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Os melhores e os piores investimentos de dezembro

Bolsa brasileira foi a melhor aplicação; poupança teve o pior desempenho dentre os investimentos voltados para o investidor pessoa física


	Fundos de ações tiveram, em média, os melhores desempenhos de dezembro
 (Getty Images)

Fundos de ações tiveram, em média, os melhores desempenhos de dezembro (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de dezembro de 2012 às 17h52.

São Paulo – A Bolsa brasileira ganhou fôlego no último mês do ano e fez a alegria de quem investe em ações, seja diretamente ou por meio de fundos. Até os fundos de ações de empresas de baixo valor de mercado – as small caps – e os fundos de dividendos ficaram na parte mais alta do pódio. Em seguida, os títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação, as NTN-Bs, novamente tiveram o mais alto rendimento entre os ativos de renda fixa, que incluem Tesouro Direto, fundos DI e de renda fixa e a caderneta de poupança.

Na parte mais baixa da tabela estão os ativos atrelados à taxa básica de juros da economia, a Selic: os fundos DI, as Letras Financeiras do Tesouro (Tesouro Direto) e a poupança. Veja na tabela abaixo o desempenho de cada aplicação, além dos índices de inflação (IPCA e IGP-M), o principal índice da Bolsa (Ibovespa) e as taxas básicas de juros (Selic e CDI). Os títulos públicos apresentados são os de prazo mais curto e mais longo:

Aplicação No mês No ano Fechamento em
Ibovespa 6,05% 7,40% 28/12/2012
Fundos de ações Ibovespa Ativo 4,63% 11,36% 24/12/2012
Fundos de ações livres 4,36% 18,66% 24/12/2012
Fundos de ações dividendos 3,92% 14,99% 24/12/2012
Fundos de ações Small Caps 3,66% 18,63% 24/12/2012
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015) 1,70%* 19,85% 28/12/2012
NTN-F (vencimento em 01/01/2023) 1,43%* - 28/12/2012
Fundos Multimercado Multiestratégia 1,42% 14,35% 24/12/2012
NTN-B (vencimento em 15/05/2013) 1,13%* 11,95% 28/12/2012
LTN (vencimento em 01/01/2016) 0,96%* - 28/12/2012
Fundos de Renda Fixa 0,91% 11,34% 24/12/2012
NTN-B (vencimento em 15/08/2050) 0,80%* - 28/12/2012
LTN (vencimento em 01/01/2014) 0,72%* 14,12% 28/12/2012
NTN-F (vencimento em 01/01/2014) 0,71%* 13,63% 28/12/2012
IPCA (estimativa do Banco Central) 0,69% 5,73% 12/2012
IGP-M 0,68% 7,81% 12/2012
Fundos Multimercado Macro 0,64% 17,97% 24/12/2012
Fundos Multimercados Juros e Moedas 0,60% 11,13% 24/12/2012
LFT (vencimento em 07/03/2013) 0,60%* 8,49% 28/12/2012
Poupança antiga ** 0,50%* 5,95% 28/12/2012
Selic 0,47% 8,40% 27/12/2012
CDI 0,45% 8,28% 27/12/2012
Fundos referenciados DI 0,44% 8,50% 24/12/2012
LFT (vencimento em 07/03/2017) 0,44%* 8,36% 28/12/2012
Poupança nova*** 0,41%* 3,32% 28/12/2012
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035) -1,19%* 46,68% 28/12/2012
Dólar comercial -4,04% 9,43% 28/12/2012
Ouro BM&F -6,37% 15,32% 27/12/2012

Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.
(*) Últimos 30 dias até a data de vencimento.
(**) Rentabilidade do dinheiro que já estava aplicado na poupança antes do início das novas regras em 04/05/2012 e que ainda rende segundo a regra antiga.
(***) Rentabilidade mensal válida para a nova regra da poupança e medida entre os dias 28/11/2012 e 28/12/2012. Rentabilidade anual calculada entre os dias 04/05/2012 e 28/12/2012.


Poupança e renda fixa

As aplicações financeiras atreladas à Selic, taxa básica de juros da economia, tiveram as menores altas de dezembro, e todas perderam para a inflação. Com a taxa de juros mantida baixa pelo Banco Central no final de novembro, em 7,25% ao ano, o resultado era esperado. Entre os títulos negociados pelo Tesouro Direto que seguem a Selic, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT) que estão para vencer, em 2013, tiveram o melhor resultado, entre as aplicações pós-fixadas.

Em seguida veio a poupança pela regra antiga, de quem já tinha dinheiro na caderneta antes da mudança das regras, em vigor desde 4 de maio deste ano. Aqueles que não mexeram no dinheiro garantiram o rendimento fixo de 0,5% em dezembro, acima da Selic. Perdendo da Selic, vieram as LFTs de prazo mais longo, os fundos DI e a poupança pelas novas regras, remunerada em 70% da Selic mais Taxa Referencial.

Quem brilhou mesmo na renda fixa foram os títulos prefixados e principalmente aqueles cuja remuneração tem uma parte prefixada e outra atrelada à inflação pelo IPCA. Os fundos de renda fixa, que podem aplicar nesses papéis, também tiveram bom desempenho. O valor de face desses títulos, também negociados pelo Tesouro Direto, vem se elevando ao longo de todo o ano, em função do movimento de queda na Selic, que é o melhor cenário para sua valorização. Embolsou essa alta quem vendeu os títulos antes do vencimento; quem opta por carregá-los até o vencimento recebe apenas a remuneração acordada na hora da compra.

As Notas do Tesouro Nacional-série B (NTN-B), as Notas do Tesouro Nacional-série F (NTN-F) e as Letras do Tesouro Nacional (LTN) tiveram bom desempenho, tanto as de menor quanto as de maior prazo. As primeiras são atreladas à inflação pelo IPCA, e as duas últimas têm sua remuneração prefixada no ato da compra. Dos títulos acompanhados – os de menor e os de maior vencimento de cada tipo – apenas a NTN-B Principal de prazo mais longo (2035) teve desempenho negativo. Mesmo assim, sua valorização no ano foi de quase 50%.

Dos títulos apresentados na tabela, ainda são ofertados pelo Tesouro Nacional: a NTN-B Principal com vencimento em 15/05/2015, que paga 1,85% ao ano mais IPCA; a NTN-B com vencimento em 15/08/2050, que paga 3,98% ao ano mais IPCA; a NTN-B Principal com vencimento em 15/05/2035, que paga 4,18% ao ano mais IPCA; a LTN com vencimento em 01/01/2016, que paga 8,25% ao ano; e a LFT com vencimento em 07/03/2017, atrelada à Selic. Todos esses títulos são negociados pelo Tesouro Direto. Lembrando que aqueles que já tiveram os maiores ganhos têm menos espaço para grandes altas.


Ações e fundos de ações

Se não fosse pelo “rali de fim de ano” - movimento de alta da Bolsa que costuma ocorrer em dezembro, principalmente por causa de mudanças na composição do Ibovespa e das carteiras dos fundos – a Bolsa brasileira neste ano teria terminado praticamente no zero a zero. Em vez disso, o Ibovespa fechou como a maior alta do mês, puxando o desempenho dos fundos de ações em geral.

Para o administrador de investimentos Fabio Colombo, o otimismo é generalizado, como mostrado pelas altas nas Bolsas ao redor do mundo. Os motivos seriam o fato de a Europa ter equacionado melhor a crise, que já não estaria dando sinais de piora, e a eleição de Barack Obama como um sinal de que a política econômica americana continuará seguindo a mesma linha. Contudo, ele lembra que o problema do “abismo fiscal” – retirada legal dos estímulos fiscais à economia americana – ainda preocupa, como mostraram os fracos desempenhos de Wall Street e das Bolsas europeias no último pregão do ano.

Fundos multimercados, ouro e dólar

Capazes de surfar as tendências de mercado, os fundos multimercados se destacaram em 2012, notadamente aqueles que aplicaram nos papéis vencedores de renda fixa e em dólar. Contudo, a moeda americana apresentou uma das maiores quedas de dezembro, o que impactou negativamente nos fundos multimercados que investem em juros e moedas. “O câmbio recuou, a meu ver, por conta da atuação do Banco Central brasileiro no sentido de não deixar o dólar subir muito e pesar na inflação”, crê Fabio Colombo.

A maior queda do mês ficou por conta do ouro. “O ouro tem um comportamento inverso ao do mercado, pois os investidores correm para ele em épocas de crise. Como as bolsas ao redor do mundo subiram, o preço do metal caiu. No Brasil, a desvalorização do dólar também contribui para a queda do ouro”, explica Colombo.

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