Minhas Finanças

Os melhores e os piores investimentos de março

Ibovespa lidera ranking e os títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação apresentam o melhor desempenho na renda fixa


	Painel da Bovespa: Bolsa fecha o mês em alta de 7,04% e lidera o ranking de investimentos depois de um bom tempo na lanterna
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Painel da Bovespa: Bolsa fecha o mês em alta de 7,04% e lidera o ranking de investimentos depois de um bom tempo na lanterna (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2014 às 18h09.

São Paulo - No mês de março, o Ibovespa apresentou o melhor desempenho do ranking de investimentos mensal. E entre os investimentos de renda fixa, que são mais conservadores, os títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação, as NTN-Bs de prazo mais curto tiveram a maior rentabilidade.

Veja na tabela a seguir o balanço do desempenho das aplicações financeiras em março e no acumulado do ano:

Aplicação Desempenho em março Desempenho no ano
Ibovespa 7,04% -2,12%
Fundos de ações dividendos* 2,93% -4,28%
IGP-M (estimativa do Banco Central)** 1,57% 2,45%
Fundos de ações Small Caps* 1,54% -9,30%
Fundos de ações livre* 1,11% -6,42%
NTN-B (vencimento em 15/05/2015)* 0,98% 2,87%
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015)* 0,97% 2,88%
Fundos de Renda Fixa* 0,90% 2,42%
IPCA (estimativa do Banco Central)** 0,84% 2,09%
Fundos Multimercados Juros e Moedas* 0,81% 2,13%
Fundos referenciados DI* 0,81% 2,28%
Selic* 0,76% 2,49%
CDI* 0,76% 2,47%
LFT (vencimento em 07/03/2015)* 0,75% 2,41%
LFT (vencimento em 07/03/2017) 0,68% 2,33%
LTN (vencimento em 01/01/2015)* 0,68% 2,09%
Fundos de ações Ibovespa Ativo* 0,64% -6,70%
Poupança antiga* 0,50% 1,69%
Poupança nova* 0,50% 1,69%
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) 0,41% -2,79
Fundos Multimercado Multiestratégia* 0,32% 0,64%
Fundos Multimercado Macro* 0,30% 0,28%
NTN-F (vencimento em 01/01/2017)* -0,05% 2,68%
LTN (vencimento em 01/01/2017)* -0,16% 2,60%
NTN-F (vencimento em 01/01/2023)* -0,63% 4,96%
NTN-B (vencimento em 15/08/2050)* -2,11% -0,37%
Dólar comercial -3,13% -3,51%
Ouro - 4,26% 4,42%
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035)* -4,40% -3,18%

Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.
(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.
(**) Expectativa de inflação para o acumulado de 2014 até março e para o mês de março, segundo o Banco Central.

À exceção dos fundos de investimento imobiliário, os resultados dos rendimentos de todos os fundos da tabela foram fechados no dia 25 de março.

Os dados sobre o IGP-M e o IPCA foram fechados no dia 21 de março. Os dados sobre a poupança nova e antiga, taxa Selic, CDI foram fechados no dia 30 de março. Os rendimentos do ouro e do dólar são referentes ao fechamento do dia 28 de março. E as rentabilidades do Ibovespa, IFIX e dos títulos públicos são referentes ao fechamento do dia 31 de março.

Renda fixa

As Notas do Tesouro Nacional-série B (NTN-B), com vencimento em 2015, tiveram o melhor desempenho entre as aplicações de renda fixa. Esses títulos pagam ao investidor uma taxa de juro pré-fixada, mais a variação da inflação, medida pelo IPCA.

Para Fabiano Guasti Lima, pesquisador do Instituto Assaf, o bom resultado das NTN-Bs pode ser associado à proximidade do vencimento. “A alta desses títulos é decorrente de uma procura por retorno rápido, de curto prazo. Perto do vencimento investidores tendem a buscar mais retorno”, afirma.

Pelo mesmo motivo, as Notas do Tesouro Nacional-série B Principal (NTN-B Principal) também tiveram um bom resultado no mês, segundo Guasti Lima. Elas se diferenciam por pagar o rendimento apenas no final do prazo, enquanto as NTN-Bs puras pagam o rendimento ao longo do investimento, a cada seis meses, por meio do pagamento dos chamados cupons semestrais.

As NTN-Bs com vencimentos mais longos tiveram comportamento oposto. A queda pode estar ligada à expectativa de alta dos juros.

Como as NTN-Bs prometem pagar a variação da inflação mais juros, as NTN-Bs de prazos longos vendidas hoje, com juros em torno de 6%, ficam menos atraentes quando há perspectivas de altas dos juros. Isso porque quando a perspectiva é de alta, compras futuras de NTN-Bs poderiam render juros maiores do que os atuais 6%, deixando as NTN-Bs vendidas atualmente pouco atrativas em relação àquelas que ofereceriam juros maiores no futuro, o que gera a queda.

Vale ressaltar, no entanto, que essa queda é apenas absorvida por quem vende o título antes do prazo e se sujeita a aceitar o que o mercado está disposto a pagar pelo papel. Se a NTN-B for mantida até o vencimento, de qualquer forma ela pagará os juros mais a inflação, sem gerar perdas ao investidor.

Os fundos de renda fixa e os fundos DI também apresentaram bons retornos. Segundo o pesquisador do Instituto Assaf, os resultados foram puxados pelo ciclo de alta da taxa Selic, uma vez que esses fundos investem em ativos que acompanham o rendimento dos juros básicos da economia.

As Letras Financeiras do Tesouro (LFT), que são atreladas à variação da taxa Selic, também subiram no encalço da elevação dos juros básicos.

Tanto a poupança regida pela regra nova, quanto pela regra antiga, têm o mesmo rendimento quando a Selic passa dos 8,5% ao ano. Ambas rendem 0,5% mais a Taxa Referencial.


Apesar de ser o investimento preferido dos brasileiros, com os juros em alta, a caderneta fica menos atrativa na comparação com outros investimentos, como mostra o balanço. Enquanto outras aplicações sobem junto com a Selic, a caderneta se mantém no mesmo patamar depois que os juros ultrapassam a taxa de 8,5% ao ano,

Conheça três opções de investimento que rendem mais que a caderneta

Dos títulos da tabela, estão disponíveis para a compra: a LFT que vence em 07/03/2017; a LTN com vencimento em 01/01/2017; a NTN-B que vence em 15/08/2050; e a NTN-B Principal com vencimento em 15/05/2035.

Renda variável

Dentre os investimentos de renda variável, o Ibovespa apareceu como a melhor aplicação do mês depois de um bom tempo na lanterna.

Os desempenhos das bolsas de valores são sempre influenciados por uma série de fatores, mas segundo Fabiano Guasti Lima, no mês de março a bolsa brasileira subiu principalmente influenciada pela recuperação da economia americana e também por passar por um reajuste depois de um forte período de queda.

“A recuperação da economia americana acabou impulsionando outras bolsas. A bolsa brasileira tem mostrado sinais de que pode se recuperar. Como o mercado já sabe que a taxa de juros não vai cair tão cedo e o cenário futuro está mais definido, investidores estão a aproveitando queda das ações mais baratas para recuperar um pouco das perdas”, afirma Guasti Lima.

Na esteira do Ibovespa, os fundos de investimentos em ações também tiveram bons rendimentos no mês.

Já o ouro e o dólar apareceram como os piores investimentos da renda variável. “Em momentos de crise, os investimentos em dólar e ouro se acentuam porque o investidor busca a segurança financeira da moeda e do metal. Mas com a recuperação da economia, os investidores voltam a buscar a bolsa para aproveitar os movimentos de alta”, diz o pesquisador do Instituto Assaf.

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