarar dívidas e ter tranquilidade financeira no futuro.
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5. “Tudo ou Nada. Eike Batista e a verdadeira história do Grupo X”
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5/12 (Divulgação/Editora Record)
Autora: Malu Gaspar
Editora: Record
A trajetória do ex-bilionário Eike Batista, protagonista do maior escândalo financeiro do Brasil no ano passado, é contada pela jornalista Malu Gaspar, que tem passagens pela Revista Exame e pelo jornal Folha de S.Paulo e é editora da revista Veja. Malu cobriu a ascensão e decadência do grupo "X" nos últimos oito anos e explica como o empresário convenceu investidores e utilizou a bolsa de valores para levantar bilhões de reais. A autora também busca comprovar, com base em documentos, que o empresário sabia que estava divulgando informações fantasiosas a investidores quando suas empresas começaram a dar prejuízo. Eike é investigado por crimes contra o mercado financeiro e levou pequenos investidores a perderem dinheiro com ações de suas empresas. O livro serve como alerta para quem aplica na Bolsa, ou pretende começar a investir em ações.
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6. “Flash boys: Revolta em Wall Street”
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6/12 (Divulgação/Editora Intrínseca)
Autor: Michael Lewis
Editora: Intrínseca
O jornalista americano Michael Lewis conta nesse livro a trajetória do canadense Brad Katsuyama, que chegou à conclusão de que computadores podem competir com
grandes investidores nos investimentos em bolsa. Katsuyama começou a trabalhar como funcionário de uma corretora em Wall Street a partir de 2008, aos 29 anos, e, desde então, estuda como o uso de softwares e computadores potentes está mudando o modo de investir em
ações no mundo. A tecnologia já permite emitir ordens de compra e venda de papéis em milésimos de segundos. Dessa forma, é possível ampliar ganhos na bolsa com pequenas e rápidas distorções de preços. Essas operações, chamadas de trades de alta frequência, já sofreram restrições de órgãos reguladores em alguns países, que temem que as transações aumentem a especulação no mercado acionário, o que pode ter impacto negativo para quem investe na bolsa.
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7. “How to speak money “
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7/12 (Divulgação/Faber & Faber)
Autor: John Lanchester Editora: Faber & Faber Os termos e conceitos usados no mercado financeiro parecem muito complicados? O escritor inglês, autor do best seller sobre a crise econômica de 2008 "I.O.U", busca traduzir nesse livro os principais jargões utilizados por bancos, corretoras e gestoras de investimentos. Com uma linguagem leve para manter a atenção do leitor, ele explica desde conceitos mais simples, que podem fazer parte de um financiamento ou contrato de cartão de crédito, até termos mais sofisticados, que se tornaram mais conhecidos durante a crise. O objetivo do autor é fazer com que clientes de bancos e investidores se sintam menos intimidados por esses conceitos e possam questionar e entender melhor o que está previsto em contratos de serviços financeiros e investimentos. A versão digital em inglês do livro pode ser adquirida em sites que atuam no Brasil.
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8. “Risk Savvy: How to Make Good Decisions”
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8/12 (Divulgação/Viking Adult)
Autor: Gerd Gigerenzer Editora: Viking Adult Psicólogo alemão especialista em risco, o autor demonstra como tomar boas decisões no mercado financeiro e com relação a diversos assuntos, como saúde e relacionamentos. Para isso, recomenda regras simples que podem diminuir a necessidade de uma grande quantidade de informação ao mesmo tempo em que evitam riscos. A versão em inglês do livro, tanto impressa como digital, pode ser
comprada pela internet.
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9. “Investir em Imóveis. Entenda os segredos práticos desse mercado”
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9/12 (Divulgação/Editora Évora)
Autores: Gilberto Benevides e Wang Chi Hsin Editora: Évora Os autores, um engenheiro civil e um arquiteto, listam no livro cuidados que devem ser tomados por quem pretende comprar um
imóvel para morar ou investir. O livro também busca responder dúvidas sobre qual o melhor tipo de imóvel, como se relacionar com corretores e como escolher a unidade mais adequada.
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10. “Macroeconomia para executivos”
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10/12 (Divulgação/Editora Campus Elsevier)
Autores: Fabio Giambiagi e Cristiane Schmidt
Editora: Campus Elsevier Entender conceitos macroeconômicos, como inflação e juros, auxilia na análise
sobre onde investir. Além de traduzir o “economês” de cada termo, os autores demonstram como os indicadores de atividade econômica têm impacto no cotidiano. Para isso, utilizam linguagem simples e didática, além de exemplos concretos.
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11. “Microeconomics: A Very Short Introduction”
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11/12 (Divulgação/Oxford University)
Autor: Avinash Dixit Editora: Oxford University O professor de economia da universidade americana de Princeton explica no livro como entender conceitos microeconômicos, que têm impactos no cotidiano e devem ser monitorados por quem precisa tomar decisões financeiras. Para o autor, entender essa esfera da ciência econômica, que estuda o comportamento de indivíduos e empresas com relação a investimentos e ao consumo de produtos e serviços, é tão importante quanto analisar dados macroeconômicos, como o crescimento do país. A versão digital em inglês do livro pode ser
comprada pela internet.
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12. Agora veja 8 conselhos de grandes investidores para enriquecer
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12/12 (Rick Wilking/Reuters)